XXXIV

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você ouve essa música, você lê esse capitulo, você assiste a mais um episódio. 

eu sei, você quer fugir. está assustada. 

espere, não vim pedir que segure suas lágrimas. respire, vim segurar sua mão.

não quero que caia, quero que salte e voe o mais alto possível. 

você é tão importante e não consegue enxergar isso. eu vejo você tão distraída, pisando em cacos de vidro sem perceber.

oh, está sangrando e eu não posso vê-la assim sem agir. deixe-me estancar suas feridas com minha solidão.

a escuridão não significa que não possa encontrar a luz da sua alma.  

você sabe nadar... então por que está se afogando? sua alma permanece se esvaindo, escondida na suas tentativas de desistir. preciso que tente achar a superfície. tem que encontrar o fôlego dos seus pulmões novamente...

nade, eu peço. ainda preciso de você...

não quer falar sobre isso? tudo bem. mas sabe que nada está bem.

somos estranhos que se conheceram em um mundo de dor. pegue minha alma e a consuma, não valho sequer o brilho dos seus olhos. tome este sangue em teus lábios macios... me dê ao menos a dignidade de servir-lhe como vinho.

caminhando na escuridão eu a vejo, os mesmos olhos castanhos que me despertaram de um sonho ruim. tão perto de mim que posso senti-la no meu ar. respiro a ti. me embriago...

e eu estou esperando.

até essa noite eterna passar. se pudesse, traria o sol para ti. estamos encarando esse céu escuro por tempo demais... deixe-me tirá-la desse poço frio? vamos voar para casa.

vamos unir nossos corpos gélidos e nos aquecer com o que há de mais cálido dentro de nós. não posso te salvar quando 

estou tão condenado quanto você.

mas podemos passar por isso juntos.

por isso...

respire uma vez mais.

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