LUCA
Acordei em um quarto branco e frio, haviam vários tubos ao meu redor e um barulho suave de um bipe, minha cabeça doía e minha garganta estava seca. Queria voltar a dormir e me afogar na minha inconsciência, sentia aquele vazio no peito e a alma morta que só quem viu a morte de perto poderia sentir.
Fechei os olhos e voltei para toda aquele dia infernal.
Saímos da base confiantes e acreditamos que voltaríamos com Helena, mas nada aconteceu como planejávamos, pois a Interpol já havia invadido o local. Eles não tinham como enfoque o regaste da Helena, mas sim pegar o maior traficante humano do século atual, Phillip.
_ Eles não podem fazer isso! Helena está lá! - Haizeng parecia transtornado, não aceitava a Interpol no caso.
O espaço fechado da van parecia sufocar a todos nós, não conseguíamos pensar em nada. Era para estarmos tranquilos, mas numa grande operação o foco era o criminoso e não resgaste de vitimas... o que apertava nosso peito era não saber o que podia acontecer com a Helena.
_ Vai ser melhor, eles estão mais preparados para enfrentar tudo isso. - Um dos agentes amigos de Haizeng disse, tentando nos convencer de que agora as coisas se resolveriam, mas todos nós sabíamos a verdade.
_ Melhor para quem? Você acha que eles estão a fim da vitimas? Eles só querem uma grande a apreensão e afastar as falhas do último caso. - Havia raiva no seu rosto e mais alguma coisa que eu não conseguia perceber.Enquanto estávamos a uma distância segura monitorando as câmeras de segurança externas uma explosão aconteceu, ruindo, assim, uma parte na ala leste do prédio. Perdemos a conexão com interior e num ato de desespero Haizeng deu os comandos e entramos., foi a melhor e pior coisa que fizemos.
Deixei de olhar para a parede branca, estava muito cansado, mergulhei em um sono sem sonhos.
LEÔNIDAS
Entrar naquele prédio me fez ver até onde eu iria por Helena e quanto perdê-la me destruiria. Nunca entendi como me apaixonei em tão pouco tempo e como ser doente por ela me tornou tão humano e tão forte ao mesmo tempo. Talvez, se ela não tivesse entrado em minha vida eu continuaria o mesmo idiota que se via superior a toda humanidade.
O corredor sujo e os barulhos de tiros não tão distantes me davam um sensação de claustrofobia e ansiedade. Não sabia para que lado ir e só conseguia seguir meu instinto, o fato de eu tentar não encontrar ninguém da interpol também não ajudava, não queria ser confundido com um criminoso. Empunhei minha arma mais forte, segurei a postura me lembrando dos ensinamentos de Haizeng. Ele estava me dando cobertura indo em direção a zona oeste do edifício, haviam fortes suspeitas de que Helena estava lá.
Me aprofundando mais em corredores que pareciam ter sido de um centro moderno de pesquisa me assustei. Agora pareciam realmente pertencer a um prédio abandonado. Macas abandonadas, jalecos jogados no chão, lixo e paredes manchadas, coisas quebradas e papéis amassados, portas quebradas e aquele cheiro ruim de podridão.
Me assustei ouvindo barulhos de tiros próximos de repente e me escondi na primeira porta que vi, suava frio. Pela fresta vi homens da interpol passando com mulheres no colo em estado lastimável, e na minha ansiedade de ver se algumas delas era Helena quase fui descoberto, mas não era. Nenhuma delas era Helena. Quis gritar, chutar. Será que a encontraria ?
Me recompus, não tinha tempo para ter pena de mim mesmo, cada segundo era precioso. Sai pela porta com cuidado para não ser visto e tentando não fazer barulho, quando cheguei na virada do próximo corredor corri em direção ao oeste.HAIZENG
O mapa do lugar estava na minha mente , meu peito estava acelerado, mas fora isso nada em mim denunciava qualquer ansiedade, exteriormente controlado. Calmo, exato e limpo. Era assim que eu trabalhava e não era agora pelo meu envolvimento emocional que isso ia mudar. Desci as escadas que levavam ao porão, uma arma em punho e duas no coldre, avistei dois criminosos discutindo eles guardavam uma porta que eu precisava atravessar e era somente isso que importava, meu silenciador faria o resto.
LEÔNIDAS
Cheguei no porão e haviam dois corpos no chão, tiros limpos. Pulei os dois cadáveres e então ouvi passos na escada, me joguei para atrás das caixas empilhadas próximas a porta e esperei com a arma em punho, era Luca. Ele estava suado e com um olhar que eu nunca tinha visto... era vazio, tive medo por ele, por nós. Ele apontou a arma para mim e eu levantei as mãos indo em direção a luz, não disse nada diante do seu olhar de reconhecimento, fiz um gesto de cabeça em direção a porta ainda com as mãos levantadas, ele assentiu. Com ele na retaguarda segui para porta que talvez nos levasse até Helena.
A visão que nos esperava era pior possível.
A sala ampla que mais lembrava um harém luxuoso cheirava a incenso forte, tapetes e mais tapetes protegiam o chão e em um canto duas mulheres acorrentadas ao piso choravam baixinho. Haviam coisas destruídas, mesas viradas e cacos de vidros espalhados. E no centro, parecia se travar uma batalha silenciosa, Haizeng e sua MP 412 e Phillip com sua 38. O problema é que quem servia de escudo para Phillip era uma Helena mais magra, suja, assustada, se debatendo, e creio que era a única pessoa que impedia Haizeng da dar um tiro certeiro em Phillip.
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Helena
RandomHelena é uma mulher maravilhosa que ama o que faz. Tem em sua avó sua maior companheira. Seu tamanho 46, seus cabelos cacheados e seu conhecimento de mundo a fizeram uma mulher perspicaz. O problema agora é lidar com seu novo chefe...