Rodolfo
(narrando)Atendo o raidinho e é o Roger.
— Fala, Roger.
— Chefia, achamos o filho da puta.
— Quem foi?
— O Túlio, chefia. Ele disse que tava de olho na patricinha desde que ela chegou, e quando ela foi comprar a bebida viu a oportunidade de pescar a novinha.
— Certo, ele acabou pescando um peixe maior, leva pra boca que tô chegando lá, marca 10, flw.
Desligo o rádio já muito puto, quem esse filho da puta acha que é pra ter drogado a minha morena, querendo comer a mina, esse cuzão tá pedindo pra morrer. — sua morena — minha mente alerta, puta merda, fiquei gamadão nessa morena. Ignoro a minha mente e saio dos meus pensamentos idiotas.
Vou até a sala e aviso que tô descendo lá na boca porque acharam o engraçadinho, o Maicon logo fala que vai comigo e vejo que as duas decidiram voltar para o baile.
O Maicon e a galega vai saindo na frente, quando a morena vai saindo eu puxo ela pelo braço em um impulso.— O que você quer?
— ela pergunta, alterada.— Calma, madame.
— levanto as mãos em sinal de rendição.— Fala logo o que você quer, Rodolfo.
— ela diz, em um tô mais suave.— Só queria avisar pra você não inventar mais de beber, e nem fica rebolando essa tua raba lá no meio, que os cuzões vão querer te comer.
— as últimas palavras sai sem eu pensar.— Você é louco mesmo né? Acha que eu não vou fazer nada disso só porque você, um desconhecido que eu acabei de conhecer "mandou"? Eu sou independente e faço o que eu quero, que fique claro isso aqui entre nós dois.
— sua expressão vai de horrorizada com as minhas palavras para uma expressão de raiva enquanto ela fala.— Ah... E eu vou rebolar muito a minha "raba".
— ela acrescenta sorrindo de um jeito debochado e fazendo aspas na palavra raba.— ela tá de brincadeira comigo, só pode está me desafiando — sugere minha mente. Vou mostrar a ela quem é que manda nessa porra toda.
— Tá me tirando, morena.... você não vai descer para o baile, vai comigo pra boca, e nem quero saber de mi-mi-mi. Eu te carreguei nos braços e te trouxe para minha casa, já tenho motivos suficientes para não ser mais um desconhecido.
— digo impaciente, ela me tira do sério.— Você continua sendo um desconhecido, e eu não vou com você.
— ela provoca.— AAH, tu vai morena, nem que pra isso eu tenha que te levar à pulso.
— rebato, irado e seguro em seu braço, mas não com muita força.— Rodolfo me solta, eu não vou com você, não preciso de babá.
— ela diz com firmeza.— Olha que precisa ou se esqueceu que você deixou o cuzão lá te drogar.
— digo, rindo de um jeito bem debochado.— Não sei porque você está tão preocupado comigo, uma completa desconhecida, volta lá pra sua namorada, ela deve está precisando bem mais de você do que eu.
— debocha.— namorada? Desde quando vagabunda é fiel? — minha mente gargalha a dizer isso para mim. Então quer dizer que ela viu a Alice no meu colo antes de desmaiar e o melhor se lembra disso, ela mentiu para o Maicon — peguei você no flagra morena — minha mente completa meus pensamentos, antes que eu abra a boca para respondê-la.
— Quer dizer que você viu e lembra da Alice no meu colo, então porque mentiu para o Maicon?
— pergunto, curioso pela resposta.— Isso não... importa.. me deixa sair e volta lá para a tal Alice.
— gagueja, da pra notar em seu tom de voz que tá envergonhada por ter deixado escapar essa informação.— Ô garota, deixa de neurose, desde quando vagabunda é fiel? A Alice é só mais uma que como. Quer entrar na fila?
— pergunto olhando em seu olhos e passando a língua pelo lábio inferior.— Você é um babaca, sabia? A única coisa que quero de você, é distância, seu ogro.
— ela puxa seu braço da minha mão e sai dali arretada pisando fundo me deixando para trás.Quando saio para fora vejo ela arrancando o carro com toda velocidade pela estrada, com a galega ao lado, sei onde posso encontrá-la, minha mente se alegra com essa possibilidade.
Isadora
(narrando)Rodolfo é um verdadeiro idiota, eu mal o conheço e ele acha que eu vou ser mais uma de suas comidinhas casuais? Pois ele está muito enganado, não sou feito a tal Alice que aceita as migalhas dele.
Depois de ouvir tudo aquilo que ele disse meu sangue ferveu, como alguém que eu conheci, ou nem conheci a minutos atrás pode me tirar tão fácil do sério assim?!
Sair dali super estressada, arranquei o carro em uma velocidade que até eu me surpreendi.— O que deu em você? Achei que você estava se divertindo?
— Mariana pergunta ofegante. Talvez pela carreira que ela deu para entra no carro.— Me divertindo com aquele idiota? Nunca!
— ignoro a primeira pergunta, porque nem eu sei o que está acontecendo comigo.— Sei não ein, isso ainda vai dá em coisa.
— ela diz sorrindo.— Vai da em nada, é nisso que vai dá. Em nada!
— digo baixinho, mais para mim mesma que para ela.— Se você está dizendo.
— ela diz e eu afirmo balançando a cabeça.Depois de alguns longos minutos com a ajuda do GPS conseguimos chegar novamente no baile, estaciono o carro em qualquer vaga que encontro e vamos em direção aquela multidão mais uma vez, — lá vamos nós — grita minha mente.
Puxo a Mariana e vamos direto para o meio da multidão, eu preciso dançar para tentar esquecer tudo o que me aconteceu hoje e principalmente aquele idiota do Rodolfo, que não sei como conseguiu mexer tanto comigo em apenas uma noite, ele me irrita muito, mas ao mesmo tempo me faz querer beijar aquela boca maravilhosa que ele tem, — se não fosse tão chato, quem sabe não rolava algo — acrescenta minha mente.
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Fire Of Life
RomanceIsadora é uma menina da classe alta, mas que não foi totalmente atingida pelo o meio onde vive. Seus pais acham que devem apenas se relacionar com pessoas do mesmo nível social, mas para Isadora isso são só bobagens de uma sociedade preconceituosa...