Treze

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Eu não aguentava mais ficar naquele lugar

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Eu não aguentava mais ficar naquele lugar. Cada minuto eu sentia meu coração apertar ao pensar em Dyllan sem mim, nas mãos daquela louca.

Quando já anoitecia a porta da minha cela abriu e eu pulei do colchão segurando as grades.

— não é com você mocinha. Terá companhia.

Arregalei os olhos e tempo depois uma mulher alta de pele negra e cara fechada entrou.

— me soltem! Eu já disse, não era minha. Foi uma armadilha!

— isso é o que todos dizem.— o guarda disse e me olhou.

Ele fechou a porta a deixando ali. A mulher correu se chocando contra as grades gritando e eu me encolhi no colchão. Quando ela calou, se virou me notando, um frio passou pela minha espinha.

A mulher me estudou, encarando demoradamente minhas roupas e sorriu de leve.

— o que a florzinha está fazendo aqui?

Eu não a respondi e ela fechou a cara.

— é surda?

— não, só não sou obrigada a responder!— falei no mesmo tom e ela riu mais ainda.

— malcriada a mocinha. — Se aproximou cruzando os braços.— o que fez para estar aqui, ãh? Quebrou a unha da mamãe?

Revei os olhos.

— isso é mal educação.

Sua voz mudou e ela se aproximou me fazendo pular do colchão a encarando de cabeça, literalmente, erguida.

Ela observou  meu rosto e eu senti a adrenalina atravessar meu corpo.

Para minha surpresa, ela suspirou e caiu no meu colchão.

— Sossega aí, menina. Eu não vou te bater, já vi que não é acostumada a isso.— sorriu.

— quem é, mesmo?!

Procurei manter distância.

— bem, essa é a segunda vez que estou aqui. — arregalei os olhos.— quando se fala de proteger um filho, seguir a lei pode ser a primeira hipótese descartada.

Com suas palavras, eu desmontei minha armadura.
Meus braços caíram ao lado de meu corpo e o ar saiu de meus pulmões quando lágrimas fizeram seus olhos brilharem.

A mulher fungou e me olhou.

— Elara OnFroy.

— Hope Warn.

— Warn dos milionários?— assenti.— que porra está fazendo aqui menina?!

— quando se fala de proteger um filho, seguir a lei pode ser a primeira hipótese descartada.— repeti o e ela havia dito e ela abaixou o olhar.

— o que fez?

— fugi de casa para salvar meu filho de ser abortado por causa dos meus pais, usei identidade falsa para que não me encontrassem pelo hospital que ele nasceu e me denunciaram por sequestra-lo e por usar identidade falsa.

— fugiu porquê seus pais iriam tirar seu bebê!? Meu deus
, nós vemos esses sorrisos branquinhos e alinhados em revistas, mas vocês passam por cada coisa!

— a maioria é mentira. Meus pais são podres de alma. Só pensam em dinheiro e como fazê-lo crescer em arvores.

— espera, você não foi dada como morta ou desaparecida?

— foi a única maneira de conseguir fugir.

— meu deus, menina! Seus pais são..

— uns monstros.— completei.

Nós ficamos em silêncio por um tempo até a curiosidade me fazer perguntar:

— porquê está aqui?

— vendi droga para que meu filho estudasse. Eu sei que estava desgraçando outros para proteger o meu, mas na selva quem sobrevive é o mais esperto.— deu de ombros e me olhou.— a pessoa que te colocou aqui quis te ferrar a vida.

— sim e ainda tomou meu bebê de mim. Eu vou acabar com aquela vadia.

— tirou porquê?

— eu usei a identidade dela.

Nós ficamos por um tempo em silêncio até que lhe ofereci um pouco da comida que dona Grace, Liv e Pam haviam trazido para mim. Nós ficamos o resto da noite caladas, com certeza nenhuma de nós estávamos dormindo, apenas saindo daquele lugar através da mente.

Na manhã seguinte acordei com o barulho de algumas pessoas sendo presas. Não havia dormido quase nada. E tudo piorou quando sonhei com Dyllan chorando enquanto não podia fazer nada.

Minha cela foi aberta e meu nome, chamado.

— vão fazer a coleta do material genético.

— Kyle está aqui?

— está, mas você não vai ser liberada para falar com ele.

Uma equipe de duas mulheres fizeram a coleta de meu sangue para o teste alegando estar com o sangue de Dyl e Malia. Não pude parar de pensar no quanto meu bebê chorou. Nem mesmo quando eram vacinas ele gostava, ficava inquieto e fazia muita birra.

— quando o resultado sairá?

— na sexta.

— tudo?! Hoje é terça-feira, isso demora tanto assim?

— sim. Terá que esperar o resultado. Caso for comprovado, o bebê será entregue a você ou á outro encarregado de educação.

— Kyle.

— é o pai?

— não, mas nós vivemos juntos desde os três meses de gravidez.

— torça para estar livre, pois não tenho tanta certeza se ele poderá ficar com a criança.— ela falou e me deu um sorrisinho de conforto deixando meu coração ainda mais apertado.

Hope || Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora