Exibicionista

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Além de aturar uma porra louca gargalhando a madrugada inteira apenas olhando pra tela de um celular, ainda tive que acordar Minhyuk do jeito mais tradicional possível: à travesseiradas!

— Tô. ACORDADO! — grita me empurrando de cima do próprio corpo, e como sou uma pena, despenco no chão.

Vida que segue.

Depois de ambos conscientes, arrumados, com sono e com fome, seguimos para a escola ambos presos dentro do próprio silêncio. Eu necessito desse silêncio matinal para não ter que entrar na escola fuzilando geral por culpa da minha péssima noite de sono… ou pela falta dele.
— Ki…

— Hm? — resmungo emburrado, estava ótimo o silêncio

— Acho que devo terminar com Hyunwoo, né?

Um filme se rebobina em minha cabeça sobre nossa conversa de ontem, o que me deixa apreensívo.

— Você deve fazer o que seu coração achar que é melhor, Minnie. — tento usar meu melhor tom calmo de amigo para guiar meu hyung na melhor direção

— Eu gosto dele… mas também gosto de Jooheon. Hyunwoo é um bom namorado, e Jooheon é um bom… amigo? Ai Kihyun, eu tô tão confuso. Estou um pouco arrependido de ter ido á festa do Nakamoto

— Acredito que arrependimentos não ajudarão em nada, principalmente agora. — avisto duas figuras ao longe, não preciso de binóculo ou uma lupa para identificar os seres que vêm em nossa direção

— O que?  Do que você…

— Bom dia Kihyun, bom dia Minnie… — Jooheon nos cumprimenta com um sorriso muito fofo em seus lábios rosados. Sorriso esse que é totalmente para Minhyuk

— Bom dia Jooheon. — respondo sem sinal de que o Lee ao meu lado permanece vivo — Garanto que Minhyuk está te desejando um dia maravilhoso, ele só não diz porque mordeu a língua por puro nervoso em te ver. — sorrio obtendo um olhar mortal da criatura ao meu lado. Jooheon, por outro, esbarra fortemente com o braço no mumia ao seu lado. Este cambaleia um pouco para o lado olhando o irmão confuso e se recompõe. E eu só não solto uma gargalhada bem alta, porque até meu fio de cabelo estremece

— Bom dia. — resmunga o idiota. Não ligo

— Estão indo pra escola?

Não, pra tortura educativa que mais se parece com um zoológico, que eles gentilmente chamam de ensino médio. — penso mas não digo

— Sim.

— Então vamos juntos…

— Não creio que seja necessário medidas aproximadas de pessoas incovenientes…

— Nós vamos. Kihyun está com dor de cabeça, ele fica chato assim mesmo. — Minhyuk sai do transe me cortando. Odeio quando faz isso

— Não tenha medo, tampinha, nós somos moços direito. — começou!

— Direito é a única coisa que você não é. E não preciso querer distancia de um ser incoveniente como você

— Tão inconveniente que você não ficar um segundo sem babar por mim — ele ri

Mas quanta audácia!

— Eu não sei porque ainda me dirijo a uma criança

— Você é doidinho para ser dessa criança, não é mesmo, Kihyunzinho?

Ele me chamou de que?!

— Kihyun, não! — Minhyuk me segura quando me preparo para deixar umas marquinhas no rosto desse garoto. Quem esse pirralho pensa que é pra falar comigo desse jeito?!

— Changkyun, para de ser implicante

— Esse garoto é insuportável!

— Isso não é ser implicante, é que a verdade dói e ele não aceita.

— Se vocês dois não pararem, eu vou deixar os dois trancados no banheiro até o final da aula!

Não sou capaz de dúvidar de Minhyuk, eu sei exatamente do que ele é capaz, por isso me calo, assim como o babaca que anda ao lado de Jooheon. Apresso o passo, mas Minhyuk circula meus ombros com o braço, apenas para me prender em uma caminhada desagradável.

                                 •×•

— … então as moléculas se juntam e… — o sinal da terceira aula toca, eu não sei é agradeço à Deus ou se me condeno por ter prometido à Minhyuk, que assistiria a todas as aulas. Acho que a segunda opção é mais viável.

Junto meu matérial, o guardando na mochila e me livrando da sala de aula o quanto antes. Sigo para o refeitório e sou empurrado com força para o banco mais próximo

— Mas que porra…?! — exclamo, mas ninguém me nota, a atenção de todos estão no time patético de basquete da escola.

Todos juntos, até mesmo os reservas. Eles se sentam na mesa do canto, e meus olhos encontram a figura que também faz parte do time. Só não entendo o motivo de ter uma garota em seu colo, se ela não tem nada a ver com o time. Muito pelo contrário, o time dela é outro

— Odeio esse refeitório. — Minhyuk resmunga ao meu lado, ao menos percebi sua chegada

— Nosso último ano nele

— Graças à Deus! Jooheon convidou a gente para a mesa deles, mas eu neguei — comenta enquanto vejo ele ir para junto dos outros na mesa

— Vocês estavam juntos?

— Hmhum.

Olho para um Minhyuk monossilábico, Lee Minhyuk nunca é monossilábico.

— Onde estavam?

— No banheiro. — ajeita a franja recém tingida de loira, após passar por uma coloração vermelha

— Eu não acredito…

— A gente não fez nada demais, ok?!

— E o que vocês estavam fazendo no banheiro que não podiam fazer lá fora? Hm?!

— Min? — ambos olhamos para Hyunwoo, todo soado e com os braços fortes a mostra, assim com a blusa preta que cola no peitoral além de definido do moreno.

— Onde estava?!

— Treinando. Liberei os meninos para o almoço enquanto estava arrumando a quadra. Hm… a gente pode conversar um pouco?

— Eu não quero deixar Kihyun aqui sozinho, sinto muito.

Não, Minhyuk, você não sente. Mas eu sinto por vocês.

Pode ir, Minnie, eu espero você.

Minhyuk me olha indignado, mas eu não posso deixar que ele faça uma covardia dessas com Hyunwoo. O moreno me lança um sorriso de agradecimento e oferece a destra para que Minhyuk se levante, é um ato bonito, o mundo precisa de pessoas romanticas como Son Hyunwoo.

Volto a olhar pra mesa do canto, Jooheon está de costas, rindo de alguma coisa, e o irmão, está aos beijos com a tal que ainda está ek seu colo. Talvez esse seja um dos principais motivos pelo qual detesto Changkyun: detesto pessoas exibicionistas.

You Think - ChangKiOnde histórias criam vida. Descubra agora