XIII

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tudo o que eu pedi foi um tempo...
um tempo da vida, um
intervalo das noites
mal dormidas,
um respiro para quem vive sufocado
na agonia de ser um
eterno aprisionado
num mundo
indiferente...
minha única súplica foi dar
um pulo na superfície
deste oceano de
incertezas e da
mais completa
ansiedade...
eu só pedi um segundo de paz!
um momento no escuro, sem as
luzes dos meus pensamentos
paranóicos piscando
incessante na minha
mente...
eu queria sorrir sem fingir.
voar sem sentir as asas pesarem
ou nadar sem que meus
braços estivessem
algemados.
queria entender o real e
sincero significado da
palavra plenitude...
mas sabotaram meu único plano!
e sem essa tecla de escape,
quando me falta a única
saída que abre caminho
ao subterfúgio,
me sinto perdida...
sem nexo. sem motivo. sem razão.
de forma que essa imensidão
de falta de senso me captura,
como em um redemoinho,
e me puxa para a mais
densa interrogação.
sou eu e as dúvidas...
sou eu e as questões...
sou eu e a oscilação da vida!
unidas, nos embriagando
da mais pura
solidão.

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