14.

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O calor entre os corpos aumentava ainda mais o desejo de ambos. Homem e mulher. A sensação de ter seu cabelos soltos passeando por seu rosto e sua risada imaginária soava alta, trazendo-lhe êxtase. Um sorriso preenchia seu rosto, e então ela o beijou. Leve, doce, calmo, lento... Diferente. Foi assim que imaginara. Alícia da Northumbria.

Será que valeu a pena ter trago uma garota misteriosa a sua aldeia, onde todos estão magoados pela morte de seu líder ter sido causada pelo pai dela. Ela não tem culpa, isso não deveria ser errado!

Não é a primeira vez que alguém do oeste é trago como escravo. Apenas com esta exploração, foram tragos mais de cem escravos, e, embora o número não tenha sido o mesmo ao desembarcarem, ainda sim restaram dezenas de cristãos para escravizar. Não entendia porque fizeram tanto alarme por causa de uma.

Pois esta era filha do rei da Northumbria, grande imbecil. Pensou.

O fato da garota ser dotada com berço de ouro, o seu puro sangue azul desta vez foi a sua perdição. Ninguém se importaria se houvesse trago uma simples camponesa consigo, até gostariam da ideia, mas porque isto não se agrega a uma "ex-princesa"?

Hvitserk pensava em como reverter a situação de Alícia. Obviamente o rapaz não desistiria da moça tão fácil assim, considerando o trabalho que teve para raptá-la, persuadí-la, e conversar com ela sem que a menina tentasse matá-lo. Não, ele não poderia.

- O plano é o seguinte, irei até o salão real, e falarei com Aslaug, ela sabe que não pode ficar com a escrava para si se houver alguém disposto a comprá-la. - proferiu seu plano em puro êxtase para o homem deitado no chão com a boca aberta enquanto roncava. Loki não poderia ouví-lo de qualquer modo, fato que fez o garoto revirar seus olhos em total tédio. - Certo, eu não preciso da sua ajuda, mesmo. - disse Hvitserk e então saiu da taverna onde estavam os dois e caminhou até o lar da rainha Aslaug.

O dia já havia amanhecido, e era possível ver crianças e adultos na rua, fazendo assim, o comércio e os pequenos roubos começarem a circular. Subiu a pequena escada que dava para o salão da assembléia com deficiência, pois ainda não havia sido totalmente curado da briga que teve com o irmão mais velho, Björn.

- Rainha Aslaug! - gritou o rapaz com tranças, já a beira de soltarem- se. - Rainha Aslau.. - gritou novamente, no entanto fora interrompido pela mulher metros a sua esquerda, onde estava posto um grande banquete de café da manhã.

- Custa me chamar de mãe, pelo menos? - disse a rainha em total desinteresse, convidando seu filho para sentar-se ao seu lado logo em seguida. Hvitserk a obedeceu, porém, sentando-se na cadeira, que já tinha dono, por sinal. - Sabe que este lugar não pertence a você. - indagou, calmamente.

O suposto lugar "guardado" pertencia ao filho caçula, Ivar, que apareceu no campo de visão de Hvitserk segundos depois às palavras de sua mãe. Mas ele apenas ignorou o olhar mortífero do irmão.

- Ivar, irmão! Não te importas se eu sentar no teu assento um pouco, não? Sabe, você precisa de mais liberdade, não é saudável sentar todos os dias, em todas as refeições perto da mãe. Isso pode torná-lo dependente dela. - disse Hvitserk em total sarcasmo enquanto organizava a comida em seu prato para comê-la logo em seguida.

Ivar manteve-se calado, cambaleando para a cadeira do outro lado da mesa, no entanto, ainda próximo a sua mãe. Ao sentar, Aslaug tocou-lhe a mão, mas logo fora rejeitada, quando bruscamente ele puxou a mão para pegar seu alimento.

- O que quer, Halfdan? - Aslaug chamou-o por seu nome de nascimento, e automaticamente o rapaz lembrou de seu objetivo.

- Estou aqui apenas para dizer que não a culpo pelo que aconteceu comigo.. e que como prova de que não tenho ressentimentos da minha mãe, vim avisá-la que comprarei Alícia da Northumbria, como minha escrava, claro. - sorriu ao fim do aviso, e então levantou-se da mesa, mesmo que insatisfeito pelo teatro que era aquela família.

VIKING ODIN'S BLOODOnde histórias criam vida. Descubra agora