PORTO SEGURO

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Ao fim da noite, Henrique me leva para casa e me deixa à três quadras de distância.
Não queríamos ter problema com  meu pai antes mesmo de começar. Adentro a sala e dou de cara com meu pai jogado no chão, e mais uma vez, estava bêbado.

Não suportava mais vê-lo daquele jeito, era humilhante demais. Meu pai era um homem forte, viril, e naquele estado estava pior que um cap de rua.

Passo por ele e sem condições psicológicas de ajudá-lo dou a volta e vou para o meu quarto, imediatamente as lembranças vem em minha mente e junto à elas a tristeza e o choro.

Termino a noite assi. Feliz porém triste.
Ao vivenciar essas duas emoções, termino o dia assim. Triste, jogada em minha cama.

O domingo adentra meu quarto com um lindo raiar de sol.

Minha mãe estava na igreja como todos os domingos, meus irmãos estavam lavando seus carros, e meu pai já não estava em casa.
De certo havia ido à algum bar.

Tomo um banho relaxante, coloco um biquíni e vou até a casa de Carla que já me aguarda na piscina.

Ao chegar próximo à ela, sua reação já era esperada.

Carla: Gata senta e me conta T U D O!
Disse em alto e bom tom.

Tentando ser sucinta faço um breve resumo.

Eu: Ai amiga, nós fomos à lanchonete e nos beijamos.

Carla não se segura e solta uma de suas piadas.

Carla: Ahhh, agora paro de andar de ônibus. Nosso namorado tem carro.

Caímos na risada e aproveitamos nosso domingo na piscina.

Ao entardecer volto para minha triste casa.
Ao adentrar a porta da sala já me vem a tristeza, acabara de sair da casa de Carla, e lá todos estavam super felizes, cabisbaixo levo o telefone para meu quarto e ligo para Henrique.

Henrique: Alô!
Ao ouvir aquela voz meu coração dispara e minha boca se seca.

Eu: Ei, sou eu, Ana!

Henrique: Oi, não esperava essa surpresa hoje.  Você me disse para esperar até segunda.

Eu: É que eu estou entediada.
Oque faz de bom?

Henrique: Estava ouvindo som, quer vir aqui ouvir comigo?
Estou sozinho em casa.

Eu: Não!

Henrique percebe que me espantou e tenta ser mais direto.

Henrique: Ana eu só quero te ver, te beijar e ouvir um som contigo. Só isso!

Penso por uns instantes e aceito.

Eu: Então tá, estou indo!

Tomo um banho rápido, e passo bastante hidratante, peguei muito sol e estava bem vermelha.

Ao abrir o portão de casa, vejo Henrique ao longe.

-Que fofo, veio me buscar.

Caminho em passos largos até chegar proximo à Henrique, e em um impulso o abraço.
Estava carente , precisava de consolo, e ninguém melhor que ele para me dar proteção.
Ele era sem dúvida, meu porto seguro.

Após longos minutos abraçados, seguimos para sua casa.

Fomos direto para seu quarto, ele sempre muito gentil, me convida a deitar ao seu lado.
Mas como estava muito queimada de sol, toda minha roupa estava incomodando.
Henrique prontamente abriu seu guarda roupa, e ofereceu sua camisa.

O INÍCIO DA METAMORFOSE 🦋💜Onde histórias criam vida. Descubra agora