“Eu sou a mentira que diz a verdade, se é proibido o meu fogo arde”
- Ana Cañas
♥Na escola não contei nada para ninguém sobre a mensagem, aquela possibilidade me fazia pensar mais e por sua vez prestar mais atenção nas aulas. Porém, quando pensamos muito começamos a cogitar coisas ruins e eu comecei a refletir no quanto eu era covarde.
Por fim, tinha chegado a hora da educação física. Natação naquele dia. Vesti meu maiô cinza, joguei minha sacola com roupas no banco. O professor não podia ficar conosco na piscina, então as meninas aproveitavam para tirar suas fotos em formato de S que elas pensavam ser sensual.
Os pensamentos de inutilidade não saíam da minha cabeça. As vezes, me sinto presa dentro de mim mesma. Joguei-me na água e ressurgi na superfície de cabeça erguida fazendo meu cabelo grudar nela. Prendi o máximo de ar no pulmão, afundei e fui soltando aos poucos e consequentemente afundando. Me sentei no fundo da piscina, no meio, e abri os olhos. Eles ardiam assim como meus pulmões. Ali em baixo eu podia mediar em silêncio. Eu tinha a habilidade de não respirar por muito tempo. Meu recorde era três minutos.
Comecei a pensar no quanto demoraria para ficar junto de Tomás. Sempre pareci forte, mas, nunca foi assim de fato. Eu sempre perdia as esperanças no meio do caminho e não achava mais a direção. As vezes pensava nas tentativas de morrer que Ágata. As vezes a morte não é tão ruim. A vida às vezes era tão pesada que minha vontade era fugir dela.
Nadei de novo para a superfície e lá estava as mesmas idiotas. Olhei para minha bolsa que estava com um brilho verde no bolso. Tinha chegado mensagem.
Corri e peguei o celular, me enrolei na toalha e fui para baixo do teto de vidro onde a luz quente refletia. Olhei a mensagem que tinha chegado. Era o mesmo código que tinha me mandado mensagem no outro dia. Dessa vez a mensagem dizia:“ Encontre-me depois da aula na praça perto da escola. Seja discreta. Vai ser difícil mas conseguiremos. Eu te amo muito.”
A educação física era o último horário. Pulei na piscina e fiquei nadando de um lado para o outro, esperando o horário passar. Saindo da escola fui pelo caminho menos movimentado para que ninguém me parasse ou algo assim.
Logo o vi sentado no banco, ele estava lindo, seu cabelo estava maior e uma parte caia no olho. Sentei do lado dele e não olhamos um para o outro para que não parecesse que estávamos nos encontrando. Eu disse:– Oi.
– Você está linda. – disse ele sorrindo
– Você também.
– Vou direto ao ponto, Daniel me deu uns aparelhinhos depois que foi preso, uns que não podem ser rastreados, nem hackeados, nem podem ser contatados de um outro telefone que não seja esse.
– Amo quando você fala assim.
– E eu amo tudo que você faz Louise. – Ele suspirou – fiz esse para você. Ele tem a forma de um estojo desses de maquiagem . Quando você abrir vai ser ativado um teclado numérico com sua digital, mas se sua mãe, por exemplo quiser usar não tem problema, ele vai parecer um estojo vazio. Me inspirei em um desenho animado antigo.
Ele jogou para mim no banco e eu peguei, abri e como ele disse abriu o teclado numérico para ligar. Então eu disse:
– Obrigada. Significa muito pra mim.
– Para mim também. Agora vai meu anjo. Ninguém nunca vai me separar de você.
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Apaixonada por um anjo - Segundo livro da trilogia Anjo
RomanceNo segundo livro da trilogia "anjo", o crescimento pessoal de Louise Lane continua, juntamente com seu amor por Tomás. Agora Louise tem um sonho, uma meta e bons amigos. Nessa jornada, essa jovem apaixonada se tornará muito maior do que jamais sonho...