FRIO NA BARRIGA

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Em um dia de verão, quente como sempre, eu com 14 anos de idade, cursando a 8 série do primeiro ano, vivia meus sonhos de adolescente como uma garota qualquer.

Estava na escola e o dia passou lentamente como todos os outros.
Na hora do intevalo sigo até o pátio e caminho até meus amigos, que estavam encostados no muro já à minha espera.

Todos os dias eram iguais, gostávamos de ficar lá a observar os outros alunos e rindo de várias situações engraçadas que sempre apareciam.

Naquele dia eu estava "ficando" com Cristian, ele loiro, lindo, e com um sorriso encantador. Mas sabíamos que era só isso, ficávamos na escola e nada mais.
Sabia que Cristian ficava com outras garotas fora da escola, mas não me importava, na verdade ambos fazíamos isso.

Dou uns bons beijos e nosso intervalo se encerra.

Volto à sala e retorno a atenção aos estudos. Em breve teríamos prova de história e precisava por os estudos em dia.

Quando enfim meu horário escolar se encerra, saio da escola e permaneço encostada no portão à espera de uma amiga, ela sempre demorava demasiadamente me fazendo esperar. Carla não tinha noção de tempo, esse era seu defeito, porém suas qualidades eram inúmeras.

Carla é uma amiga de infância, um ano mais nova que eu, mas parecia ser mais velha por sair e viver mais a liberdade da vida que eu.
Seus pais eram super liberais, bem diferentes dos meus.

Falar de Carla é falar de adrenalina.
Com ela vivi meus melhores momentos até aqui.

Valia a pena aguardar todos os dias para irmos batendo papo até chegar em casa. Era sempre gargalhadas garantidas.

Ao esperar por Carla aquele dia, me sento e aproveito para por a leitura em dia, afinal às provas estavam chegando e eu não podia ir mal

Após alguns minutos, percebo uma sombra em meus pés, tomando todo meu tênis, ao olhar para cima, pude ver uma linda paisagem, quase uma miragem.
Era um lindo rapaz, alto, cabelos castanhos e pela camiseta pude perceber um lindo corpo atlético.

Então lentamente ele se abaixa e se aproxima um pouco mais, fazendo meu coração disparar, e em minha barriga parecia ter mil borboletas.

Aquele lindo rapaz tinha nome e eu sabia qual era, seu nome é Henrique, eu já tinha o visto pelo bairro, sempre muito bem acompanhado por belas jovens descoladas e amigos da mesma turma.

Tínhamos uma amiga em comum, Rebeca, mas nada além disso, nada além desse fato nos ligava.

Henrique com 21 anos, jamais prestaria atenção em mim, uma simples adolescente.

Henrique se aproxima mais um pouco fala comigo.

Henrique: Ei, poderia me informar as horas?

Mesmo sendo para uma simples informação, me sinto feliz em ajudar aquele lindo homem.

Eu: Sim, 17:32hs.

De meus lábios não saiu nada além do horário, não conseguia falar nada mais que isso.

Henrique se levanta e com um lindo sorriso agradece.

Henrique: Muito obrigado!

Em passos largos ele caminha em direção à seu carro, um lindo possante conversível que estava estacionado do outro lado da rua, entra, se senta e permanece lá, parado, intacto e com o olhar distante.

Mesmo ao longe pude ficar a observar aquele lindo rosto, até que sinto um aperto em meu braço me puxando para a realidade.

Era Carla, me levanto e ainda olhando para Henrique a abraço com força e vamos embora para casa.

No caminho comento com Carla oque havia acontecido. Ela como sempre muito animada, disse que íamos falar mais sobre aquele lindo rapaz.

Carla: Gatona vamos conseguir o telefone dele.

Eu: Amiga eu não quero o telefone dele, não tenho nada a falar com ele, só o acho bonito.
Nada além!

Digo isso mas não tenho certeza se oque sai de meus lábios é a verdade.

Finalizo o assunto para não render mais do que devia, pois sabia que se demonstrasse algo à mais, Carla ia falar no assunto a noite toda.

Chego em casa, e meus pais já estão à mesa me esperando para jantar,me perguntam como foi meu dia, como fazem todos os dias, eu relato como sempre pulando as partes em que eu era feliz, ou as partes em que estava com algum rapaz, pois sabia que esse assunto me traria problema.
Eu sempre falava e desabafava com minha mãe, já meu pai não suportava a idéia de me ver crescer e ter rapazes ao meu redor.

O famoso pai superprotetor que não me permitia partilhar nada além das notas escolares.

Contei sobre meu dia, jantamos e segui para meu quarto. Era meu planeta particular, nele ouvia músicas até de madrugada e permanecia em paz comigo mesma.

Acabei pegando no sono ouvindo músicas que eu amava, as românticas.

O INÍCIO DA METAMORFOSE 🦋💜Onde histórias criam vida. Descubra agora