Banheiro na moita

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O primeiro porre a gente nunca esquece.

Eu era a mais nova das minhas amigas na época do colégio. No terceiro ano, elas já estavam completando 18 anos e eu ainda ia completar os meus 17, por isso, que quando a última das minhas amigas completou 18 anos, eu fiz algo bem errado.

Atenção pessoal: nunca façam isso!

Se bem que eu não recomendo que ninguém tente reproduzir qualquer desses micos em casa.

Mas esse, em especial, por favor, não tentem.

Decidimos comemorar o aniversário em um bar, arrumaram para mim uma identidade para que eu pudesse beber, e fomos felizes e serelepes para o bar.

Me embriaguei de chopp de vinho - não façam isso, a pior ressaca do universo. E depois de muita bebedeira, voltamos pra casa dessa amiga.

Ela é bem de vida, os pais tem bons empregos e ela por consequência era bem rica - continua sendo, mas isso não vem ao caso. A casa dela é muito grande, com aqueles corredores cheios de quartos de hóspedes enormes e banheiros que dava pra morar dentro. Tinha dois andares e tudo mais.

Era a minha segunda vez na casa dela e só sabia onde era o quarto que a gente tava dormindo porque já estava lá.

Acordo de madrugada com uma vontade estupidamente grande de fazer xixi. Tinha um banheiro no quarto, mas estava ocupado.

Na minha cabeça ainda nublada pela bebida, quando olhei para a janela e vi aquelas pequenas moitinhas no parapeito, vi que era a minha oportunidade.

Corro pra lá, e depois de olhar para todos os lados e ver que está tudo escuro e no mais completo silêncio, eu vou fazer o meu xixi sossegada. Não foi nada fácil, mas consegui mirar na moitinha sem respingar nada em mim - envolveram posições super reveladoras - e me segurar no parapeito para não cair de cara no chão. Estava aproveitando a vibe depois de esvaziar a bexiga de costas e quase colada de um dos parapeitos, segurando firmemente no parapeito lateral e de frente e um pouco afastada do outro.

Só que eu pensava que estava sozinha, mas a realidade me mostrou que eu estava errada.

O parapeito que eu estava olhando de frente não estava vazio, na verdade, ali era o quarto do irmão mais velho da minha amiga, o Felipe, e ele estava acordado e assim que ele percebeu que eu tinha percebido que ele tava ali, começou a rir alto.

Me entortei toda para puxar o short e calcinha para cima, mas sei que de onde ele estava, não tinha como ele ver a minha falta de decência. Claro que em vez de simplesmente voltar para o quarto e tentar dormir novamente fingindo que nada tinha acontecido, eu fui falar com o Felipe - obrigada álcool por roubar as minhas melhores decisões.

Ele disse que aquelas moitinhas com certeza eram mais regadas por amigos que voltavam das bebedeiras do que por água. Disse que era para eu ficar tranquila, que ele não tinha visto nada, tinha acabado de chegar ali, e que eu não precisava ficar com vergonha. Eu briguei com ele, dizendo que era pra ele ter avisado que tava por ali - mas eu que não devia usar planta como banheiro.

Mas claro que eu estava, até aquele momento, nenhum cara tinha me visto com as calças abaixadas. Eu dei o assunto por encerrado, entrei novamente no quarto e enterrei a cabeça no travesseiro, quase me sufocando até dormir.

No outro dia, tentei me fazer de doida e fingir que nada tinha acontecido, mas ele tinha que brincar com a minha amiga - irmã dele - em como aquela moita estava especialmente irrigada naquela manhã. Claro que eu olhei assassinamente para ele e quis que a terra me engolisse junto.

PS. Me chamem de doida, mas achei a atitude do Felipe tão atenciosa e reconfortante, que eu acabei desenvolvendo uma quedinha por ele. E sim, ele ficou sabendo, mas isso é história para um outro capítulo.

🌳🌳

Eu estava parecendo um cachorro marcando território numa moita. CORAGEM.

Alguém disse, vergonha alheia?Onde histórias criam vida. Descubra agora