Sem tempo para despedidas

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As cenas da nossa última discussão não param de rodar em minha cabeça, como se estivessem em um loop infinito, ao mesmo tempo em que meu coração se aperta. Eu não consigo aceitar que durante todo esse tempo, as duas pessoas que eu mais acreditava, me ocultaram um fato tão importante quanto esse. Eles sabiam e não me disseram nada! Que tipo de gente faz isso, porra?! Qual é o problema desse povo?! E nem venham me dizer que era para me proteger, até não comprometer a porra da viagem, estava tudo bem!

Foda-se essa viagem estúpida! Fodam-se todos! Se não são humanos para sentir, que ao menos possam respeitar minha dor.

— Não se culpe, Kihyun. — Byongju diz, sentada ao meu lado enquanto dirige

— Eu não consigo acreditar que minha mãe escondeu isso de mim… sinceramente? Isso é imperdoável.

— Vendo por um lado, sim. Mas, vendo por outro lado, talvez ela quisesse evitar que você ficasse tão destruído. Nós ficamos.

— Ele é meu irmão, Byongju!

— Que precisa da sua força, não de suas lágrimas. Você está com raiva, isso faz você criar uma barreira emocional e impedir que você desmorone. Precisamos de você, Kihyun.

Ouço as palavras dela, mas isso não faz minha raiva diminuir, menos ainda, refletir. Eu não quero pensar em mais nada além do Minhyuk, como ela mesma disse, ele precisa de mim. Já passei muito tempo longe daquele pivete. Só imagino um momento em que eu vou poder pular no colo dele, bater naquele puto, para depois abraçar ele bem forte. Eu sinto tanta falta das reclamações e crises do Lee…

Byongju estaciona o carro em alguma vaga de fácil acesso para sair. E caminhamos um ao lado do outro para dentro do hospital. A mais velha pega a pulseira de visitantes  e seguimos para o quarto em que Minhyuk está

— Alguém sabe?

— Além de nós? Não. Não tivemos contato com outras pessoas próximas à ele

— Ele não precisa de ninguém além de nós. — determino. É estranho pensar que, das duas únicas pessoas que estavam atrás dele, nenhuma delas está presente, isso mostra tanta coisa… coisas que eu sempre disse a Minhyuk, mas ele nunca ouviu. Não posso e não vou culpá-lo, ele sempre foi assim, e dificilmente vai mudar.

Agir com o coração é uma escolha dele, e eu não vou tentar mudar isso. A menos que coloque em risco a vida do Lee, aí já é uma outra conversa.

Byongju adentra o quarto primeiro, sinto meu coração apertado, antes mesmo de ver Minhyuk, mas é questão de segundos, até ter o Lee em meu campo de visão e... Talvez o choque por vê-lo em seu estado atual, me impeça de desmoronar. Meu coração nunca foi tão agredido ao ponto de me abalar psicologicamente.

Assim como nunca vi meu melhor amigo tão destruído. Ele está vivo graças as máquinas, e como a Lin disse, por ser um filho da puta teimoso. Minhyuk está muito machucado, e com manchas roxas por toda a pele branca. A única coisa que indica, que ainda há vida em seu corpo, é a máquina, apitando os batimentos cardíacos fracos

— Minnie... — minha voz falha, denunciando as lágrimas prontas para descerem. Meu corpo apenas me guia para perto do corpo, quase sem vida, de Minhyuk. Seguro sua mão delicada e a trago para meus lábios, depositando um beijo demorado — Me perdoa por demorar tanto, me perdoa por não ter te procurado. Eu fui tão egoísta..., eu nunca vou me perdoar por isso...

"— Você sabe que isso é errado.

— Em qual proporção? — o Lee pergunta sem nenhum tipo de vergonha na cara, é como se estivéssemos falando de algo super natural, e ele ainda sorri com a cara mais limpa do mundo — É só sexo, Kihyun!

You Think - ChangKiOnde histórias criam vida. Descubra agora