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"Não importa o quão esteja ruim, sempre podes piorar"

          O alívio disfarçado em ira era um feito magnifico de Aslaug. A rainha de Kattegatt fez questão de levantar-se de seu trono para chegar mais perto de Alícia, reconhecendo a menina como aquela que havia medicado à dias no porto com a intenção de comprá-la como escrava mas ao desmaiar de fome e cansaço, não conseguiu tal vaga de emprego não remunerado.

- Conte-nos por que estão aqui, Hvitserk, filho de Ragnar e esta escrava sem nome. - atirou de uma vez a rainha Aslaug, atraindo a atenção e conseguindo o silêncio de todos na assembleia.

          A menina com os lábios em vermelho vibrante apertava-os em compressão ao baixar sua cabeça. A rainha pronunciava suas palavras saxônicas, e então a menina conseguia entender o que a mulher dizia em alto e bom tom. Seus dedos entrelaçados uns nos outros afrente de seu corpo a envergonhavam. Todos ali olhavam para ela e para o viking ao seu lado, que pôs-se a falar antes que sua rainha-mãe cortasse a finíssima linha de  paciência que ainda tinha.

- Há cinco dias atrás, minha casa foi invadida e envolví-me em uma briga com meu irmão de sangue Björn pelo motivo a qual todos me acusam de ter trago uma traidora para nosso reino.. É claro que tal decisão foi tomada por mim e que fico grato em receber toda a glória por este feito. - pausou, para que sua rainha pudesse avaliar a situação, extremamente confusa, mas que de fato, levantou sua curiosidade.

- Prossiga. - exigiu Aslaug

- Entretanto, minhas intenções não foram deixadas claras. “Esta escrava”, como discreveu sua majestade - risos debochados foram ouvidos - não é, apenas isto, mas sim Alícia da Northumbria, filha do rei sentenciado a morte por ter assassinado o meu pai e seu marido.

     O silêncio tomou conta da assembleia, senão pelo riso tanto quanto estranho de Floki, que presenciava tudo como um enorme show de humor. Aslaug mantinha os olhos fixos em Alícia, tentando projetar algo para argumentar contra seu filho e ao abrir sua boca, fora interrompida antes de suas palavras serem ditas por um manco rapaz que mesmo a tropeçar ao encalço terroso, ainda atraiu mais comentários e falas irônicas sobre o caso enfadonho.

       Ivar, O dessossado tinha bastante dificuldade em andar, isso por ter sido amaldiçoado por uma promessa não cumprida feita pelo seu pai a sua mãe quando ainda estava dentro de seu ventre. O rapaz era o mais novo dos irmãos e consequentemente o mais raivoso de todos. Desde pequeno sempre fora tratado como aleijado, quando não tinha forças o suficiente para pôr-se de pé nos dias em que sua doença o atacava, fazendo com que o menino ficasse dias sem se levantar. Por ser o que mais precisou de ajuda materna, conseguiu o lugar de destaque no coração da rainha, que por vez, também era sua mãe.

- Ora ora, vejamos quem voltou do esconderijo, querido irmão. - sacaneou o mais novo a Hvitserk.

- A menos que tenha queixas, irmão, sugiro que fique quieto e espere a tua vez. - indagou o irmão mais velho, indo para mais perto de Alícia, que por impulso, segurou sua mão em um aperto sufocante.

- Gostaria apenas de dizer, que os teus segredos, não tem influência alguma com dinheiro, já que toda Kattergat sabe que você não tem interesse monetário. Já no sexual - ouviram-se gritos maldosos - tirando nosso irmão Sigurd, você é o  homem que mais deitou-se com mulheres, casadas, viúvas, virgens, solteiras. Basta ter uma entrada. - riu-se Ivar acompanhado da pequena multidão da assembléia. Aslaug permanecia quieta até agora, mas logo todos puderam ouvir seu apressado e nervoso tom.

- Calem-se!

- Não se trata apenas de riquezas, querido caçula, mas de vingança! - alterou-se Hvitserk. As pessoas pareciam concordar com o que o jovem dizia, todos ainda pareciam revoltados com a morte de seu ex corajoso líder descobridor de terras vastas ao oeste. - O meu pai foi brutalmente assassinado, e nós, como verdadeiros viquingues, pagamos sangue com sangue!.. Neste caso, pagaremos uma vida com outra.

- E o que propõe a nós, Hvitserk, filho de Ragnar - Aslaug repeliu as palavras com um breve sorriso no rosto. Ela se sentia orgulhosa por seu segundo filho, não por ter desbancado o seu preferido, mas sim por mostrar mais uma vez que o seu sangue corria pelas veias dele. Por ver o quão vingativo o rapaz era.. ou aparentava ser.

       Alícia, naquele momento, parecia imóvel, preferia mil vezes que eles estivessem em seu dialeto nacional ao ter que ver sair da boca do homem que dissera que tudo ia acabar bem, agora dizer que, sua vida seria trocada pela morte do Rei Ragnar Calças Peludas. Aquilo não fazia sentido. Não conseguia acreditar que confiou sua vida àquele desprezível, e mais uma vez estava a sua mercê implorando a Cristo por sua misericórdia.

- Proponho ficarmos com ela. - disse o jovem - fazê-la uma de nós. Sugiro a nós que a tornemos uma viking, e quando voltarmos ao oeste, mostrarmos como a princesa de um rei morto por vikings virou uma de nós. - Hvitserk levantou sua mão direita que foi respondida por dezenas outras levantadas e um grito encorajador em seu nome. Alguns homens chegaram até a cumprimenta-los em seguida, mas a festa pareceu durar menos do que o esperado. Já que estavam em uma assembleia, precisavam do decreto da rainha em relação a estadia de Alícia.

- Silêncio! - pediu Aslaug em um grito, conseguindo o esperado em questão de segundos. Grande parte da população não gostava muito de sua rainha, mas Aslaug sempre fora um mulher respeitada por toda Kattegat - Examino suas condições como absurdas. Como alguém de origem cristã, como a dela, poderá, um dia se tornar verdadeiramente viking como nós. Não podemos deixar que essa.. garota, durma em nossas casas, coma a nossa comida sem confiarmos nela, devemos colocá-la em seu lugar, como escrava, já que foi assim como ela chegou aqui. - disse por fim a mulher e então acenou para alguns homens ao fim do salão onde ocorria a assembleia. Logo os dois vieram, pegando Alícia pelos braços. A menina, apavorada debatia-se com todas as suas forças, gritando e se sacudindo como se de alguma forma tivesse chance de escapar deles.

     Hvitserk olhou para a mãe pela última vez com seu olhar de reprovação. Estava claro que ela não deixaria a garota em paz, mas não imaginou, de forma alguma que sua mãe tivesse tal maquiavélica alma para rebaixar a menina à sua classe mais desprezível.

    Os homens levaram Alícia até um celeiro ocupado por cavalos, e Hvitserk os seguiu. De princípio, o príncipe, terceiro em sucessão não foi altorizado a entrar, mas ao sacar suas duas espadas aos dois homens desarmados, foi rapidamente possível estar perto da menina mais uma vez.

- Fique longe de mim! Fique longe de mim! Fique longe de mim! - Alícia repeliu em choro quatro palavras que pareciam errôneas para Hvitserk. Sem ele, ela com certeza jamais sobreviveria, mas a essa altura, ela não se importava mais.



Hey babyes!! Entaaaaaão mais um capítulo concluído, uhhul!! Eu sei que estou andando a passos de tartaruga com a fic, é que no momento me deparo um pouco perdida, mas estou me encontrando,.. aos poucos. Bem, não quero fazer uma nota muito grande, só espero que tenham gostado e que possam votar e comentar (porque namoral, eu amo muito quando vocês falam alguma coisa). Até o próximo capítulo!

VIKING ODIN'S BLOODOnde histórias criam vida. Descubra agora