01. prólogo

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       Suas botas pesavam por causa da grossa e negra lama ao qual pisava enquanto caminhava pelo meio da mata atrás de alguma solução. Os seus olhos ardiam por algum motivo forte o suficiente para não ser dito, era real. Apesar de vikings não possuírem filósofos, começou a encher sua cabeça de perguntas bobas e sem respostas apenas para tentar parar de pensar um pouco nela, ou para simplesmente parar de chorar como uma criança.

       Parou de andar assim que viu a dificuldade que estava tendo em levantar seus pés pesados, até que teve a mais amaldiçoada ideia: tirar suas botas e recomeçar sua trilha pela lama grudenta e gelada, ora ou outra, talvez nem tenha se importado, contando que quase sempre que tocava seus pés na lama, sentia serem arranhados por galhos secos e pedras pontudas. Era um tipo de punição justa, considerando a maior besteira que fizera e ele mal conseguia fechar a boca, de tanto que xingava a si mesmo por tê-la deixado partir. 

         Talvez um animal devesse ter pena dele e o devorasse agora mesmo ou simplesmente o deixasse em paz, para continuar a viver com sua mágoa e arrependimento para o resto de sua vida.  

       Parou finalmente quando viu que não iria a lugar algum e que ficar em casa e relembrar de suas memórias com ela seria mais saudável e o faria pensar menos nele. A sua volta, os homens e mulheres pareciam indecisos com o que sentir em relação ao rapaz, alguns o achavam fraco, por ainda aparentar estar chorando, outros o achavam mais humano e não neto de um deus, como havia se autodenominado. Alguns o achavam sortudo, por ter encontrado algo que em sua aldeia era tão raro, embora a tivesse perdido, já outros simplesmente não ligavam, como se a mente daquele rapaz - mesmo que fosse importante para aquele lugar e para aquelas pessoas - não fosse mudar nada na vida daquela civilização.

       O jovem tinha a cabeça baixa, suas duas mãos seguravam em ambas espadas presas por ligas de couro amarradas em seu quadril como apoio e tudo o que conseguia raciocinar desde que saiu da mata era o suicídio e uma eternidade no inferno. Sabia que não deveria aparentar tanta fraqueza, no entanto, o mesmo não sabia mais disfarçar. Foi então que ergueu seu olhar para a casa onde vivia, parecia tão abandonada, mesmo que de longe pôde ver a cabeleira escura de seu irmão mais novo.

       O irmão estava escorado na porta de sua residência com as duas mãos apoiadas em seu quadril usando de apoio seu único machado e carregava em sua face uma carranca brava, fato que deixara o irmão mais velho em total incógnita.

— Por acaso você tem cocô de corvo na cabeça? - gritou o irmão, sobressaindo o barulho dos comerciantes naquela ilha. — Deixou ela ir embora! - tornou a gritar, levantando suas mãos para o ar, e também, atraído a raiva do mais velho.

— Primeiro, sei que é meu irmão mas não lhe dá o direito de ter ordem sobre mim, segundo, ela ainda não foi embora, pois nenhum navio desembarcou na orla, e terceiro, vá foder alguém e me deixe em paz! - exalou o mais velho, empurrando levemente o ombro de seu irmão que ocupava a entrada da porta para passar, deixando o pobre rapaz sem palavras para discutir.

Estava com a cabeça cheia demais, com demasiados pensamentos fúteis sobre sua escrava que a dias já não tinha mais esse título. A verdade, é que estava apaixonado e é disso que se trata esta história, a história de como um poderoso príncipe viking se apaixonou por uma nobre princesa inglesa, mas com o coração humilde o suficiente para sustentar esse amor.




Hey hey, babies, bom, não há o que dizer sobre isto pois não é bem um capítulo. Estou estudando sobre a mitologia e história nórdica a dias e sinto-me completamente apaixonada. Esta história surgiu do nada em minha cabeça e não foi-se embora, obrigando-me a escrevê-la e editá-la aqui. Espero que gostem do que irei escrever nos próximos dias e peço que se não for sacanagem demais, votem e cometem, please <3

Gente, finalmente começando as edições neste livro que me deu tantas alegrias. Obrigada a todos que já leram e aos que irão começar. Grande beijo!

VIKING ODIN'S BLOODOnde histórias criam vida. Descubra agora