Capítulo 19

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O dia seguiu arrastando depois que cheguei do colégio. Mandei uma mensagem para Vinícius e fiquei feliz ao saber que já estão em casa e a Alice está bem. Fiquei ainda mais feliz quando ele disse que ela pergunta por mim a cada cinco minutos.
Recebi também uma ligação da minha mãe dizendo que adiantou a viagem por isso semana que vem ela estará saindo de Salvador e em um dia e meio estará em São Paulo com o Seu Carlos e o neto dele.

O garoto e ele não ficarão aqui em casa, irão se hospedar em uma pousada aqui perto e eu dei graças a Deus por isso, não estou pronta para dividir a minha mãe, por mais que moremos longe uma da outra ela é a minha rainha e vou protegê-la o resto da vida.

Aproveito o tempo livre e vou procurar uma receita antiga de um anticoncepcional que costumava tomar. Vinícius e eu transamos sem camisinha e se isso voltar a se repetir eu quero está prevenida pelo menos contra a uma gravidez, por que conta a doenças não digo o mesmo. Mas no que depender de mim essa foi a primeira e última vez que não usamos preservativo.

Peguei minha carteira e fui até a farmácia mais próxima, e a partir de uma certa distância começei a sentir aquela sensação de estar sendo seguida porém olhava para trás e não via ninguém suspeito. Então descartei essa paranóia.

Cheguei na farmácia e por sorte a receita ainda estava valendo, com a orientação da farmacêutica eu comecei a tomar naquela noite mesmo. Programei o celular certinho para não esquecer e fui fazer o jantar. Acabei dormindo cedo e não vi quando Deise chegou do trabalho, ela também não veio almoçar em casa e eu até estranhei.

Quinta foi a minha folga e eu passei o dia inteiro dormindo, quando fui acordar já se passavam das duas da tarde e terminei de organizar algumas pendências do sexshop.

Na sexta feira acordei mais cedo do que o habitual, meu corpo descansou totalmente no dia anterior e ja tinha voltado ao seu normal.

Tomei banho sem pressa aproveitando a sensação que um banho quente nos trás pela manhã. É libertador.
Sai do banheiro enrolada na toalha e foi nesse momento que vi meu celular vibrando em cima da cama. Peguei já com o coração aos pulos vendo uma mensagem de Vinícius que dizia para encontrá-lo na diretoria quando eu chegasse ao colégio.

Não respondi. Coloquei o celular no mesmo lugar e fui me vestir optando por uma calça Skinny preta e uma blusa branca, bem comportada. No cabelo eu só o amarrei em um rabo de cavalo e deixei alguns fiozinhos soltos, pus nos pés uma sapatilha e pronto.
Quando terminei de passar perfume Deise já buzinava feito louca na frente de casa.

Assim que entrei no carro ela estava com uma cara nada boa. Eu não falei uma palavra se quer e seguimos em silêncio até o colégio.

No caminho meu coração foi a garganta e voltou quando ela pisava firme no acelerador, parecia descontar sua raiva em todos os movimentos que fazia para dirigir. Então freou de uma vez e se não fosse por causa do cinto nos tinhamos batido com a cabeça.

- Resolve logo isso. Porque não quero morrer tão cedo Deise! - Falei assim que sair do carro e ela me lançou um olhar mortal de que não estava para brincadeiras.

Entrei no colégio rindo dela quando arrancou com tudo e seguiu seu caminho. Os alunos passeavam pelo pátio rindo e entretidos em seu celular, nem parei na sala dos professores, passei direto indo para a diretoria quando uma coisa me deixou furiosa. Uma mulher ruiva estava saindo de lá toda sorridente, ela estava vestindo uma saia lápis e salto alto, estilo típico de secretária.

Colocou o cabelo atrás da orelha e sorriu mostrando seus dentes malditamente brancos em contraste com o batom vermelho.

Eu me vi marchando até lá e então parei a sua frente e ainda pude ouvir

- Seja bem vinda Professora Natália. - Vinícius sorrio para ela, porém seu sorriso foi morrendo aos poucos quando ele olhou para mim e viu a carranca instalada em meu rosto.

Merda eu estou com ciúmes dessa mulher, e vendo assim eles podem muito bem ter algo juntos assim como nós temos. Porra!

Para de paranóia Mariana!

Meu subconsciente me repreende, mas eu não me importo e a raiva só aumenta quando ela diz com a voz melodiosa que deu até diabetes e triplicou a minha ira.

- Pode me chamar de Nati, Vinícius. - E assim se foi não antes de deixar uma piscadela.

Olhei para ele e entrei, a raiva estava num nível tão alto que eu acabei sem perceber, batendo a porta com muita força.

- Porra Mariana, o que foi mulher? - Perguntou se levantando.

- Nada. - Resmunguei. Eu nunca que iria falar que estava me remoendo de ciúmes. - Não. Foi. Nada.

- Tudo bem - Me olhou desconfiado e voltou a se sentar.

Ah mas eu não aguentei, ele simplesmente vai acreditar nesse meu "nada" e vai ficar por isso mesmo?

- Mulher bonita não é? - Indaguei colocando a minha bolsa na cadeira. Ele deu de ombros como se não se importasse.

- Muito bonita sim. - Disse indiferente.

Respirei fundo ao ouvir dizer isso, e ele continuou:

- Professora substituta da sua amiga Francine. Ela teve alguns problemas e precisou se ausentar por uns dias está sabendo?

Será que aconteceu algo? Preciso ligar para ela, bem que percebi a mesma muito estranha esses dias.

- Entendi, e não. Não estava sabendo. Muita intimidade para quem acaba de conhecer. - Murmurei baixo.

Eu estava sendo chata eu sei, mas a raiva falava mais alto e eu estava agindo igual a ele... Possessiva.

- Ela não faz o meu tipo se esse é o seu problema. - Disse divertido e sarcástico, ele está rindo da minha cara, é isso? - E se está com ciúmes não desconte na porta, estou bem aqui para descontar a sua ira.

Disse se levantando e colocando ambas as mãos nos bolsos. Parando na minha frente, eu tive que olhar para cima devido a sua altura, e assim que fiz engolir seco, ele tinha um sorriso presuncoso tomando os lábios carnudos.









 MARIANA ©  - OGG 1 [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora