Apaixonada por um anjo - Segundo livro da trilogia Anjo

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“E quando esse inferno passar, vou esperar. E não haverá fim”
(Malta)
♥

  Quando eu olhava para dentro de mim via uma guerreira com uma espada matando todos os que apareciam para ir contra meu amor. Sentia minha espada penetrando em carne, nervos, esbarrando nos ossos e por fim cortando o coração. Fui feita para lutar, mas eu não tinha nada pelo que lutar. Ate aquele momento.
  Meu amor por Tomás era tão forte que eu podia morrer por ele.
Sempre quis ir para o exército e usar aquelas roupas verdes levando a bandeira do reino, no fundo só queria me sentir heroína. Na verdade. Só queria uma grande história, uma aventura!
Vivian e eu nos tornamos grandes amigas com o tempo, para falar a verdade no início eu só ia na casa dela pela internet, mas comecei a gostar dela. Ela não dançava com muita graça, talvez esse não fosse o dom dela, mas ela era esforçada. Vivian gostava de fazer as coisas sozinha, nunca pedia ajuda, pelo menos não para mim. Com base em nossa amizade forte decidimos que apenas duas pessoas poderiam saber do nosso segredinho: Diego e Vivian. Então Vivian virou muito amiga de Tom, que me ligava todos os dias na volta da escola. Sempre passava por um caminho mais tranquilo para que ninguém conhecido me visse com um “estojo maquiagem” grudado no rosto.
   Nós conversávamos sobre tudo, para ser sincera, na maioria das vezes éramos bem bobos, mas na maior parte do tempo ele era carinhoso. Ele cantava músicas românticas, fazia grandes declarações de amor, dizia coisas que eu só ouvi nos sonhos e ainda assim era muito melhor que elas.
  Na maioria das vezes eu ficava vermelha e parava de falar e ele logo sabia como eu estava. Aprendi a ler Tom só pela voz, se estava sorrido, se estava sério, ou nervoso, ou até mesmo de braços cruzados.
Infelizmente não era todos os dias que podíamos conversar por telefone, então ele fez uma atualização nos aparelhos para que pudéssemos conversar por mensagem o dia todo sem internet, nem créditos, graças a um dispositivo antigo chamado Bluetooth. O bom de conversar assim é que podíamos nos falar o dia todo, como nos velhos tempos.
  Ao anoitecer eu gostava de ir para a laje e de lá ficar vendo as luzes da cidade se juntando com as luzes do céu, e sonhar acordada com o dia em que ficaria ali na lage olhando as luzes junto com Tomás. Compartilhando com ele essa pequena e relevante beleza da vida.
  Uma história de amor não é feita de grandes atos memoráveis, mas sim de pequenos momentos que a torna inesquecível. Acontece que eu e Tom fomos feitos de pequenos atos, pequenas histórias e um grande amor. Movida pela esperança de um tempo feliz sem ter que me esconder.
  Então fiz uma contagem daquele dia até o dia que eu fizesse 18 anos. Segundo as minhas contas faltavam 1075 dias. A percepção de muito ou pouco tempo não dependia de mim. Não sei bem como me sentia.
  No meio nesse devaneio chuvoso em meio a tantos números assustadores a voz apaixonante de Tomás veio ao encontro do meu ouvido repetindo as doces palavras: “idade e anos são números pequenos para quem ama.”