Segundo livro da série: Hope. ( Completo)
É necessário ler o primeiro.
Com o nascimento de Dyllan, Hope tenta reerguer sua vida ao normal, tentando deixar os sentimentos do passado para trás, porém enfrenta problemas no processo.
Com sentimentos a f...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Cheguei em casa segurando meu filho no colo meio desajeitada com a bolsa e as sacolas do jantar me arrependendo de não o ter pedido quando chegasse em casa. Dyllan brincava com a mão na boca pois eu havia esquecido o mordedor em minha bolsa e não peguei pois estava cheia. A baba havia molhado meu vestido, escorrendo de seus dedinhos e da boquinha.
Deixei as bolsas sobre a mesa que praticamente dividia a sala da cozinha e coloquei meu filho no piso especial com algumas almofadas e brinquedos.
Suspirei tirando os saltos e as pulseiras. Amarrei o cabelo e tentei descer o zipper do vestido.
- ah, droga!- praguejei e me larguei no sofá encarando meu filho apoiado na almofada e com as mãos na boca.- mãos são sujas.- falei e ele me encarou.
Procurei o mordedor e o entreguei. Andei até a cozinha para aquecer a água para seu banho mas me virei pensando que ele poderia tomar banho comigo na banheira; só teria que tirar o vestido. Talvez eu devia ter dito para Liv fazer isso.
Tirei as roupas de Dyllan jogando a fralda suja no lixo e caminhei com ele no colo, quando consegui tirar o vestido. Enchi a banheira e procurei meu roupão colocando Dyllan deitado em minha cama.
- a mamãe é confusa filho. Talvez eu devesse voltar com as consultas com a Helen. Preciso muito de seus conselhos.
Falei recebendo de volta resmungos e grunhidos. Me embrulhei no roupão e o encarei de pernas apertas na cama, nú. Ri.
- minha vida já está entrando nos trilhos mas me sinto perdida em relação a ele. Eu sei que ele estava esperando por mais, não quero que ele desista, mas ainda me sinto... presa? - o olhei.- isso não seria o melhor sentimento para com seu pai. Talvez eu devesse o deixar ir, mas não sei como esquecer a primeira coisa, nesse caso, pessoa que eu lembro quando acordo e ao dormir.
Dyllan começou a chorar mexendo os bracinhos e as perninhas gorduchas.
- segunda, meu amor. Primeira é você.
Ele estava um pouco febril novamente. Caminhei até o banheiro fechando a torneira e testando a água morna. Tirei o roupão e entrei um pé e depois outro, me sentando com Dyl sentado sobre minha barriga. Ele sorriu e mexeu os bracinhos.
- você gosta não é?- aquilo havia sido uma pergunta retórica ainda que eu saiba que de qualquer maneira ele não responderia.- claro que gosta.- fiz uma vozinha e ele riu. Me aproximei dele beijando seu rostinho.- claro que gosta meu amor. É gostoso tomar banho com a mamãe? Gostoso.
Dyllan respondeu novamente com resmungos.
Nos ficamos por algum tempo na banheira. Coloquei Dyl deitado sobre meu peito e ele me encarou demoradamente.
- eu amo você, ursinho.- falei vendo seu sorriso banguela.
Quando Dyllan já fechava os olhinhos abrindo a boca saí da banheira para dar de mamar. Eram sete e meia e ele já estava com fome. O vesti apenas um macacão leve pois o verão já se aproximava e a primavera já demostrava o quão quente seria. Estava tentando o fazer arrotar quando a campainha tocou. Com o barulhinho em meu ouvido, o coloquei no berço esperando que pelo menos hoje ele dormisse bem.
Andei até a porta arrumando o roupão e abri a porta dando de cara com Kyle que me encarava sério. Seu olhar desceu por meu corpo notando que estava apenas de roupão e ele passou a língua entre os lábios.
- Kyle..- seu nome escapou pela minha boca de surpresa.
Ele continuou por um tempo me encarando em silêncio.
- eu posso estar errado, ou até um pouco bêbado- falou- , mas eu sinto muita falta do pouco que tivemos.
Sua voz me arrepiou e de entre meus lábios saiu mais um gemido estrangulado.
- você se arrependeu do que havíamos feito?
Neguei com a cabeça.- não.
- então porque não falou comigo? Porque me deixou como um adolescente apaixonado? Porque você via isso claro, Hope. Você sabe que eu te quero, mas apenas fica fugindo.
- eu não..
- você disse que sentia também!
- eu sinto!- devolvi no mesmo tom.
- sente?- ele se aproximou de mim fechando a porta atras de si. Seu corpo colou no meu e suas mãos tocaram meu rosto me fazendo fechar os olhos.- então está fugindo porque?
Sua mão cessou a caricia em meu rosto e meus olhos se abriram com a mágoa em sua voz.
- Dyllan..
- não faz isso. - Me interrompeu me repreendendo com o olhar.- não jogue a culpa nele se quem foge é você. Porque se você quisesse já teria acontecido. Mas não é ele...
Kyle se afastou de mim e eu fiquei ainda sem palavras. Ele me esperou pacientemente, mesmo que eu sabia que aquilo era sua única gota.
E então eu o deixei ir.
Kyle assentiu com um gesto de cabeça quando meus lábios não pronunciaram nada. Ele se virou e saiu fechando a porta em minha cara.
Meus olhos se marejaram e caí no sofá quase ouvindo o barulho de minhas engrenagens tentando funcionar com todas as informações que haviam em minha cabeça. Era como se algo me impedisse de sair correndo atras dele e falar tudo o que quero.