Noivo

1.3K 192 18
                                    

HELENA

Leônidas acordou bem cedinho para encontrar um amigo, me chamou para ir, mas não quis. Minha cama me chamava, se ele não me deixasse acordada todas as noites eu teria forças para acordar cedo, meu Jesus!

 Já fazia três dias desde a nossa chegada em Veneza e aproveitamos cada segundo do dia para turistar, nunca fui tão feliz. Eu sabia que estava sorrindo igual a uma louca, mas fazer o quê?!?

A campainha soou e imaginei que Leônidas tivesse pedido serviço de quarto antes de sair, então fui atender a porta. Ao abrir dei de cara com um morena de tirar o folego que me olhou de cima a baixo com cara de nojo.

_ As camareiras podem dormir nos quartos de luxo agora? - E passou por mim entrando como se o lugar fosse dela.

_ Eu acho que errou de quarto! Pode se retirar? - Estava tentando ter classe, mas ela que não estourasse meu pavio.

_Este é o quarto do meu noivo Leônidas, então estou no quarto certo. - olhei sem entender. Ela se sentou - Você acha que a primeira que ela faz isso, negrinha! Não! Ele sai com todas e é assim que mantemos nosso relacionamento, mas ele vai se casar é comigo. Não com uma morta de fome que beija os sapatos dele. Entendeu? Então, aproveita bem isso - e fez o dedo girar ao redor.- ,pois se durar vai ser só porque o sexo é bom, já que é isso o que dizem das gordas, não é? Como nunca tem homem, quando encontram distribuem até o que não tem...- Riu com escárnio e se levantou. -Essa suíte é tão a cara dele. - Falou absorvendo os detalhes  e depois me encarou.- Óhhh! você não está acreditando  em mim, me conta se ele te levou naquela "ópera" ?- ao falar ópera fez  aspas com o dedo. - Te beijou no final de alguma música? Eu conheço meu homem... - A interrompi reagindo.

_ Você é tão desqualificada. Eu posso ser  a mulher que beija os sapatos dele, mas pelo menos eu não vou ser a puta que aceita se casar sabendo que é corna...

_Sua... - Olhei para ela com ódio.

_ Boa! É essa a palavra! Eu sou tão boa que você sentiu medo e veio me escorraçar. Querida, se eu estou te causando medo a próxima pode te tirar ele. - Abri a porta. - Sai! Aproveita e leva esse perfume horroroso de vagaba de elite.  - E a mulherzinha veio para cima de mim, segurei sua mão no ar. - Nem pensa em encostar um dedo em mim, pois a negrinha da ralé vai fazer você colocar  uma dentadura, pois não vai sobrar um dente nessa sua boca.

A sei lá quem vinda dos infernos foi embora  e eu desabei, ela devia estar mentindo. Não era verdade! Coloquei meu vestido e desci até o restaurante Navie del Chefe  que ficava no térreo do hotel, Leônidas me disse que talvez encontrasse o amigo lá. Quando cheguei vi meu chefe no bar do restaurante, havia um homem  conversando com ele e do lado do Leônidas estava a morena. Fechei os olhos e quando voltei abrir pude reparar que ele descansava a mão no encosto da cadeira dela, e seu rosto continuava inclinado para o amigo. A morena odiosa o chamou e ele se virou, então ela depositou um beijo na boca dele. Não quis ver mais nada, estava tudo ali. No caminho com o desespero  derrubei um vaso, mas nem voltei para catá-lo do chão. 

Subi ao meu quarto, catei minha mala e joguei tudo que era realmente meu. Deixei o cartão chave  e cordão com o pingente de  uma esmeralda em forma de gosta que ele havia me dado embaixo dentro do copo de uísque vazio. Desci até a recepção e pedi para que fechassem o serviço de quarto para a minha suíte creme, deu dois mil dólares e dividi dez vezes , sairia sem dever nada. A estadia seria pelo..., não! Não vou pensar assim.

Sou uma boa secretária, consegui o mais rápido possível um lugar num voo para Áustria. Se voltasse para América Central, em Maldonor,seria muito fácil de me encontrar e a verdade é que eu ainda sou apaixonada por ele. Preciso me limpar, tirar todo esse sentimento de mim. Minha mãe saiu da França a cerca de uns três anos e foi para Áustria, sei que poderia contar com ela.



LEÔNIDAS

Subi ao meu quarto para apresentar  Dominic a Helena, ele era meu amigo a tanto tempo que seria padrinho do nosso casamento, se eu pudesse. Em falar em casamento, talvez pedisse Helena no final dessa viagem, estava bolando algo bem especial. 

Entrei no quarto com Dominic atrás de mim, rezei para que ela estivesse vestida, morria só de pensar no meu amigo vendo alguma parte da minha mulher. Rodei aquela suite toda e nada.

_Ás vezes ela foi a piscina.- Dominic deu uma ideia.

_Pode ser.- anui.

Fui pegar um uísque, pensando que ela podia ter saído, demorei a manhã toda, provavelmente ela foi se distrair. Ao olhar para o copo algo dentro de mim tremeu. Corri para o closet, só haviam as peças que eu havia comprado, nada dela. 

_O que foi que ela fez? - passei as mãos pelos cabelos. - Dominic veja na recepção se Helena deixou algum recado. Quero saber se houve alguma ligação. Se ela saiu do hotel, descubra o táxi e para aonde a levou! 

Dei ordens como estava acostumado, ser dono do hotel tinha lá suas vantagens. Dominic podia ser o administrador da minha rede de hotéis na Europa, mas o dono ainda era eu. Quando meu avô me fez enfrentar o mundo, eu acumulei muitos investimentos usando a inteligência. Investir em hotéis a beira da falência e leva-los a sua gloria total foi um deles.

Pelo que foi averiguado Helena havia ido ao aeroporto há menos de uma hora. Alguém ainda teve coragem de cobrar o serviço de quarto dela na recepção, demiti a pessoa na hora. Minha paciência estava no limite! Quis saber se teve alguma ligação, nada. A única coisa que vi nas gravações foi Agnella saindo e emtrando do quarto, uma Helena indo nervosa e voltando chorando e logo depois saindo com as malas desesperada. Alguma coisa aconteceu muito séria, e a equação era bem simples, e envolvia Agnella em todas as respostas. Em falar nisso, ela não conseguiu sair do hotel. Quando vi as primeiras imagens Agnella estava tentando conseguir um táxi, meus seguranças fecharam a porta enquanto ela abria. Aquela víbora tinha muito a explicar.

E sobre Helena, eu iria acha-lá. Não importava como, mas ela iria voltar para mim.

HelenaOnde histórias criam vida. Descubra agora