XIX

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pena que eu tirei o fone
bem na hora da nossa
música.
pena que eu sorri pra ele
sendo que você me fez
sorrir por sorrir.
pena que eu dancei com
ele quando o que queria
era dançar com você.
pena que eu fui com
ele a um restaurante e
comi uma comida estranha
quando na verdade eu
queria comer um enorme
x-bacon com você.
pena que eu desisti de
escrever por um tempo
e deixei de te pôr nas
minhas linhas, porque
você é minha poesia
preferida e eu comecei
a ler a poesia dele e a
murchar minhas letras
e palavras.
pena que eu disse sim
a ele quando a resposta
era não e não a você
quando a resposta era
mil vezes sim, com certeza.
pena que eu me vesti de
branco para um estranho
e entrei numa igreja cheia
de pessoas prestes a assistir
o maior desfalque da
empresa da minha vida.
pena que minha vida se
tornou um céu nublado,
frio, cinzento e pesado
quando você passou por
aquela porta e me deixou.
pena que eu te pedi para
me deixar porque já não
encontrava a mim mesma
na confusão da minha
existência, quando tudo o
que você representava era
a minha existência.
pena que agora eu só sei
penar.
pena que eu quero voltar.

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