Rodolfo
(narrando)Chego na boca com o Maicon e já estou muito puto por causa da morena, é hoje que esse neguin morre na minha mão, vou descontar toda minha raiva nele, esse filho da puta.
Entro na salinha e o Roger me avisa que ele tá na outra sala amarrado em uma cadeira. Chegando lá vejo a cara do indivíduo.— Quer dizer que o Túlio queria pescar?
— pergunto com um tom de voz suave.Ele não responde, seus olhos se voltam para o chão e permanecem lá, dou um soco no seu estômago.
— RESPONDE, PORRA, TÔ FALANDO CONTIGO, TÁ SURDO?
— grito.— Perdão, chefe... eu não sabia que a morena tinha dono... Foi mal, mano. Prometo que não faço de novo... Me deixa ir.
— choraminga por perdão.— Que tivesse pensado antes de droga a MINHA MORENA.
— digo sem pensar.Já tava muito irado, pensando em como a morena me tratou, nunca uma mulher tinha me tratado daquela forma, toda marrenta, me desafiando. — o pior é que eu gostei disso — minha mente faz questão de lembrar.
Saio dos meus pensamentos e dou um soco na cara do filha da puta, começo a bater nele sem parar. Escuto ele pedindo desculpas, e gritando de dor, apois algumas porradas não escuto mais a sua voz, e sinto que sua respiração está ficando bem fraca.— Já chega, mano. O cara já aprendeu a lição.
— o Maicon chama minha atenção.— Cala a boca MC, quem manda nessa porra aqui sou eu.
— me exalto.— Eu sei, irmão, cê que manda. Só acho que ele ia servir de exemplo para os outros neguin. Exemplo do que você é capaz de fazer quando mexem com o que é teu.
— ele diz.Paro um pouco quando escuto as palavras do Maicon, ele tem razão, vou passar o recado pra geral. Levanto a cabeça dele, quero que ele me veja, veja meu rosto.
— Tu tá ligado que não terá uma segunda chance né? Essa é a ÚLTIMA, escutou seu pica? Última, agora vai e droga outra neguinha pra tu ver o que faço contigo.
— deixo bem claro, que é a última chance dele.Me viro de costas olho para o Roger e mando ele ajeitar tudo e solta o homem.
Vou até a pia, e lavo minhas mãos que estão cheias de sangue, viro meu rosto e vejo o Maicon ao lado.— Vou voltar para o baile, vai comigo?
— pergunto.— É claro que vou, irmão. A noite é uma criança.
— responde todo sorridente.— Simbora, então.
— digo.Saímos dali e vamos em direção às nossas motos que estavam paradas na frente.
— Eii mano, que parada foi aquela na salinha?
— Maicon pergunta enquanto sobe na moto.— Qual foi, tava só passando a visão para aquele Zé ruela lá.
— respondo fazendo o mesmo.— Não, mano, o lance de você falar que a morena é sua. O vagabundo foi conquistado?
— ele me olha como se eu lhe devesse uma resposta.— Ah, vai te lascar MC, foi só pra assustar o filha da puta lá.
— respondo.— Vou fingir que acredito, irmão.
— ele diz sorrindo.— Vai cuzão, deixa de neurose e vamos embora.
— cometo.Colocamos os capacetes e saímos dali em direção ao baile.
Não sei o que foi que deu em mim para chamar a morena de minha na frente dos moleques. Essa morena tá bagunçado a minha mente, mas algo nela faz com que eu queira que ela seja minha, somente minha. Meus pensamentos são interrompidos quando estaciono próximo a galeria, desço da moto e vou em direção as escadas, comprimentos os irmãos que estão ali na atividade, subo as escadas e entro, indo direto ao balcão buscar algo forte para beber. Coloco uma dose de whisky e viro tomando todo o líquido do copo, pego a seda do bolso e enrolo um back, coloco na boca e acendo, em seguida dou um trago.
Vejo quando o Maicon entra na galeria, vou para a varanda e fico de lá observando toda aquela multidão, meu olhos como sempre desde que encontrou essa morena procuram ansiosos por ela, quando a encontro, penso que era melhor nem ter procurado, ela tá dançando com a bunda empinada, chamando a atenção de muitos olhos do sexo masculino, noto quando seus olhos me procuram na varanda e me encontram, coloco uma feição séria e estreito os olhos, em seguida ela vira o rosto e provoca rebolando a bunda de propósito. — essa morena não sabe com quem está mexendo — penso mentalmente.
Resolvo mudar meus olhos de direção e vejo o Maicon com o celular no ouvido falando com alguém.Isadora
(narrando)Estamos ali a um bom tempo dançando, quando resolvo por mais uma vez olhar para a maldita varanda daquela galeria, me surpreendo quando dessa vez encontro o que meus olhos tanto procuravam nas outras dez vezes que olhei lá para cima, vejo que seus olhos estão cravados em mim, sua feição não está nada agradável, ignoro, viro o rosto e danço com mais vontade agora do que antes, pois sei que ele está me olhando.
Quando a música acaba me viro para a Mariana que está atendendo o celular e olhando para a direção da galeria, logo prevejo quem seja, com certeza é o Maicon pedindo para ela subir. Ela se vira para mim com cara de cachorro que caiu da mudança.
— Já sei, o Maicon tá pedindo para você subir.
— reviro os olhos.— Como você sabe?
— ela diz e faz cara de surpresa fingida.— Da para notar nessa sua cara de trouxa.
— respondo.— Ei, me respeita.
— ela diz e eu sorrio em resposta.Saímos dali em direção a galeria, torço mentalmente para que dessa vez eu não desmae.
Depois de passar por todas aquelas pessoas, em fim chegamos a galeria, vamos em direção as escadas e encontramos o Maicon lá nos esperando para autorizar a nossa entrada, subimos as escadas, e entramos na galeria, quando entro vejo que o Rodolfo tá encostado na varanda dando um trago em seu cigarro e soltando a fumaça no ar, com uma cara nada amigável olhando em nossa direção, — olhando para você — acrescenta minha mente. Quando meus olhos encontram os dele, ele vira a cara. Noto que ele realmente ficou com raiva — foda-se, eu nem conheço ele — lembra minha mente.
Como já estava cansada por ter dançado muito, resolvo me sentar no sofá que tem encostando na parede. Me sento e fico só observando as coisas ao meu redor, logo chega um homem alto, branco, usando um boné que esconde seu cabelo, com uma rosa tatuada em sua mão, e um piercing em seu nariz. Ainda não tinha percebido que o único que não tem tatuagem é o Maicon que seja visível pelo ou meno, porque o Rodolfo tem uma em seu pescoço, que chama bastante atenção, aparenta ser um gavião com suas asas abertas cobrindo quase todo seu pescoço, por mais estranho que seja é o que lhe da um charme irresistível. O homem se aproxima do Rodolfo e faz um toque de mão com ele, fala algo para ele que não consigo escutar, o Rodolfo balança a cabeça em um sinal positivo, em seguida o homem toca novamente em sua mão, da as costas e vai em direção a saída, vejo ele descendo mas noto que tem alguém subindo, logo percebo que é a Alice que esta subindo. Ela sobe e vai em direção aonde o Rodolfo está, se agarra nele e começa a beijar seu pescoço, ele aparenta está gostando dessa demonstração de afeto, porque começa a quase comer ela em público, passando a mão pelo seu corpo enquanto ela acaricia ainda mais sua nuca.
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Fire Of Life
RomanceIsadora é uma menina da classe alta, mas que não foi totalmente atingida pelo o meio onde vive. Seus pais acham que devem apenas se relacionar com pessoas do mesmo nível social, mas para Isadora isso são só bobagens de uma sociedade preconceituosa...