Eu sou de humanas

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Viado, 1k, cês tão ouvindo meus gritos? Kkkkkkkkkkk tô louco. Enfim, obrigado por lerem, por acompanhar, por votar, comentar e interagir comigo em/por You Think. Obrigado mesmo. Prometo escrever outra fanfic ChangKi procês. Aproveitando a deixa do agradecimentos, quem tiver interesse em Joohyuk, recomendo Protect Me :)

                             »»» Boa leitura «««





— Ele é um bom menino, não entendo o porque só nos apresentou agora — mamãe comenta enquanto a ajudo a arrumar a cozinha

— A gente não é muito próximo, é só por causa do trabalho.

— Mas Changkyun é um menino maravilhoso, bebê, você realmente devia deixá-lo em sua vida

— Mãe, algumas pessoas não servem para serem amigos de outras

— E o motivo qual seria?

— Diversos. Eu não acho que a gente consiga ser amigos. — fecho a torneira da pia após terminar de lavar as louças e pego o pano para enxugar as mãos

— Filho, nada é impossível, o ser humano faz a vida ser impossível, e quando a vida se torna possível, eles sempre inventam barreiras para tornar o que almejam impossível. Exemplo claro disso é seu pai.

Estava demorando para que ele servisse como exemplo.

— Mãe, não é porque meu pai errou com você, que você tenha que viver em função de alguém que está vivendo bem sem você. Passou. Ele não merece ser lembrado pelo que fez, merece ser esquecido pelo que não fez, nós estamos bem sem ele. — mamãe suspira.

Me viro para olhar ela e a vejo sentada, sigo para o mesmo caminho que ela e me sento à mesa. Minha mãe parece cansada, mas não se rende, eu a admiro por isso.

— Eu lutei tanto para que você não fosse parecido com ele… me orgulho do filho que tenho. Eu não queria que tivesse raiva dele

— Eu não tenho raiva de ninguém, seria me lamentar e lembrar todos os dias da desonra que ele foi como pai. Você nunca precisou de um homem para te ajudar na minha criação, nunca precisou abaixar a cabeça ou acatar ordens de alguém. Você é a única pessoa que tem a minha completa admiração. Nunca me faltou nada, então a presença masculina de um pai foi dispensável. Eu só não conheço ele como pai, nem quero, continua sendo dispensável.

— Ah meu bebê grande! — algumas lágrimas fujonas surgem molhando a pele de minha mãe, ela me puxa pro colo dela, e mesmo sendo maior, me acomodo nele como se fosse um bebê. Reconheço que esse momento é importante pra ela, por isso não me importo em me tornar o "bebezão" dela. Minha mãe é uma mulher forte, mas é carente, principalmente de atenção, talvez tenha sido por isso que Changkyun se tornou um tipo de amigo pra ela. O Sid coreano.

— Espero que saiba, que sempre pode contar comigo. Pra qualquer coisa. — Hyunki diz de repente, abraçada à mim. As palavras me pegam de surpresa, eu não esperava essa atitude dela. Talvez seja carência mesmo.

— Obrigado, mãe. — acaricio os cabelos dela me sentindo criança novamente.

— Você lembra… de quando você era pequeno, e sempre quando chovia forte, você sempre ia pro meu quarto para me proteger dos trovões?

As lembranças invadem minha mente, uma criança pequena, assustada com o som dos trovões, mas arrumava coragem para pular da cama e ir salvar a mãe. Subia na cama e a abraçava, para que nada de ruim lhe acontecesse… o pequeno Yoo Kihyun camuflava o próprio medo, revestindo uma coragem ilusórica, para salvar e proteger a mãe.

Minha mãe é a minha única família, e eu estou bem com isso.

— Changkyun vem amanhã? — questiona

— Com a infelicidade da vida, sim. — suspiro

— Eu realmente acho que você devia dar uma chance à ele, Chang é uma boa pessoa

Você diz isso porque não sabe o inferno que já passei na escola por culpa do Sid, assim como também não sabe da maldita aposta. Mas não vou contar, não agora. Estamos em trégua.

— Eu vou pensar. Alguns idiotas não merecem nossa atenção

— Idiotas também são seres humanos, Kihyun, eles merecem uma chance de mudar

— E se nada mudar?

— Você têm a consciência de que tentou. Olha, eu sei que o ensino médio é uma tortura psicológica, mas você não pode deixar isso interferir em quem você é, existem pessoas horríveis no mundo, que vão fazer de tudo para te afetar de alguma forma, afete elas também, mas de um jeito positivo. Não tenha medo de mostrar quem você é

— Mas e se eles me machucarem? — minha mãe entende minha pergunta, e respeito o silêncio que ela faz para me dar uma resposta sábia

— Querido… eu não posso te dar uma resposta que só depende de você. Você encontrará pessoas que vão te machucar, pessoas cruéis, ruins, que só querem ver a desgraça alheia. Mas você tem que seguir aquilo que o seu coração mandar, se te machucarem, ele vai saber o que fazer.

— Tenho medo que ele acabe ficando sem ação e me matando.

— Kihyun! Não diga atrocidades! — quase tenho uma ataque cardíaco com a mudança na voz dela: de calmo pra abrupto, em segundos.

Desse jeito morro mais rápido…

Minha mãe ri e me aperta em seu abraço

— Eu te amo tanto, Kiunnie. Ah! Falando nisso, já temos destino para as férias de fim de ano

— Mesmo? Onde?

— Nós iremos para o Mérrico! — me afasto um pouco de seu abraço e a gente se olha — O que houve, querido?

— Nós vamos viajar?

— Sim

— Mãe, não temos dinheiro para despesas fora do país

— Não se preocupe com isso, bebê…

— Claro que me preocupo, mãe. Como nós vamos pro México?

— De avião. — faz graça e ri — É sério, bebê, não se preocupe com isso. Agora vamos pra cama, quero mimar meu bebê mais um pouco.

Me levanto de seu colo e seguimos para escada, enquanto ela apaga as luzes por onde passa. Subimos as escadas de mãos dadas, assim como entramos no meu quarto do mesmo jeito. Me afasto apenas para deitar na minha cama, afundo o rosto no travesseiro enquanto Hyunki pega as cobertas no armário. O perfume de Changkyun empregnado no travesseiro me invade, me trazendo uma sensação boa. Mas é só pelo perfume!

Automaticamente, o timbre grave e o sorriso invadem meus ouvidos e minha mente. Me pergunto como pode uma pessoa ser tão fingida quanto Changkyun, confesso que ele me confunde mais do que deveria. Ainda não entendo todo esse apego com minha mãe. Talvez ele seja de fases, assim como a lua, ou bipolar como o tempo, inconstante como a vida. Ou seja como matemática, repleto de cálculos a serem descobertos… mas eu sou de humanas.

Oi :)
Bom, achei importante ter um capítulo entre Kihyun e a mãe dele. Pode ser considerado uma dedicatória à todas as mães solteiras independentes. Espero que tenham gostado, até o próximo! ❤❤❤❤

You Think - ChangKiOnde histórias criam vida. Descubra agora