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 "O tempo passa de pressa quando estou com você, as horas viram minutos eu não consigo entender"

(Gustavo Lima)

  Os Dias que se passaram foram maravilhosos. Senti liberdade com Tomás que nunca tinha sentido na vida. Poder encostar nele, brincar e sorrir fazia algo dentro de mim inflar, uma coisa que eu já tinha sentido antes, mas não na mesma quantidade. Essa nova sensação poderia até me sufocar, sufocar de um jeito bom.

  Infelizmente depois de tantos bons momentos juntos, depois de tantas risadas, depois de dias fazendo algo bom juntos, algo para nosso futuro e para o futuro de todos, construindo boas memórias e bons palares para o resto de nossas vidas, depois de tudo isso, chegou a hora de partir.

  Eu e Tomás decidimos arrumar as coisas para viajar e como o dia era livre, nos encontrarmos na barragem. Arrumei minhas coisas o mais rápido possível, colocando tudo em seu lugar o mais organizado possível, usando todos os meus talentos e manias de organização.

  Arrumei minhas coisas e Vivian e Diego foram comigo até a barragem. Todos nós sentamos no chão e ficamos conversando. Os sons da água batendo no dique, dos pássaros cantando e dos micos urrando me fizeram esquecer que aquele dia estava acabando. O ar era tão puro! Minhas narinas não ardiam quando eu o puxava.

  Eu estava apreciando tudo a minha volta quando Tomás passou o braço ao meu redor e eu acordei. O que era para me acalmar, me deixar bem, me fez ficar mais preocupada. Eu iria ficar sem ver ele por um ano, um ano sem ver aquele lindo sorriso, um ano sem o tocar, um ano sem sentir aquela magia maravilhosa. Além disso, agora havia as férias e não teríamos tempo de conversar na hora do almoço como sempre. As férias deveriam ser um alívio para mim, mas, ao contrário disso, eu não conseguia me sentir bem com o fato de que talvez eu não ouviria voz dele todos os dias.

  Talvez seja para isso que os pais tentam tanto nos preparar, para consegui enfrentar a vida que nunca está boa por completo.

  Ele então me deu um beijo leve no rosto, e outro, então tentei me convencer a levar um dia de cada vez. Olhei para ele e ele estava sorrindo, com aquele sorriso que eu amo.

  O tempo passou rápido e já eram 13:30. Tínhamos que nos dirigir ao acampamento para o almoço e depois assistir a grande novidade da Nature, o espetáculo de fechamento. Almocei bem pouco porque as borboletas no meu estômago já tinham tomado 90% dele.

  O espetáculo começou. Um teatro, retratando os últimos 80 anos de história e mostrando o quanto crescemos, também mostrava como a natureza nos agradecia. Era ridiculamente maravilhoso.

  Em seguida uma apresentação de dança e música com todos os figurinos e instrumentos feitos de material reciclado.

  Enquanto víamos o show, Tomás segurou na minha mão. Um amor escondido entre uma multidão. Meu coração acelerou quando ele começou a acaricia-la. Senti uma segurança, senti algo que eu sabia ser precoce. Os choques que dávamos a cada toque eram deleitantes.

  Quando os fogos começaram a estourar no céu e a multidão começou a gritar ele disse no meu ouvido:

– Não me solte por favor...

  Meus olhos se encheram de lágrimas pois eu sabia que dentro de minutos teria que o soltar. Sabia que eu ficaria um ano vivendo só de lembranças, sabia que ele ia sofrer mais que eu. Sabia que íamos brigar, mas, como sempre, reataríamos porque nossos corações foram feitos para ficar juntos. Não, nunca íamos nos soltar.

Apaixonada por um anjo - Segundo livro da trilogia AnjoOnde histórias criam vida. Descubra agora