Envenenada?

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Minha semana é, basicamente, uma merda, mas não é qualquer merda. É uma merda agitada. Vejo Minhyuk durante as aulas, mas ele não me procura, talvez esteja bem, longe de mim. Não faço tanta questão de acompanhar ele, e opito ficar a maior parte do tempo na biblioteca, pesquisando sobre o trabalho. Assistimos aos jogos de basquete no tempo livre, mas reparo em algo diferente na quarta-feira. Minhyuk não aparece na quadra, mas Hyunwoo e Jooheon se falam, Changkyun não entra agarrado à nenhuma garota, pela primeira vez… acho que nunca vi ele desacompanhado.

O jogo começa, mas ele não se exibe como sempre faz, ele não faz várias cestas com a pose de machão e se vangloria por isso. Pelo contrário, ele apenas ajuda aos jogadores a marcar cestas, e quando conseguem, elogia à todos.

Changkyun foi abduzido e o original está sendo estudado pelos ET's! Oh meu Deus! Reconheço que tenho uma mentalidade fértil, mas não posso evitar, visto que as atitudes do Sid estão irreconhecíveis. Tem alguma coisa errada.

Os dias seguem com suas mudanças anormais, e junto com elas, a saudade que sinto do Minhyuk. Além disso, a escola está me enlouquecendo mais do que o normal, talvez seja a sobrecarga.

Como se não fosse o suficiente, o final de semana chega mais rápido do que eu realmente desejei. Com minha mãe eufórica e um ser incoveniente alimentando a euforia dela e a rondando feito um diabinho, fora as vezes que resolve me tirar do sério. Eu ainda vou colocar aquele idiota no lugar dele.

                         •×•

Faço algumas pesquisas sobre religião, e ele fica com a parte das culturas, não terminamos na terça. Eu pesquiso, e ele resolve implicar como se a gente tivesse todo o tempo do mundo, me encarando

— Perdeu alguma coisa aqui, idiota?!

— Talvez…

— Onde está seu senso do ridículo?

— Eu perco ele a cada vez que eu te vejo

Arregalo os olhos, os três, com o nível da canta e do descaramento que eu recebo. Ele me cantou? Não, ele não fez isso. Me conformo em apenas ignorar.

— Será que dá pra parar de me olhar?!

— Te incomoda?

— Nem um pouco, só me dá vontade de arrancar seus olhos. — dou de ombros e ele ri

— Yoo Kihyun é sádico, mas olha o que descobrimos hoje

— Qual é o seu problema em me deixar em paz?

— Gosto de te tirar do sério.

— Depois eu que sou sádico...

— Não sou eu quem quero tirar seus olhos e fritar para comer depois

— Comer? Eu cortaria eles em pedaços minúsculos e faria questão de queimar os pedaços até que não existissem mais

— Isso tudo é raiva de mim?

— Já disse que você não merece minha raiva

— E por que se imagina fazer tanta maldade comigo?

— Maldade? Creio que maldade seja apostar a vida de alguém.

— Ok. — o notebook que uso, dele, é fechado e sai do meu colo logo depois. Changkyun se aproxima um pouco mais, o que me faz reencostar na cabeceira da minha cama — Até quando vai jogar na minha cara?

— Está incomodado? Deveria ter pensado antes…

— Kihyun.

— O que?! — Changkyun encara meus olhos e analisa todo meu rosto. O que ele está fazendo? — Será que dá pra parar?

— Por que é tão difícil pra você? Por que você não para um pouco e não enxerga um pouco além do que suas birras te mostram?

— Enxergar um garoto problemático, que só quer aparecer?

— É isso o que você enxerga?

— Onde você quer chegar com essas merdas, Changkyun? Eu não estou te entendendo

— Você entende aquilo que você quer, e quando entende algo que não quer, finge demência ou ignora.

Esse filho da puta me chamou de demente?! Lim se levanta da minha cama, pega a mochila jogando o notebook lá e sai do meu quarto, sem mais. O que aconteceu? Eu nunca o vi tão transtornado.

O pior, nunca o vi tão puto. A cada dia, esse garoto me deixa mais confuso.

Não me atrevo a sair do meu quarto no domingo, durante a parte da manhã, assim como minha paz é mantida. Enquanto maratono Supernatural, da madrugada de domingo até as 16 horas. Mas sou obrigado a levantar pra comer alguma coisa na cozinha.

Desço as escadas e logo que me aproximo, posso ver minha mãe com o avental branco, finalizando os preparativos para a janta, os convidados dela devem chegar daqui a pouco. Entro na cozinha, abro a geladeira e logo pego um pote de pudim

— O que aconteceu? — minha mãe pergunta de repente

— Aconteceu o que?

— Chang não apareceu aqui hoje, o que aconteceu entre vocês, Kihyun?! — altera um pouco a voz e eu me viro pra vê-la

— Não quero conversar sobre isso… — me viro pra sair da cozinha e voltar pro meu quarto

— Kihyun!

Meu Deus, mas quanta insistência. Retorno novamente

— Mãe, eu não quero conversar sobre isso…

— A família de Chang chegará daqui a pouco, eu quero que os trate como parte da família. Fui clara?

— Mãe…

— Eu fui clara, Yoo?! — me olha séria, nunca vi minha mãe tão séria. O que está acontecendo com esse povo? Lim fez a cabeça da minha mãe com as verdades dele?

— A senhora foi clara, mãe. Eu só não entendo o porque disso tudo, a senhora não conhece Changkyun...

— E você o conhece? É muito errado você acreditar nas críticas negativas de um livro, através de uma outra pessoa, sem você mesmo ter lido

— O que quer dizer com isso?

— Você é um menino inteligente, tire suas próprias conclusões. Eu vou subir pra me arrumar, e não quero você recebendo nossos convidados, de pijama. — ao tirar o avental, minha mãe se retira da cozinha.

Talvez minha conclusão esteja certa, minha mãe foi "envenenada" pelo Sid. A questão é, o que foi dito à ela para ter tido aquele tipo de atitude comigo? Não acredito que ele foi monstro o suficiente para fazer a cabeça da minha mãe contra mim. Minha curiosidade se torna ainda mais aguçada do que nunca, a cada minuto em que as questões rondam minha cabeça, e se minha teoria estiver certa, eu vou fazer o impossível para foder Changkyun, e não é do jeito bom.

                      Continua...

You Think - ChangKiOnde histórias criam vida. Descubra agora