PERDA DOLOROSA

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E assim foi a festa por toda a noite, todos felizes, e comemorando meu grande dia.
Horas e horas já havia passado e já estava tarde e era hora de voltar para casa. Me despedi de todos.
Eu: Amor precisamos ir. Disse a Henrique que estava conversando com meus irmãos.
Henrique: Posso te levar Ana!
Eu: Não amor, não precisa, vou com meu pai, nos vemos amanhã.
Te amo.
Henrique: Esta bem minha noiva, também te amo.

Seguimos para casa, todos com a felicidade estampada no rosto.

Vou dormir e pareço estar sonhando acordada.
No outro dia pela manhã chego na loja mais cedo e conto tudo para Clara, que não pode estar presente na festa. Senhor Ricardo chega, ouve atentamente a cada detalhe, me deseja os parabéns pelo noivado e me aconselha:
Sr Ricardo: Ana, saiba levar o noivado até ter certeza que está pronta para o casamento, pois não é fácil. Mas se souber levar será feliz eternamente.
Ouço atentamente e o abraço em agradecimento.

Queria mostrar para o mundo minha aliança.
Vou para a escola, e pareço estar até com problema no dedo em que estava a aliança, tento exibi-la todos.
Carla estava no portão à minha espera.
Carla: Amiga você trouxe sua aliança para escola? Disse ela espantada.
Eu: Sim amiga, aliança não é igual anel que tiramos todos os dias.
Digo revirando os olhos.
Carla eu rimos, entramos na escola.
Carla segue seu caminho, e eu sigo para encontrar minha turma.
Chego até eles super empolgada, contando tudo que acontecera na festa, principalmente meu noivado.
Todos me abraçam e comemoram comigo, menos Cristian que se afasta sem olhar para trás. Sendo abraçada por todos não entendo sua reação, o sigo com os olhos, vejo que foi para uma direção diferente da nossa sala. Deixo todos, e o sigo sem pensar, com passos rápidos para acompanha-lo. Tinha perdido de vista, quando então olho para o lado, vejo que ele estava entrando na biblioteca. Entro caminhando rapidamente em sua procura, e sem fazer barulho. Eu o vejo sentado, lendo um de seus livros preferidos de ficção.
Me aproximo lentamente e digo:
Eu: Está tudo bem Cristian?
O que houve?
Cristian me olha com tristeza no olhar e responde prontamente.
Cristian: Nada Ana, quero ficar sozinho. Só isso! Diz dando um de ombros para mim.
Eu sabia que tinha acontecido alguma coisa, ele não era frio e distante assim, então insisti para que me contasse.
Eu: Eu não saio daqui até que você me explique Cristian.
Digo puxando uma cadeira e me sentando próximo a ele.
Cristian: Vejo que não vai me dar sossego, então é melhor eu falar logo e acabar com isso!
Me espanto pela forma que ele diz e ouço com atenção.
Cristian: Ana, não sabia que gostava tanto de você quanto eu gosto, só descobri por sofrer por sua causa. Ficar próximo a você, ver sua felicidade com outro cara machuca, dói.
Tento disfarçar todos os dias, mas não consigo mais.
Fico confusa ao ouvir tudo aquilo.
Eu: Cristian, a gente já conversou sobre isso.
Ainda muito confusa tento explicar á ele nossa situação. E para mim isso já era passado para Cristian Também, sabia que ainda tinha uma faísca entre nós, mas da minha parte era só um carinho ou um sentimento por termos ficado várias vezes.

Ouço atentamente tudo o que ele tem a dizer.
Cristian: Ana para você pode ter ficado tudo resolvido, tudo no passado. Concordei quando me disse que estava namorando com aquele cara, não tinha nada que eu pudesse fazer para mudar isso Ana. Como não tem nada a fazer agora. Só me resta aceitar.

Sinto uma grande tristeza em seu olhar. Nunca tinha visto Cristian daquele jeito.
Seguro sua mão, e ele me afasta.
Eu: Calma Cristian, eu te amo, você é meu amigo. Passamos ótimos momentos juntos. Sabe o quanto é especial para mim.
Digo buscando sua mão novamente. E novamente tenho a recusa.
Cristian: Eu sei Ana, mas ainda me dói. Eu preciso me afastar de você. Não posso mais ser seu amigo. Isso me machuca demais.
Diz e deixe uma lágrima rolar.
Eu: Não!
Você não pode fazer isso com a gente, você sabe o quanto é especial para mim, não pode se afastar de mim Cristian, não quero te perder como amigo. Digo suplicando.
Ele se levanta, me deixando sozinha na biblioteca.
Me levanto também, e o sigo até o corredor.
Eu: Cristian me espera.
Digo segurando sua camisa.
Cristian: Ana me solta!
Eu: Não não vou te soltar.
Digo segurando fortemente seu braço.
Ele se vira para mim e imprensa contra parede me olhando fixamente. Seus olhos nos meus, sua respiração tão ofegante que dava para senti-la próximo aos meus lábios. Ele se aproxima mais um pouco quase encostando seus lábios nos meus e diz:
Cristian: Ana, me deixe ir embora de vez!
Continuo segurando seu braço bem forte, sinto minhas unhas quase rasgando sua pele.
Cristian: Se você não soltar meu braço eu vou te beijar agora.
Estava em um impasse, não podia o deixar ir, mas também não podia o beijar, por mais que eu ainda quisesse.

Então fui soltando o seu braço lentamente, lágrimas insistiam em rolar em meu rosto.
Cristian foi se afastando lentamente, já não sentia mais sua respiração próxima a minha. Foi dando passos para trás, se virou e e seguiu seu rumo sem olhar para trás.
Essa foi a última vez que conversei com meu amigo.Última vez que tivemos uma conversa franca.
Após esse dia, era como se não existíssemos um para o outro.
Não por falta de tentativa minha parte, até tentei por inúmeras vezes. Mas Cristian nunca mais falou comigo.

O INÍCIO DA METAMORFOSE 🦋💜Onde histórias criam vida. Descubra agora