O INÍCIO DA METAMORFOSE 🦋💜

DIA TURBULENTO

Enfim quarta adentra meu quarto como todos os dias, e com ele a frustação da noite passada.
Acordo totalmente indisposta, e mal por ter que aceitar tudo que meu pai diz,  sem poder reclamar.

Não queria ir a escola, mas me lembro que era o único jeito de me encontrar com Henrique. Então decido ir.

Me levanto, vou aprontar minhas coisas e ao sair do quarto não avisto ninguém.
Provavelmente minha mãe havia ido às compras e meu pai, ah meu pai deveria estar buscando os bares da vida.

Faço meu almoço e como todos os dias espero por Carla para irmos juntas.

Conto tudo oque acontecera na noite passada.
Eu: Amiga agora sim estou namorando.
Carla deu um grito empolgada.
Carla: AMIGAAAA tô muito feliz por você,  agora já pode me apresentar esse namorado dos sonhos.
Só o conheço de vista, então trate de me apresentar como sua melhor amiga!

Adorava ver a felicidade de Carla.
Eu: Tudo bem amiga, vamos combinar uma pizza lá em casa.
Ainda não podemos sair juntos, mas adoraria ter vocês dois ao meu lado, vai ser perfeito.

Ao chegar no portão como todos os dias vamos em direção opostas.
Nos despedimos e seguimos para nossas salas de aula.

Passo o dia normalmente como todos os outros, sem grandes emoções.
Até que chega o intervalo e vejo minha mãe entrando pelo portão da escola.
  -o que minha mãe estava fazendo aqui?

Vou até ela e sem perceber já estamos abraçadas.
Então chorando muito ela me dá uma notícia péssima.
Eu: Mãe, a senhora por aqui ?
O que aconteceu?
Sinto o desespero em seu olhar e sei que não é coisa boa.
Mãe: Ana, seu pai não está em casa. Ele saiu bem cedo, e até agora não deu notícias, eu liguei para o celular dele e está desligado.
Eu: Mãe eu vou para casa te ajudar a procurar.

Vamos para casa então de lá ligo para Henrique e peço sua ajuda.
Meus irmãos já estavam rodando o bairro atrás dele e não tivemos notícias.

Minha mãe teve a ideia de ligar para o amigo policial, o deixou avisado e ele prometeu ajudar. 

Estávamos enlouquecendo, até que às 23:47 ele chega em casa sendo carregado por um amigo que também cheirava a álcool.

Novamente aqueles momentos horríveis da minha infância voltaram e tudo me deixou em completo estado de tristeza.

Meu pai sobe as escadas escorado em seu amigo, que mal consegue cuidar de si próprio.
Meu pai estava agressivo, eu tentei ajudar e ele me empurrou com violência me jogando ao chão.
Henrique corre e me ajuda a me recompor, não cobsigo suportar, aos prantos abraço meu namorado que sente minha dor.
Minha mãe pede ajuda para levantar meu pai que caira tentando chegar ao sofá.
Henrique tenta ajudar e também é agredido.

-Meu Deus que vergonha, a segunda vez que meu namorado vem em minha casa e se depara com meu pai nesses estado.
Como teria coragem de impor sua autoridade após essa cena?

Enfim com toda dificuldade minha mãe consegue o ajudar e o leva para o banheiro.
Da sala deu para ouvir seu choro carregado de raiva.

Tento melhorar as coisas com Henrique que me olha com pena.
Eu: Me desculpe?
Te coloquei nessa enrascada sabendo que meu pai poderia estar bebendo.
Ele me abraça como se quisesse me proteger de tudo e todos, segurando meu rosto e olhando fixo em meu olhos ele tenta me acalmar.
Henrique: Oh minha pequena não fica assim.
Ao ser acalentada minhas lágrimas que estavam sendo contidas rolam sem que eu perceba.
Eu: Me abraça de novo?
Henrique: Não precisa pedir amor, eu te abraço sempre que você quiser.
Ficamos assim por uns instantes, aquele abraço, era meu melhor lugar.

Ao ouvir a porta do banheiro se abrindo, puxo Henrique pela mão e o levo até o portão.
Henrique: Ei, eu só vou embora depois que estiver bem.
Eu: É melhor a gente se falar amanhã!
Te ligo amanhã assim que chegar da escola.
Dou -lhe um beijo e fecho o portão, mas volto para agradecer novamente.
Eu: Psiu, volta aqui!

Henrique volta três passos e me olha contente.
Eu: Muito obrigada!
Você me protegeu essa noite.
Te amo.
Sinto que a última frase o pegou de surpresa.
Então ele me beija.

Henrique: Não esperava, sempre digo que te amo e espero para ouvir também.
Estou feliz.
Diz e solta o sorriso mais lindo, mesmo estando chateado com a noite, estamos completamente apaixonados e nada destruiria esse amor.

Me despeço, subo as escadas e posso ouvir minha mãe ao telefone, estava contando a minha tia o que acontecera essa noite.
Me sento no sofá e aguardo ela desabafar, mas ao prestar atenção ouço ela dizer que vai se separar.
Meu mundo caiu.