Catorze

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Leiam a nota final, por favor.





Tentei acalmar Dyllan que chorava por causa da coleta de sangue para o teste. Ele estava vermelhinho e inquieto o que me fazia pensar que a falta de Hope também era motivo daquele choro constante dele.

— ai que droga!!! Faça ele parar!

Olhei para Malia e não respondi. Andei até o quarto onde estava dormindo com Dyllan e fechei a porta para dar seu banho e depois o amamentar. Ele nem mesmo queria a mamadeira.

— mamãe vai voltar, ursinho.— chamei da mesma maneira que Hope o chamava. Dyllan esperneava enquanto eu tirava a roupinha dele. Não queria saber de conversa.— ela está bem. Ela é forte e eu prometo que vou tirar ela dali.

Atirei a fralda no lixo e peguei o algodão molhado para limpar sua bunda. Dyllan era alérgico aos lencinhos húmidos.
Ele relaxou um pouco ao entrar na água morna e fixou o olhar molhado e vermelho em meu rosto. Passei a água em sua cabecinha lentamente como havia aprendido com Hope.

Do nada, nossa ultima conversa veio em minha mente e sorri.

— ela disse que está apaixonada e que vai dizer isso quando sair. — falei.— sua mãe é incrível, Dyl.

Dei graças a deus que seu gel de banho não ardia aos olhos pois um pouco de espuma caiu em seus olhinhos. Quase me preparava para ouvir mais choradeira.

O enxuguei e o embrulhei na toalha com orelhinhas de urso pardo. Coloquei Dyllan sobre a cama passando a toalha de algodão pela sua pele tirando as gotinhas de água. Passei o talco e o óleo de bebê, coloquei a fralda e o vesti colocando um chapéu em sua cabeça.

Eu já estava pronto. Passaria no escritório e o deixaria em minha mãe.

— onde vai?

— para casa da minha mãe.— falei sem olha-la.

— claro que não! Eu não disse que ele saíria.

— Malia, crianças precisam tomar sol. Seres humanos precisam. Dyllan tem dois dias aqui trancado nessa casa.

— ele não vai!

Eu fechei a cara apertando os dentes com raiva.
Dyllan já dormia em meu colo e havia acabado de dar mamadeira para ele. Quando Malia o tomou de mim e o liquido branco escorreu pela sua roupa eu quis realmente rir.

— ECAA!!! HUG!

Tomei Dyllan que chorava por causa de seu grito e controlei para não rir na cara dela me focando em acalmar a criança em meu colo.

— leva essa criança daqui!

— com prazer.

Saí da casa e respirei mais aliviado na rua. Limpei a boca de Dyllan que havia deitado a cabeça em meu ombro e arrumei seu chapéu.

Hope || Segundo LivroOnde histórias criam vida. Descubra agora