XVII

29 16 0
                                    

por enquanto...

eu vou deixar a poeira subir e
mergulhar em todo esse drama
que faz,
na intenção de me afogar.

vou manter meus pés escorregadios
a deslizar nas armadilhas que constrói e nas ciladas que arma para me
capturar.

por enquanto...

vou deixar que o vento traga
todas as decisões que você
tomou por nós, fazendo do nosso
tesouro algo só seu.

vou beber das tuas palavras e
alimentar meu ser da tua alma,
ignorando o fétido fedor de podre
que sai das tuas entranhas.

por enquanto...

vou me ater aos teus lindos olhos,
ao belo e atraente sorriso que
desvirtua corações jovens e
almas perdidas na luz.

por enquanto...

vou me apaixonar por ti e
me esquecer que estou pisando
em terreno perigoso, que a morte
é certa e está à espreita.
vou seguir até o
precipício e me
jogar sem
medo.

por enquanto...

farei do nosso momento, algo eterno.

enquanto o fim não chegar.

TransbordarOnde histórias criam vida. Descubra agora