Toques que incendeiam

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Vou me desculpando pelo capítulo bugado



Com a cabeça à mil, não consigo dormir direito, minha única solução são os remédios da minha mãe, contra a insonia. Em compensação, sou praticamente arrastado pro chaveiro e depois para fora de casa. Eu tenho prova hoje, mas tô pouco me fodendo pra elas

— O que aconteceu com você ontem? — o garoto pergunta, com o braço envolto em minha cintura, enquanto minha cabeça está deitada em seu ombro. Enquanto andamos.

— Tomei remédio contra a insonia.

— O que?

— Remédio, Changkyun, remédio. Eu só quero dormir

— Está se dopando?

— Tomei um remédio para dormir, não para me dopar e morrer. Acabou os sermões?

— Kihyun, você mal se aguenta em pé…

De fato, não me aguentei e dormi, no meio da rua.

                         •••••••••••••

Abraço um travesseiro macio e me preparo para voltar a dormir… meu plano teria dado certo, se eu não tivesse lembrado que eu estava na rua quando desmaiei de sono, e não em casa. Abro os olhos, indetificando o comodo onde estou, é um quarto, isso é óbvio, mas não é o meu, e o dono não está nele.

A PROVA!

Me levanto da cama num pulo, eu acho incrível a capacidade do meu corpo -mais específicamente, da minha mente- me lembrar subtamente de coisas desagradáveis do nada. Custava ao menos esperar que eu acordasse direito, ao invés de jogar as coisas na minha cara desse jeito tão… repentino?! Ao não me entendo, e graças a isso, sou derrubado na cama novamente, sinto minha atmosfera baixar em um nível que me sinto sem chão e prestes a desmaiar, fecho meus olhos para tentar estabilizar meu estado, talvez eu tenha levantado rápido demais.

Talvez.

Respiro fundo logo que tenho a confirmação de que não vou desmaiar novamente assim que meus olhos se abrirem, e assim o faço, o quarto não roda mais, e isso já me serve de incentivo para levantar, devagar dessa vez, pra não ter que testar a maciez do chão com o meu rosto. Localizo meus tênis ao lado do criado-mudo, não calço eles, apenas pego e saio do quarto seguindo para o andar de baixo na intenção de encontrar o dono do quarto, ainda tento entender uma pessoa que me trás para própria casa e…

Ai… — ouço o menino resmungar, após nossos corpos colidirem um com o outro

— O que pensa que está fazendo? — questiono antes que eu me esqueça, a sorte é que não fomos parar no chão

— Eu estava indo pro quarto, porque não ficou deitado?

— Eu tinha uma prova para fazer hoje

Tinha. Eu falei com a diretora. Ainda quero saber o porque saiu do quarto?

— Eu tenho que ir embora

— Pelo amor de Deus, Yoo! Aquieta a porra da bunda um minuto! Você desmaiou no meio da rua e agora vai me obrigar a te liberar? — Chang se altera. Até que não seria má idéia a sugestão dele — Você é impossível.

— Sim, eu sou o impossível, talvez tenha herdado isso da minha mãe

— Kihyun, não começa com isso de novo. — Changkyun se agita a sair da minha frente, o tom de voz agora mais grave, algo que eu sei que se eu continuar, talvez eu possa conseguir algo dele

— Ok, e se fosse sua mãe? Hein? — me viro para acompanhar o percurso dele com os olhos — Se sua melhor amiga estivesse de segredinhos com você? Como você iria se sentir?

— Eu não posso me colocar no seu lugar, Kihyun, eu nunca tive uma mãe, menos ainda como a sua. Não me peça coisas impossíveis.

— Não deveria falar assim da sua mãe, ela me pareceu legal

— Ela sempre parece, isso é uma cena normal. — ele se agita a guardar e limpar algumas coisas na cozinha

— Por que diz isso?

— Não importa.

— Changkyun, conversa comigo! — o garota suspira

— O que quer ouvir?

— O que você tem pra me contar?

— O que você ouviu.

— Porque disse que não tem uma mãe?

— Porque é a verdade. Não é só questão de… futilidades, minha mãe nunca se importou

— O que você considera futilidade?

— Minha mãe não se importa com a gente, Kihyun. Sabe… é decepcionante saber que você é uma decepção pra sua mãe, que você é um nada, que por ela, você poderia sumir ou morrer: ela não sentiria nada. Minha mãe sempre quis ter uma menina

— Meu Deus…

— Já que ela estava com outro, tentaram incansáveis vezes até conseguir, minha mãe abortou algumas vezes também

— Changkyun! — levo minhas mãos à boca horrorizado, como um ser humano pode ser capaz de tal atrocidade? Eu não vou conseguir encarar a mãe de Chang, não depois disso

— Depois de tantas tentativas… eles conseguiram ter à Sojin. Foi motivo de festa, uma festa que nenhum de nós dois tivemos. Eles fizeram um quarto pra ela, com direito a closet e suíte, é praticamente o quarto dos sonhos, depois que ela nasceu, simplesmente fomos esquecidos. Jooheon poderia estar aqui se ela não fosse tão egoísta e insensível, meu irmão foi o único que mais sofreu com isso tudo, ele esperava que as coisas pudessem mudar… e mudaram pra pior. Por isso eu digo, não se engane com as aparências

— Eu não imaginava…

— Eu sei que não, ninguém imagina. É por isso que eu quero sair dessa casa, ela não é minha, e morar de favor é horrível

Eu até poderia arriscar algumas opções, mas não seria algo fácil. Eu gostaria de fazê-lo se sentir melhor, mas… eu não sou bom com essas coisas. Me aproximo a passos lentos de sí, dando a volta no balcão, ele está pensativo, em partes isso é culpa minha porque insisti no assunto

— Chang… — chamo, o menino viro o rosto para me olhar, curioso com o que eu tenho à dizer, mas nada sai, mesmo que eu queira dizer palavras acolhedoras, eu simplesmente não consigo pronunciar. Ergo a mão até sua face, depositando um breve carinho ao qual é bem aceito por ele, indo além, sinto necessidade de ter mais contato físico com ele, e é exatamente isso o que acontece. Sinto as duas mãos dele em minha cintura, logo que posto minhas mãos em seus ombros, Chang não apressa, espera o meu tempo e meu espaço, sabe que essas coisas são novas pra mim, por isso espera que eu inicie o que eu quero fazer. Uno nossos lábios iniciando um beijo calmo por parte de ambos, Lim busca por minha língua, logo que invade minha boca, me deixo envolver com a sensação inebriante que Changkyun me proporciona. Me permito explorar seu corpo, direcionando a mão para seus cabelos, ele não recua ao descer as mãos para minha bunda e… apertar. Eu gosto da sensação, puxo levemente os fios de cabelo dele, nosso beijos acelera a medida em que o fogo aumenta, não é apressado como antes, é apenas intenso. Intenso o suficiente pra Changkyun me prensar contra parede, puxo a blusa dele em minha direção, no intuito de sentir mais o corpo dele no meu, nossas línguas travam uma batalha em busca de espaço, assim como nossas mãos buscam por mais contato. Chang incendeia meu corpo, me deixando perdido em seus lábios.

Talvez eu esteja pronto para um passo além do que já estamos acostumados, talvez seja esse tipo de elo que precisamos ter, talvez seja disso que eu esteja precisando, dele: apenas ele.



Continua…

You Think - ChangKiOnde histórias criam vida. Descubra agora