Dias se passaram e eu continue seguindo minha vida, mesmo com coração partido pela perda da amizade de Cristian.
Era uma quarta-feira de sol, estava na loja conversando com Clara sobre um cliente que havia comprado mais de 3 mil reais em roupas íntimas, estávamos rindo imaginando ele usando todas de uma só vez, quando o senhor Ricardo chega acompanhado de seus dois filhos.
Um seus filhos eu já conhecia, o Patrick, ele era da minha idade, e namorava uma colega de classe. Pedro o outro filho, era um pouco mais velho, e eu nunca havia o visto, sabia que o senhor Ricardo tinha dois filhos, mas não sabia que eram com idades tão próximas.Assim que eles chegam o assunto se encerra.
O Senhor Ricardo entra com pressa e segue para seu escritório.
Patrick e Pedro, o aguardam próximo ao caixa, mais a frente da loja.
Assim que Patrick me vê, ele faz questão de vir me cumprimentar.
Patrick: Ei, tudo bem, você é da sala da Helena não é?
Diz fazendo cara de indeciso.
Eu: Sou eu sim. E você é o namorado dela né?
Patrick: Isso, e esse aqui é meu irmão Pedro.Pedro se aproxima, levanta seus óculos escuros deixando-me ver seus lindos olhos verdes, e me cumprimenta gentilmente e em seguida faz o mesmo com Clara.
Pedro: Oi prazer, me chamo Pedro. E vocês?
Eu: Oi sou Ana, e essa é Clara.
Ele solta meio sorriso, e retorna o olhar em direção ao seu pai que estava voltando como um furacão.Sr Ricardo: Vamos crianças, não temos tempo. Preciso correr.
Ao ver essa cena, percebo que não sou a única a ter um pai que não percebe o crescimento do filho.Eles seguem rapidamente o pai nos dando adeus.
Certamente senhor Ricardo precisava ir ao banco e estava muito atrasado.O telefone da loja toca, e Clara corre para atendê-lo.
Clara: Ana, é seu amado.
Vou rapidamente sabendo que era algo urgente.
Eu: Ei amor!
Henrique: Princesa desculpe eu ligar aí na loja, mas estou aqui por perto e queria saber se quer almoçar comigo.
Eu: Claro amor, te espero aqui, daqui a pouco está mesmo na minha hora.
Henrique: Vou parar o carro aí na frente e te espero.
Eu: Combinado.
Desligo e fico na frente da loja o aguardando.
Às vezes ele fazia isso, vinha para almoçar comigo para termos um tempinho a sós.Um cliente chega e Clara corre para atender, era no seu setor.
Após alguns minutos, senhor Ricardo retorna, e trás com ele apenas Pedro.
Sabendo que já estava quase na minha hora de ir embora, ele pede que Pedro assuma o atendimento no meu lugar para que Clara não fique só.
Pedro o encara e volta o olhar em minha direção e parece perdido.
Pedro: Meu pai tem cada ideia, eu nunca conseguiria ser vendedor como vocês. Não consigo nem convencer a mim mesmo, quanto mais convencer alguém à comprar alguma coisa.
Diz sorrindo e colocando a mão no rosto de vergonha.
Eu: Não é difícil, quer ajuda?
Digo rindo, e ele entende a piada.
Pedro: Não Ana, do jeito que sou lerdo vou ter que fazer faculdade para entender a arte da venda.
Eu: Imagina, basta ter persistência.
Digo sabendo que ele não aceitava se imaginar na aérea de vendas.Assim que termino a frase, olho para porta e vejo Henrique parado nos observando.
Percebo que ele não gosta do que vê, mesmo não fazendo nada demais, eu sabia que pouco para ele já era muito.
Pego minha bolsa, abaixo a cabeça, e digo adeus a Pedro com um tom quase inaudível.
Chego na porta próximo à Henrique, e ele me puxa pelo braço.
Henrique: Então é assim que você trabalha Ana?
Eu: Henrique por favor aqui não, estamos perto do meu local de trabalho, se ele saem da loja da para nos ver aqui, por favor vamos.
Digo o puxando para próximo ao carro.
Abro a porta do carro, e me jogo rapidamente na intenção de me esconder das pessoas na rua.
Henrique entra, e bate sua porta com muita força, me fazendo tremer.Tinha medo de sua reação.
Henrique: Não vai me explicar que cena era aquela Ana Paula?
Diz gritando próximo ao meu ouvido.
Me encolho no banco do carro como se quisesse me esconder de sua voz. A cada palavra vindo de sua boca o medo ia crescendo mais e mais.Henrique liga seu carro, e eu tento sair, mas sem sucesso.
Eu: Henrique me deixa sair. Eu almoço por aqui vou para a escola.
Digo tentando acalmá-lo.
Henrique: Porque está dizendo isso Ana?
No mínimo já combinou de almoçar com o mauricinho.
Percebo a raiva em seu olhar, isso me irritava profundamente, mas tinha que manter a calma.
Eu: Henrique você sabe que só tenho olhos para você. Ele é filho do meu patrão só isso, nunca o vi antes.
Ele segura minha mão com tanta força, que quase quebra meus dedos.
Henrique: Promete?
Então, jura que me ama?
Ana não posso te perder.
Percebendo seu descontrole tento o acalmar.
Eu: Juro amor, eu te amo. Só que você precisa parar com isso. Toda vez que me ver com alguém fica desse jeito.
Vamos ter paz, por favor.
Digo enxugando minhas lágrimas que saíram sem que eu percebesse.
Henrique: Só quero que jure que você me ama, e que nunca vai me deixar.
Diz me puxando junto a si.
Eu: Já disse para parar com isso. Vamos almoçar que eu preciso ir para escola.Seguimos para o restaurante e meu almoço foi no mínimo péssimo.
Após aquele dia, meus sentimentos foram diminuindo.
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O INÍCIO DA METAMORFOSE 🦋💜
RomansPRIMEIRO LIVRO. A história de Ana precisa ser contada. Em meio a um relacionamento abusivo ela se encontra sem saída e precisa de ajuda. Será que Ana vai conseguir se livrar das amarras de um amor tóxico? Baseado em fatos reais.