Brincadeira da inconsciência

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Kihyun…! — Minhyuk me chama pela milésima vez

— Eu estou ridículo, Minhyuk!

Ridículo vai ser a marca da minha mão na sua face, você é lindo até sem roupa Kihyun. Quanto mais você demora, mais pessoas chegam para lotar a festa, sai do banheiro, Yoo!

Estemeço novamente só pela imagem que toma minha mente do local cheio, mesmo sem querer, me obrigo a abrir a porta

Minhyuk veste um casaco preto de gola alta e uma calça de couro que realça bem suas belas pernas e sua bunda. Os lábios com gloss se abrem em um sorriso, Minhyuk fica lindo quando mistura peças masculinas e femininas.

— Você está…

— Horrível, eu sei.

— Perfeito. Onde está seu amor próprio, Kihyunnie? Não responda. Vamos! — Minhyuk puxa meu braço. Tento acompanhar os passos dele até a porta do quarto, eu não estou acostumado à usar calças apertadas, e isso aperta, literalmente, tudo.

Fora que, parece que a calça está caindo da minha cintura… talvez seja minha gordura presa pela peça querendo se exibir. Para entrar no carro da mãe de Minhyuk, um milagre ocorreu, pois quase rasguei, não só a calça, mas meu saco, me sentando no banho da frente. E Minhyuk? A peste riu.

— Você fica tanto tempo usando pijamas largos, que quando usa uma peça do seu tamanho, acha que está gordo

— Mas eu estou gordo!

— Não, Kihyun, o que você tem é excesso de gostosura. Isso não se chama gordura. Você tem um corpo lindo demais

— Minhyuk, as melhores gostosuras do mundo se resume em gordura

— Sexo não é gordura, Kihyunnie… — eu e Minhyuk rimos — Muito pelo contrário, sexo ajuda a eliminar gordura

— Vou morrer gordo.

— Ah cala a boca. Você vai dar uns beijo na boca hoje, nem que tenha que ser na do Yuta

— Eu tô bem sozinho

— Kihyun, nós somos jovens, para onde vai todo esse hormonio? Você sabia que hormonio reprimido causa disfunção erétil?

— Cala a boca Minhyuk. Onde fica o local?

— Em alguma rua daqui, pera. — Lee mexe no celular enquanto dirige quase parando. Olho ao redor para me localizar melhor, é um local de alto padrão sem dúvidas, e me sinto até desarrumado só em olhar para as casas de luxo — Aqui.

Ele estaciona o carro antes de chegar ao portão branco, para não ficar na passagem da porta. Mas estranho a rua está limpa de carros, só têm o em que nós viemos, e eu comento isso com Minhyuk

— Esse pessoal é rico, Ki, eles vieram de táxi ou motorista particular. — responde me puxando para o portão. Minhyuk e eu procuramos uma forma de entrar ou de pedirem que abra para entrarmos, mas ele acaba batendo. O portão é aberto por um homem cinco vezes maior do que eu, e mais forte.

Me senti miniatura mas ok.

Minhyuk tira os ingressos do bolso e os entrega, o segurança engravatado os pega, permitindo nossa passagem. Já na metade do caminho, porque a entrada é longa, podemos ouvir a música alta. Será que realmente foi uma boa ideia ter vindo? Já me arrependo de ter aceitado.

Logo que entramos na casa, meus órgãos interiores parecem tamborilar dentro de mim, graças à batida eletrônica. Há pessoas dançando, e uma mesa farta de bebidas e alguns salgadinhos. Hyunwoo não demora muito a aparecer, o que só reforça minha ideia que eu não deveria ter vindo.

Ambos conversam entre sí, provavelmente Minhyuk insiste em não me deixar sozinho, até que eu mesmo o mande ir ficar com Hyunwoo.

— Me avise quando quiser embora! — grita próximo ao meu ouvido e se vai, sem esperar uma resposta.

Me sento no sofá, onde há algumas pessoas sentadas, digo algumas pois o sofá tem capacidade para dez pessoas, e nem é exagero. Me sinto estranho no meio de toda essas pessoas que ao menos sei quem são. Até penso em procurar o aniversariante, mas desisto da ideia ao ter que enfrentar as pessoas. E ele também deve estar ocupado curtindo a própria festa com os amigos.

Ao longo da festa, não encontro pessoas desnecessárias, apenas encaro o painel iluminado com os vários artistas que reproduzem as músicas que são tocadas na festa, por repetidas vezes, algumas delas são conhecidas por mim e mexo a boca cantando algumas. Outras me trazem algumas lembranças, algumas são desagradáveis, outras apenas me fazem esquecer que estou em uma festa com desconhecidos, e me permito rir quando vejo algumas pessoas bebadas cairem algumas vezes. Ainda há mais esse detalhe, sou de momentos.

Algumas pessoas vão embora, outras chegam, e a cada um que entra pela porta, desejo que não seja um ser de sobrenome Lim. Sem noção de horas, me levanto do sofá e vou em busca de algo para digerir. Pego alguns salgadinhos e uma bebida não alcoólica, na cozinha.

— Kihyun? — sou chamado

— Sim? — vejo Taeyong próximo a mim, sorrindo, mas tenho dúvidas se ele está sorridente pela minha presença, ou se é o alcool fazendo efeito em seu corpo.

— Achei que não viria…

— E minha presença era esperada? — o garoto ri se aproximando e circula o braço no meu pescoço, quase derrubando os salgadinhos e meu refrigerante. Não curto agarração com quem não tenho intimidade, ainda mais quando se trata de pessoas populares que adoram fazer pessoas como eu, passarem vergonha. Tento me desvencilhar dele, mas outros dois vem em nossa direção, em pensar que eu poderia estar dentro do carro agora, sem ser notado. Mas a maldita fome falou mais alto, como se não bastasse a gordura saindo da calça, ainda tenho que comer mais.

— Pra onde estão me levando? Me solta! — meu refrigerante e salgadinhos são deixados no caminho para o quintal, local para onde sou levado. Local esse onde há mais pessoas alcoolizadas, bagunças e… uma enorme piscina iluminada com diversas cores. Tento me soltar de Taeyong à força, e do outro que não me importo em saber o nome, só quero me distânciar dessa casa, onde nunca deveria ter pisado.

Dou meia volta, e sigo para dentro, mas dois braços circulam minha cintura e me erguem do chão. Correndo para o quintal novamente, e eu não sei fazer outra coisa a não ser gritar (lê-se: berrar) para que o garoto me solte. Prendo a respiração quando a cena para, estamos suspenso no ar, meu coração parece querer sair do peito, e isso dificulta ainda mais, me causando falta de ar excessiva. Infelizmente, a cena dá play automaticamente, momentos em que pensei serem minutos, foram segundos até que eu estivesse completamente embaixo dágua, em uma parte funda. Ninguém me segura mais, me debato embaixo dagua, enquanto o pânico cresce dentro de mim para emergir na borda…

Mas eu não sei nadar.

You Think - ChangKiOnde histórias criam vida. Descubra agora