• Capítulo 6

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Isadora
(narrando)

Acordo com dificuldades para abrir os olhos, quando abro vejo que não estou mais no baile — meu Deus, onde estou? O que aconteceu? — noto que estou em uma casa estranha, da qual nunca vi antes, lembranças vagas começam a surgir na minha cabeça, nada faz sentido, a única coisa da qual consigo me lembrar com clareza, foi do copo de whisky que tomei, parece que as lembranças foram apagadas da minha mente. — que dor insuportável na cabeça — minha mente faz questão de lembrar. Olho ao redor e vejo a Mariana sentada em uma poltrona a minha frente com os olhos fechados, me acalmo mais ao perceber que não estou nessa casa estranha sozinha.

— Marianaa?
— chamo. Minha voz soa distante, e estranha até para mim.

— Você acordou, graças a Deus.
— ela diz. Seu tom de voz é de alívio.

— Onde estamos?
— pergunto, baixinho, me ajeitando para sentar no sofá.

— Na casa do Rodolfo.
— ela responde.

— Porque viemos parar aqui? O que aconteceu?
— pergunto, tentando entender tudo.

— Calma uma coisa por vez, você desmaiou e tivemos que te tirar do barulho, então viemos para a casa mais próxima, que por coincidência é a dele.
— ela explica.

— Por quanto tempo eu tô desmaiada?
— pergunto com medo da resposta.

— Fazem umas duas horas, ou mais, madame.
— uma voz que já conheço bem, ecoa por trás de mim.

— Ah.
— é tudo o que consigo dizer.

Rodolfo e Maicon que surgiram do nada atrás de mim, vem em direção ao sofá onde estou, Maicon passa pelo o mesmo e fica de pé encostado em uma parede a minha frente e o Rodolfo se senta em uma cadeira, que tem ao lado da Mari. Me forço a lembrar do que aconteceu comigo, mas só aparecem várias lembranças destorcida que eu não consigo organizar o que é real do que é fictício em minha mente. Consigo me lembrar de ter visto o Rodolfo em um sofá com alguém sentado em seu colo — mas porque tenho que me lembrar justo disso? — indago a minha mente, ela só pode está brincando comigo.

— Você se lembra de algo?
— Maicon me pergunta, me tirando dos meus pensamentos.

— Não, não muito, tá tudo muito confuso, não consigo juntas as peças, eu só lembro que tomei uma dose de whisky em uma barraca, e ... E mais nada.
— respondo, omitindo o fato de lembrar do Rodolfo com alguém sentado em seu colo.

— Passou cerca de duas horas pra acordar, não lembra de quase nada, demorou um certo tempo para desmaiar, tá com cara de midazolan.
— Rodolfo diz após um bom tempo calado, obviamente pensando em tudo o que acabou de falar.

— Mi... Midazolan, o que é isso?
— pergunto, temendo a resposta.

— Um comprimido que é usado nas bebidas, para dopar as pessoas. Tipo uma droga.
— o Maicon explica.

— Que ótimo.
— sorrio com a situação.

— Isso vai causar algum mal a ela?
— Mariana pergunta, olhando para mim.

— Ela só deve ter uma dor de cabeça, mas quando o efeito do remédio passar, ela vai ficar bem.
— Maicon responde.

Meus olhos me traem e viram em direção aonde o Rodolfo está sentado, vejo que ele observa atentamente meu rosto, e parece está pensativo — daria tudo para saber o que ele está pensando agora — minha mente fala, me traindo assim como meus olhos fizeram.

— O que você está pensando em fazer?
— Maicon pergunta ao Rodolfo, creio que percebendo assim como eu que ele estava pensativo.

— Passa o rádio lá para o Roger, diz que é para ele e os irmãos, revistar as barracas e fazer pressão até saber quem foi, quando descobri, leva esse filho da puta pra boca, que vou ensinar como se droga uma mulher.
— ele responde soltando um suspiro e levantando da cadeira, indo em direção a escada.

— Cê que manda, irmão.
— Maicon diz, e em seguida pega o "rádio" do bolso e começa a falar com alguém, certamente o tal Roger de quem Rodolfo falou.

Fico ali boquiaberta, em partes admirada com atitude do ogro, ele até que não era tão babaca como pareceu ser, e em partes assustada com tudo o que ouvi-lo dizer. — como será que ele vai ensinar a esse homem? — pergunta minha mente, e decido que não quero descobrir.

A Mariana tava querendo voltar para o baile, já que eu acabei estragando tudo, — maldita hora que tomei aquela dose de whisky — lembra minha mente. Minha cabeça ainda estava latejando, porém era meu aniversário e eu precisava aproveitar, já começou dando tudo errado, mas não poderia deixar que o medo me vencesse. Olhei a hora no meu celular e ainda era 1:30 da madrugada, — muitas aventuras em pouco tempo — diz minha mente, e eu concordo em silêncio.

Depois de alguns minutos o Rodolfo aparece na sala novamente, onde estamos, vai até a cozinha e noto que ele tem algo em suas mãos, mas não consigo saber o que é, em seguida ele sai da cozinha com um copo de água em sua mão vem em minha direção, fica em pé na minha frente e me entrega o copo d'água junto com uma aspirina, fico muito surpresa com a sua atitude, pego de sua mão timidamente, em seguida engulo o remédio e tomo a água.

— Obrigada… de verdade.
— agradeço e devolvo o copo.

— Não precisa me agradecer.
— ele diz em um tom de voz suave.

Segundos depois algo toca em seu bolso, quebrando o clima daquela cena única, ele puxa do bolso e sai dali indo em direção ao hall de entrada.

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