Você me causa amnésia (parte 1)

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— O-o q-que…? — o menino a minha frente ofega, surpreso talvez. Eu não sei bem, mas opito confiar em meus instintos

— Eu gosto de você, Chang. E-eu… — respiro fundo, tomando coragem para deixar o ego de lado e ter uma conversa adulta com ele, acho que está na hora de deixar a infantilidade de lado — me sinto frágil perto de você. Quando acordei no domingo, senti necessidade de te ver, de estar perto de você, de ouvir sua voz. Só demorei a descer, porque tive que pentear o cabelo e escovar os dentez, pra que você não tomasse um susto e saísse correndo

Ele ri soprado, mas percebo que há uma falha… ele está chorando?

— V-v-você realmente gosta de mim? — pergunta, e eu só não me derreto com a cena fofa, por me preocupar com ele

— Chang, não chora… — tomo ele em meus braços, Lim abraça minha cintura com uma certa força

— Obrigado por gostar de mim. — meu coração quebra um pouco ao ouvir o agradecimento, me sinto mal por isso

— Isso não é uma coisa pela qual se deve agradecer, Chang

— Mas eu consegui fazer você gostar de mim…

— Aos trancos e barrancos… — rimos

— Se fosse diferente, não seria nós dois. — ele se afasta pra me olhar — Me apaixonar por você, foi a coisa mais certa que já me aconteceu

— Por que acha isso?

— Porque me ajudou a passar pelo inferno que eu vivia aqui

— Fico feliz por ter ajudado de alguma forma, embora eu não tivesse noção

— Kihyun sem noção? Normal! — implica, ganhando um empurrão no peito, arrancando um riso dele. Consequentemente, sou puxado pro sí, voltando a me deitar em seu peito.

Observo os desenhos em néon, feitos com delicados e cuidadosos traços bem feitos.

— Foi você quem os fez?

— Jooheon. Ele é um ótimo desenhista

— Estou preocupado com Minhyuk… — me recordo dele, por Jooheon

— Podemos passar na casa dele quando a gente voltar

— O que acha que pode ter acontecido?

— Talvez ele tenha fugido…? Por um tempo, considerei essa ideia para mim. Chega um determinado período na vida, em que fica impossível continuar sem ter algo que te prenda em um lugar

— Eu sei bem como é isso… — suspiro

— O que te prendeu aqui?

— Minha mãe. Eu não podia deixar ela aqui sozinha, não depois de ter sido abandonada por um traste qualquer.

— Foi a decisão mais certa que já tomou. Claro, uma das, porque a segunda, foi me dar uma chance — ele infla o próprio ego, me fazendo rir

— Impossível ser mais convencido! — rimos. Changkyun me abraça, envolvendo os braços ao meu redor, me sinto acolhido com isso

— Sexta será o jogo de basquete…

— E… ? — ele espera um tempo pra responder, talvez esteja pensando numa resposta, enquanto me afógo na curiosidade do quarto dele, nos detalhes dos desenhos envolvidos por néon

— Só preciso de você lá. — diz, de repente

— Precisa, é?

— Uhum…

You Think - ChangKiOnde histórias criam vida. Descubra agora