XXXV

17 15 0
                                    

não vou cair na sua armadilha
de novo.
você se acha muito
esperto, certamente, sob
a armadura de um cavalheiro
frio.
acha que pode morder para
depois assoprar?
eu discordo, meu caro rapaz.
suas vestes são belas, o corte
de cabelo lhe favorece e
consegue me fazer rir até meu maxilar doer.
mas não serei levada
em sua conversa feito uma leve pena deixando-se ser guiada pelo vento.
as coisas mudaram por aqui.
talvez soubesse disso caso
se desse o trabalho de aparecer
de vez em quando.
não se incomode mais, porém.
pois a ventania tomou outro rumo, livre e cheio de cantos ensolarados. não sou esse pássaro cantando feliz
pelos céus limpos do paraíso, mas com apenas uma olhada
percebe-se que não sou mais o
corvo que deixou em
frangalhos meses atrás.
é bom se refazer, não é?
aprendi com você.
assim como a despedida sincera
que lhe deixo.
já me deu tantas aulas de
como sair sendo indiferente...
hora de colocar meus aprendizados em prática, não é mesmo?
não olhe para trás.
porque, aconteça o que acontecer, não vou olhar.

TransbordarOnde histórias criam vida. Descubra agora