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  "Se enamora. Quem vê você chegar com tantos sonhos e os olhos tão ligados nesses sonhos, tesouros de um amor que vai chegar"

(Balão magico)

Perto de onde eu morava tina uma locadora de filmes chamada século passado. Lembro-me de quando aluguei um dos filmes do 007. O filme me envolveu tanto que mesmo depois que terminou eu me sentia como que presa nele. Quando eu conversava com Tomás em publico, inevitavelmente eu ficava olhando de um lado para o outro como se eu estivesse sendo perseguida por agentes secretos do governo. Eu era uma agente secreta em nome do amor e tinha que agir como tal. 

  Ás vezes eu me esforçava para me sentir mais do que uma adolescente desobedecendo a mãe, mas sim como algo especial. Porém, para minha tristeza, os questionamentos sempre chegavam, cedo ou tarde. E, no final eu sempre era a traidora, mesmo que eu tentasse reprimir esses pensamentos. 

  Porém, eu via em Tomás bem mais que um romance perigoso, eu via um marido. Eu via o meu futuro, e traidora ou não, eu estava lutando pelo que eu queria para o meu futuro. Eu estava feliz fazendo aquilo, mesmo com a culpa que ás vezes pesava. 

  A felicidade não estava só aí. Naquele tempo até mesmo a minha rotina eu amava. Eu amava minha classe. Estar com eles era um verdadeiro filme de colegial. Tinha a dança e o meu trabalho e o de Diego sendo cada vez mais lapidado e se tornando uma linda e brilhante pedra preciosa. Além disso eu veria Tomás pessoalmente em breve!

  Tudo parecia estar em ordem se não fosse a saudade que eu sentia de Tom. Aquele sentimento diabólico que dilacera tudo de face a entranha. E como toda boa moça apaixonada, era como se eu não fosse sobreviver até o momento em que ficaríamos  juntos.  

Em um dia, no ensaio com Diego, eu comecei a primeira parte com precisão e perfeição. Mas depois, como que enfeitiçada, me enrolei toda e a perfeição foi pro água a baixo.


 – Eu perdi meu talento, não sei mais dançar! 

Disse para Diego atônita com as mãos na cabeça.  

– Não, Lou, perdeu não! Olha para mim – Ele falava como alguém que explica algo para uma criancinha, mas fiz o que ele pediu. Diego continuou: - você lembra daquela música mais antiga que fala que o cara tira a rima da moça porque ela ama ele?

– Lembro. 

– Dançar é um poema, Louise. Você está amando muito, além disso você se encontra em um estado de estresse. Você perdeu o ritmo, está desarmoniosa com seu corpo. Tem que encontrar este ritmo de novo. 

Essa foi a Explicação de Diego para mim. Doce, fantasiosa, sentimental e jamais esqueci. Ele soube tocar meu coração.

– Mas e se eu não achar?

Perguntei preocupada, ao que ele respondeu:

– Vamos embora. Vou te levar a um lugar. 

Ele se levantou depressa, parou na porta, olhou para trás e me chamou, seu olhar já dizia que ele tinha um grande tesouro para me apresentar. 

Apaixonada por um anjo - Segundo livro da trilogia AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora