• Capítulo 16

33 3 0
                                    

Isadora
(narrando)

— Não precisava, eu sei muito bem me defender.
— digo enquanto a Jéssica está indo embora.

— Um obrigada seria muito bom.
— ele retruca revirando os olhos.

— Obrigada? Foi você quem permitiu que ela entrasse se não lembra.
— digo entredentes. Ele começa a sorrir como se o que eu acabei de falar fosse uma piada.

— Ah, e você acha isso engraçado, olha com licença.
— digo e vou caminhando para a saída.

Sinto quando ele puxa meu braço, fazendo meu corpo parar na frente do seu, olha em meus olhos fazendo uma faísca acender por todo meu corpo, não consigo entender como meu corpo responde tão rápido a ele.

— O que você quer de mim, Rodolfo?
— pergunto derrotada.

— Você
— sua resposta é curta e direta, mas percebo todo desejo que existe por trás.

— Claro, para ser mais uma na sua enorme lista.
— digo

Seus olhos desviam dos meus, e ele não diz nada em resposta, puxo meu braço de sua mão e saio dali deixando-o para trás. A decepção é evidente em meu rosto, eu não esperava que ele fosse dizer que não era verdade, mas esperava que ele fosse pelo ou menos falar algo, mesmo que não fosse o que eu queria ouvir, seu silêncio é bem pior do que qualquer coisa que ele pudesse dizer.
Não consigo evitar que as lágrimas escorram pelo meu rosto quando chego à escada, eu estou cansada desse joguinho e não deveria ter vindo para esse churrasco, não sei porque estou chorando talvez seja por raiva ou por tá afim de uma pessoa que mal conheço e já transformou minha vida em um caos, são inúmeros motivos que fazem com que meu rosto esteja coberto de lágrimas, tento achar a Mariana em algum lugar dessa casa enorme e resolvo subir as escadas para procurar lá em cima, em algum dos quartos. Enxugando as lágrimas, me dou conta de que não faço a menor ideia de em que quarto posso entrar, resolvo abrir a primeira porta que acho e quando abro não tem ninguém dentro dele, mas algo me chama atenção, tem um porta-retrato em cima do criado mudo que tem ao lado da cama, entro no quarto e vou em direção a foto, pego e vejo que é o Rodolfo com uma garota muito bonita, eles parecem estarem muito felizes abraçados e sorrindo para a foto que está em minhas mãos, me pergunto mentalmente se poderia ser sua namorada.

— O que você está fazendo no meu quarto?
— a voz do Rodolfo ecoa pelo quarto me tirando dos meus pensamentos.

— Eu... Eu... Tava procurando a Mariana e acabei entrando no primeiro quarto que encontrei.
— digo com os olhos voltados para o chão.

— Ela claramente não está aqui.
— ele diz se aproxima de mim com passadas largas tira o porta-retrato das minhas mãos e o põe de volta no criado mudo.

— É sua namorada?
— pergunto, incapaz de esconder a curiosidade no meu tom de voz.

— Não!
— ele responde e dá mais um passo à frente. Estamos a menos de meio metro de distância, e quando tento me afastar acabo batendo com o corpo na cama caindo de costas em cima dela.

Rodolfo dá uma risadinha, aparentemente menos irritando de quando me viu em seu quarto, estende o braço para me ajudar a levantar e em vez disso puxo seu braço fazendo com que ele caia quase em cima de mim, inclino um pouco o corpo fazendo ele cair em cima da cama bem ao meu lado em seguida começamos a sorrir deixando o clima bem mais agradável que antes. Rodolfo se vira ficando de lado para mim e pega uma mecha do meu cabelo que está caído em meu rosto e coloca atrás da minha orelha, passando seus dedos em meu rosto, me fazendo sentir aquela faísca tão familiar, fico surpresa com seu gesto e deixo um sorriso escapar. Nossos olhares se encontram, mas baixo a cabeça sem saber ao certo o que está acontecendo, ele tira a mão do meu rosto, olho para sua boca e sem dar chances para a minha razão falar colo nossos lábios o pegando de surpresa, que logo reage e se entrega ao beijo. Minha mente não está mais no comando; uma sensação arrebatadora domina cada pedacinho do meu corpo. O Rodolfo me puxa pelos quadris me fazendo montar em cima dele, seu corpo ta em perfeita sintonia com o meu, nossas respirações estão ofegante, ele desce sua boca para meu pescoço e eu arranho suas costas com minhas unhas, solto um gemido quando sua boca chega entre meus peitos. A minha razão vem a tona, junto com o medo de me entregar pela primeira vez a alguém, quando esse alguém já me provou que me quer só por uma noite e nada mais.

— Rodolfo... para.
— peço, mas não reconheço minha própria voz, que soa baixo e quase inaudível.

— O que houve?
— ele pergunta, claramente surpreso por eu ter quebrado o clima pela segunda vez no dia.

— Não podemos fazer isso.
— digo, embora queira muito beijá-lo de novo e seguir adiante, sei que não posso.

— Porque não, Isadora?
— seu tom de voz é áspero.

— Porque não estou pronta.
— digo baixinho.

— Não quero ser mais uma na sua coleção.
— completo, enquanto ele está em silêncio me observando.

— O que você quer dizer com "não estou pronta", você é virgem?
— ele pergunta, incapaz de esconder a surpresa em seu tom de voz.

Apesar da vontade de sair correndo e me esconder, confirmo com um aceno de cabeça. O máximo que já fiz com outros caras foi das uns beijos e alguns amassos por cima da roupa, claro, nunca cheguei a namorar por causa dos meus pais e sempre me preocupei demais com quem eu deveria me entregar a primeira vez, fazendo esperar até hoje pelo o príncipe encantado, que nunca vem.

Fire Of LifeOnde histórias criam vida. Descubra agora