O Destino

31.

Comecei a tomar um banho e comecei a chorar enquanto a água corria sob meu corpo. Eu tentei ser forte e racional, mas a verdade é que eu estava confusa, com medo e sem fazer a mínima ideia do que fazer. Shawn entra no banheiro totalmente nu e diz que quer tomar banho. Eu concordo com cabeça e ele entra. Por um segundo, eu pensei em ficar, mas lembrei q não seria nada justo com Chuck, então eu sai e me sequei. 

-Por que você saiu?

-Nenhum tipo de contato físico, lembra?

Ele abaixa a cabeça e fica quieto. O fato de não poder ficar, me causa uma dor aguda e eu saio rapidamente do banheiro, enrolada na toalha.

Fui ao closet, mas para isso passei pelo  quarto, onde Chuck estava deitado na cama. Eu passei rapidamente com medo de render-me a ele. Não o olhei, mas senti seu olhar queimar em mim. Tranquei a porta do closet e me vesti. Eu sempre fui muito boa em resistência, e brincar um pouco aliviaria meu estresse. Então, passei hidrante, penteei meu cabelo e coloquei uma lingerie preta por baixo de um short curto e uma blusa preta transparente. Depois, passei perfume e sai do closet, deitando na cama de barriga pra baixo e os pés para cima, mexendo no celular e agindo normalmente.

Eu sempre me imaginei num daqueles romances fictícios que sempre amei ler. Achava que seria algo incrível descobrir que lendas são reais. Mas imaginei que seria como contos de fada, e não uma situação desesperadamente complicada.

Sempre fui uma garota indecisa, preocupada com o futuro e com as consequências de minhas atitudes. O que eu deveria fazer? Como sairia dessa? Eu sempre amei Shawn de uma maneira que seria insuportável viver sem ele. Mas mesmo quando odiava Chuck e queria me vingar dele pela suposta morte de Shawn, eu não o queria morto, e não queria fazer mal algum a ele. Eu sempre pensava que faria mal a pessoa que matou meu namorado, como se fossem pessoas diferentes.

Além disso, por mais que tenha essa tal de profecia, eu não entendo como eles conseguem se odiar tanto assim, ao ponto de simplesmente não conviver juntos. Acho que talvez, se eu arrumasse um jeito de fazer eles se entenderem, pararem de se odiar, nós poderíamos quebrar essa profecia, sei lá, criar uma nova.
Não sei. Só sei que nunca mataria nenhum dos dois.

Jamais.

-Bia? Tá me ignorando?
-Desculpa Chuck... estava apenas pensando em algumas coisas.
-Posso saber o que pensou?
- Não. Prefiro guardar para mim durante um tempo. É só que.. eu não entendo que ser superior seria tão egoísta e amargurado ao ponto de lançar essa maldição sob 3 pessoas que nem sabem o que tá acontecendo.
- Na verdade, não é uma maldição - disse Shawn parado na porta do quarto com os braços cruzados. Porque eles têm que ser tao encantadores assim? - A lenda conta que o trio inicial não era desse mundo. É como se fossem de um planeta terrade outra dimensão.
- Tá zoando né? Somos mutantes ou coisa do tipo?
-Nao, disse Chuck. Somos humanos adaptados, digamos assim. Como Shawn disse, o trio inicial era da outra dimensão. Eles vieram para cá ainda nas barrigas de suas mães. Foram criados aqui sem saber de seus destinos ou de seus propósitos.
Aos 16 anos, se conheceram e sentiram tudo o que nós 3 sentimos. Quando perguntaram aos seus pais o que significavam as visões que tiveram, descobriram que eles vieram salvar nossa dimensão.
- Há um ser que nunca foi derrotado. Apenas consegue ser contido, e dorme por mil anos -continuou Shawn - quando ele acordar, testa os três salvadores e lhes da o poder de destruição ou salvação. Mas ele escolheu a garota porque ela estava divida entre seus dois amores, o que não era para acontecer. Kratos decidiu então mudar o rumo da sua proposta, e lhe concedeu a chance de salvar apenas um de seus amados, e viver uma vida normal com ele, enquanto o outro teria sua alma sulgada por Kratos.
-Mas ela fez a escolha errada, não sabemos o porquê, talvez ela tenha escolhido o cara errado, ninguém sabe. Apenas sabemos que ele acorda de mil em mil anos esperando que um dia, a garota faça a escolha correta e liberte o mundo dos sete pecados capitais. É a chance de curar o mundo.
- Mas porque eu? Porque nós?
- Nossos pais disseram, que o trio inicial recebe um tipo de sinal quando é o ano certo, e eles saem em busca de crianças que nasceram naquele momento e que têm o coração forte suficiente para lutarem. Os dois garotos sentiram que eu e Shawn éramos os mais preparados para isso, e nos concederam esses presentes.
- Já a menina, escolheu você por sua bravura, e doçura. E lhe concedeu dons que ainda não foram definidos, mas concordo com Chuck ao acreditar que você é mais forte, que não tem apenas um dom. Sei que é muito para digerir, por isso eu não queria contar para você ainda. Era um momento muito delicado pra gente.
- Eu sei, eu não posso me dar o luxo de ficar com raiva de algum de vocês agora. Tem coisasmais urgentes na qual preciso me concentrar.