Quando acordo na segunda-feira, vou para cozinha preparar meu café, mas ao adentrar, dou de cara com a minha mãe. Ela estava encostada na pia, ainda de roupão e pijama por baixo, meio sonolenta. Mas fez questão de não me deixar esquecer de entrar em contato com Henrique.
Mãe: Está mais calma Ana?
Diz puxando uma cadeira, para que pudesse me sentar.
Eu: Estou sim mãe, nada como uma boa noite de sono para afastar toda raiva.
Digo olhando sério dentro dos seus olhos.
Mãe: Que bom minha filha. Não existe relacionamento perfeito, existem sempre duas pessoas que fazem de tudo para ser o melhor possível uma para a outra.
Eu: Mãe, deixa pelo menos eu tomar meu café, preciso ir rápido para loja. Hoje é segunda e deve estar uma zona por lá.
Digo sentando corretamente na cadeira, ficando de lado para ela.
Minha mãe percebe que ainda não queria conversar, e vai para o seu quarto, mas antes me dá um beijo na cabeça.Rapidamente tomo meu café e corro para o banho, já estava atrasada.
Após enfim terminar de arrumar tudo, pego minha bicicleta para ir mais rápido. Sigo correndo, mas quando viro a esquina dou de cara com carro do Henrique. E quando ele me vê, ele dá três buzinadas e para o carro e fica a minha espera.
Até penso em seguir em frente, mas sabia que ele iria até a loja atrás de mim.Faço retorno e paro ao lado de seu carro. Olhando fixamente para ele pergunto.
Eu: O que você quer?
Sou atrasada.
Henrique: Bom dia Ana!
Seguro o guidão da bicicleta com tanta força, que quase o entorto de raiva.
Eu: Bom dia para você também Henrique.
Não tenho tempo para conversar agora.
Henrique: Volte amor, deixe a bicicleta na sua casa. Vamos comigo de carro.
Olho para ele virando os olhos e sem pensar digo:
Eu: Sério que você acha que eu vou entrar no seu carro, depois do que você fez esse final de semana?Vai achando!Ele se faz de desentendido.
Henrique: Ana eu só sai com os meus amigos, eu não sei do que você esta falando. Até parece que cometi um crime.
Aperto ainda mais o guidão da bicicleta. Minha vontade era voar em Henrique e apertar sua garganta, mas consigo me controlar.
Eu: Tudo bem Henrique se você acha que é só isso, não tem mais nada o que conversarmos, estou atrasada, adeus!
Faço retorno com bicicleta e sigo o meu destino.
Vou para a loja, e minha manhã passa lentamente.
Estava chateada, e tudo era entediante.Vou correndo para a escola, e tento me distrair conversando com meus amigos.
Cristian passa, mas não me vê, ou finge que não me vê como todos os dias.
Ali, olhando para ele, fico imaginando como seria se tivesse escolhido ele.
Me distraio em meus pensamentos, até que escuto o sinal tocar.Vou para sala de aula, e também não consigo me concentrar em nada.
Sabia que assim que acabassem as aulas, Henrique estaria a minha espera, e na minha cabeça só ficava martelando todas as brigas, todas as tentativas de término. Mas não sabia o que fazer.
O relógio se arrasta, e o último sinal toca.Tenho que encarar de frente meu destino.
Vou para o portão de saída, e como eu previ Henrique estava lá.
Sigo em sua direção, sabendo que precisava conversar, mais cedo ou mais tarde.
Eu: Boa tarde Henrique.
Digo abrindo a porta do carro e me jogando no acento ao seu lado.
Henrique: Boa tarde amor!
Diz, e vem buscando minha boca com a sua.
Eu: Não quero. Não tô afim.
Exclamo cortando totalmente o clima.
Henrique esfria o olhar, com as duas mãos no volante,segue para sua casa.
Assim que percebi que o caminha não era o meu o questiono.
Eu: Henrique eu quero ir para minha casa.
Henrique: Amor precisamos conversar, e na sua casa não temos como ficar a sós. Seus pais sempre estão na sala.
Vamos lá para casa.Não digo nada para impedir, sabia que realmente precisamos conversar.
Ao chegar lá, percebo que os pais de Henrique ainda não voltaram da casa de praia.
Entramos e seguimos para o seu quarto.
Henrique: Amor estou com tanta saudade de você.
Diz me beijando, e me encurralando contra seu guarda-roupa.
Eu: Henrique me solta.
Henrique: Calma gatinha, só quero matar a saudade.
Diz segurando meu rosto, e olhando em meus olhos.
Eu: Henrique eu não quero, vim aqui para conversar.Consigo me soltar após muito tentar, e forçar contra seus braços.
Henrique me olha fixamente, dava para ver a raiva transbordando em seus olhos.
Henrique: Tudo bem Ana, vamos conversar!
Diz puxando a coberta e se jogando em cima da cama.
Ele cruza as pernas deitado, coloca as mãos na cabeça, e aguarda atentamente a tudo que eu vou dizer.
Eu: Henrique eu não vou começar mais uma crise de ciúme, eu liguei para você, você não estava. Mais uma vez você saiu sem mim.Henrique então tenta me interromper.
Eu: Deixa eu terminar de falar.
Eu não vim aqui para brigar, nem para jogar nada na sua cara, nem vou discutir por você ter saído.
Eu só vim aqui dizer que você merece coisa melhor, e eu também.
Henrique se levanta, fica parado de frente a mim e diz:
Henrique: Ana você acha mesmo que você vai conseguir namorado melhor que eu?
Ao término da frase ele me encara como se tivesse me examinando.
Eu: Eu acho que devemos ser felizes. Se for com outras pessoas, tudo bem.
Só não podemos ficar do jeito que estamos. Esse relacionamento já acabou Henrique.
Digo e tento segurar sua mão, e ele a puxa para perto de si.
Henrique: Tem certeza?
Ana se você disser que tem certeza, eu nunca mais vou te procurar. E se seus pais vier me perguntar, eu vou dizer que a culpa foi sua.Lágrimas rolam em meu rosto sem que eu pudesse controlar.
Me sento e coloco as duas mãos na cabeça. Estava em total desespero.
Eu: Eu não sei, não sei o que quero, não sei o que fazer.
Henrique: Então pense, eu vou tomar banho, quando eu voltar quero uma resposta.
Ele diz e vira as costas para mim, me deixando sozinha com meus monstros interiores em seu quarto.
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O INÍCIO DA METAMORFOSE 🦋💜
RomantizmPRIMEIRO LIVRO. A história de Ana precisa ser contada. Em meio a um relacionamento abusivo ela se encontra sem saída e precisa de ajuda. Será que Ana vai conseguir se livrar das amarras de um amor tóxico? Baseado em fatos reais.