MEDO

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Dias se passam, e eu sinto que meu terrível destino se aproxima, sábado estava programado para o grande dia que para mim não seria tão grande assim. Não queria terminar meu namoro e ter a decepção de meus pais, mas também não queria ter relações sexuais sob pressão. Não sabia mais o que fazer.

Era uma quinta-feira em uma tarde de sol e eu estava distraída na aula como em todas as aulas de física. Até que chega a pedagoga e interrompe a aula e pedindo que eu me apresente à direção.

Vou sem entender, pois eu estava me comportando bem, e não tinha aprontado nada. Entro na sala e o diretor me olha meio sem jeito e começa a explicar.

Diretor: Ana Paula, eu acabei de receber uma ligação aqui do seu pai pedindo para lhe avisar que estará vindo te buscar. Recolha suas coisas e aguarde no portão. Diz com uma sombria expressão.

Eu: Mas Sr Claudio, meu pai? Ele estava trabalhando. O que aconteceu?

Diretor: Filha eu não sei bem, mas me parece que sua mãe estava se sentindo mal e ele à levou ao medico. Mas não se preocupe, estaremos aqui caso você precise de alguma ajuda.

Fico ali sentada por alguns minutos sem entender ao certo o que acabara de escutar, e sem saber o que fazer.

Acordo do meu transe e saio da sala ainda meio perplexa e pensando em minha mãe.

Recolho minhas coisas sem prestar atenção no que meus colegas e professor estavam falando e corro para o portão e aguardo meu pai com o coração na mão.

Avisto ao longe nosso carro vindo em alta velocidade e saio para encontrar meu pai. Mas ao entrar vejo Henrique ao volante.

Entro no carro e sem questioná-lo e o olho fixamente.

Ele com um olhar confuso voltado a mim, e sem saber o que dizer segura minha mão e posso sentir sua aflição. Minhas lágrimas até então contidas caem de meus olhos pois sinto que algo bem ruim havia acontecido.

Após alguns instantes busco explicações.

Eu: Henrique, minha mãe? Não consigo perguntar nada, além disso.

Henrique: Amor mantenha a calma, ela está bem agora. O pior já passou. Diz com a fala ainda embargada.

Eu: Pior? Explica-me melhor o que houve pelo amor de Deus.

Henrique: Amor sua mãe teve uma crise de hipertensão, sua pressão estava muito alta e ela teve um inicio de infarto, mas como seu pai conseguiu levá-la rapidamente ao hospital, o pior não aconteceu.

Eu não conseguia assimilar nada após ouvir a palavra infarto, tudo foi-me ignorado e eu não conseguia responder. Minha visão ficou turva e eu não conseguia ver mais nada.

Acordo do desmaio e me sinto amparada por Henrique que já estacionava o carro na vaga do hospital.

Escuto ao longe ele me chamar.

Henrique: Amor está se sentindo bem? Ana? Diz dando batidinhas no meu rosto tentando me acordar.

Abro os olhos e vejo em seus olhos a preocupação em me ver naquele estado.

Sinto zonza, mas consigo me recompor respirando fundo. Me levanto e tento discernir o acontecimentos.

Henrique: Amor você quer que eu chame um médico? Diz tentando me levantar.

Eu: Não amor, eu já estou bem, só quero ver minha mãe. Digo me levantando e puxando a maçaneta da porta.

 Henrique: Calma Ana, você ainda está tonta, deixe-me ajudar. 

Sigo até a recepção do hospital amparada por Henrique. Me sento e ele consegue a nossa entrada.

Sigo para o corredor e vejo meu pai sentado em um banco, corro e o abraço fortemente.

Eu: Pai, como ela está? Digo me referindo ao estado da minha mãe.

Pai: Filha graças à Deus agora ela está bem. Ela saiu agora para fazer os exames, estava acordada. E lúcida. Diz com uma voz cheia de esperanças.

Os olhos ainda estavam vermelhos de tanto chorar.

O abraço e fico ali repousando em seus braços até que Henrique nos interrompe.

Henrique: Amor sua mãe está vindo.

Viro o olhar para o outro corredor e posso ver a maca sendo empurrada por dois jovens enfermeiros e um medico alto e de cabelos levemente grisalhos os acompanhando e posso ver que ele está conversando atentamente com os dois dando instruções médicas.

A maca se aproxima e posso ver minha mãe dormindo. Aproximo-me do médico e tento entender ao certo todo o estado de saúde da minha guerreira.

Eu: Dr. Como ela está? Questiono buscando palavras que me façam sair daquele estado de agonia. 

Dr:O estado dela agora é estável, ela vai ficar em observação, mas podem ficar tranquilosque o pior já passou. Ela está em boas mãos, seu pai veio rápido e o prontoatendimento foi eficaz . Ela está sedada agora, mas podem entrar e aguardar ela acordar, ela não parava de perguntar de vocês. 

Entramos no quarto e rapidamente minha mãe acorda. Ela ainda zonza me chama para perto de si.

Mãe: Filha, você está aí? 

Eu: Estou sim mãe. Me aproximo e seguro suas mãos frias e minhas lágrimas rolam.

Mãe: Está tudo bem filha, não precisa chorar. Diz apertando minha mão e fechando os olhos ainda com efeito da sedação.

Eu: Que susto mãe, graças à Deus a senhora esta bem. Digo a abraçando.

Ela dorme novamente, sem  que pudesse dizer mais nada.

ficamos ali por mais algumas horas, meus irmãos chegam, mas temos que ir embora para que ela descanse melhor. 

Vou para a casa deixando um grande pedaço do meu coração naquele gelido hospital.

O INÍCIO DA METAMORFOSE 🦋💜Onde histórias criam vida. Descubra agora