• Capítulo 4

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Isadora
(narrando)

Entramos no meio daquela multidão toda e a Mariana resolve ligar para o "boy misterioso" — esse ficou sendo o nome dele, já que Mariana não me dá nem um nome para o desconhecido.— Resolvo que preciso de uma bebida então vamos andando na direção das barracas que ali estão armadas, enquanto a Mariana faz sua ligação eu peço as nossas bebidas a um homem bem gentil que me atende, peço duas Skol Beats para começar, pago e agradeço. Em seguida me viro para a Mariana que está com uma feição indescritível, fico olhando para ela com um olhar interrogativo.

— O que houve?
— pergunto após ela tira o celular do ouvido.

— O Maicon não está atendendo.
— responde.

— Então é esse o nome do indivíduo, Maicon, gostei.
— falo rindo, por ela ter deixado escapar sem perceber o nome dele.— estamos basicamente gritando uma com a outra para poder ouvirmos o que estamos falando.—

— Você já tem o que queria, agora vamos andar por aí pra ver se encontramos ele.
— ela me puxa pelo braço e em seguida pega a garrafa de Skol Beats da minha mão.

— Vamos lá.
— ironizo, e sei que ela está revirando os olhos, mesmo não podendo ver seu rosto.

Saímos dali passando pelo aperto da multidão, até que sem querer eu esbarro em alguém, quando vou levantar a cabeça pra me desculpar escuto uma voz grossa.

— Olha por onde anda, caralho... Puta que pariu.
— seu tom de voz é áspero e me causa arrepios.

Levanto o rosto e suponho que eu derrubei algum líquido em sua blusa branca que está com uma mancha. Não posso negar que a sua beleza chama minha atenção. — toda a sua atenção— grita minha mente e tento mantê-la calada, porque o que ele tem de bonito tem de mal educado, pelo jeito.

— Desculpa aí, seu grosso. Você podia tratar melhor uma mulher, sabia?!
— rebato com ironia.

— Me desculpe se a madame tá acostumada com a babação.
— responde, com um sorriso bem debochado no rosto.

Estou preste a dá uma boa resposta quando a Mariana se intromete no meio e fala com o cara que está de costa junto dele, e que ainda nem percebeu que seu amigo tá agindo de uma forma babaca comigo.

— Maicon?!
— ela chama.

— Galega?!
— se vira surpreso.

ah não, só pode ser brincadeira— minha mente grita, o boy que a Mariana tanto falou é amigo de um cara super babaca — e lindo— completa a minha mente.
Fico ali de braços cruzados olhando para a cara do indivíduo que alguns minutos estava gritando comigo e agora está observando a cena da Mariana com o Maicon.

— Eu mesma.
— ela diz, sorrindo.

— Mariana Lins, quem te viu quem te ver, no baile funk da favela, achei que nunca ia aceitar meu pedido.
— sorrir de um jeito malicioso.

Acho que entre esses dois tem histórias, ein — penso mentalmente. Depois dos dois se abraçarem e ela receber um beijo quase no canto da boca, Mariana se vira pra mim.

— Essa é a Isadora.
— me apresenta para o famoso Maicon.

— Santificação, Isadora. Porque o prazer é só na cama,  eu sou o Maicon.
— me comprimenta com um sorriso encantador no rosto.

Vejo quando o "babaca" do seu amigo revira os olhos, ignoro, e me aproximo do Maicon que está sendo super gentil comigo, coisa que ele não sabe ser.

— Olá Maicon. A satisfação é toda minha.
— pego na mão dele, que deposita um beijo na palma da minha mão.

— E esse aqui é o Rodolfo, meu mano.
— fala apontando para o "babaca".

— Olá, Rodolfo.
— Mariana diz e sorrir para ele. Que retribuí com um sorriso no rosto.

— Tá bom, chega de apresentações, já cansei dessa porra toda, vou subir pra trocar de blusa.
— comenta e eu reviro os olhos, aliviada por ele ter cortando o papo antes que eu precise me apresentar e fingir sem gentil com ele.

— Fiquem aqui, que eu já volto pra buscar vocês, beleza?
— Maicon ordena e pergunta ao mesmo tempo.

Mariana me lança um olhar interrogativo, e eu confirmo com a cabeça pra ela.

— Tá certo, vamos ficar aqui.
— ela responde.

Enquanto o babaca do "Rodolfo" vai andando na frente, o Maicon vai atrás seguindo o amigo. Eu e a Mari ficamos ali onde eles nos deixaram e então começa a tocar uma música que eu conheço bem, cheia de marra do mc Livinho, — eu amo essa música — minha mente grita. Olho para a Mariana que entende bem o que meu olhar quer dizer, e em seguida começamos a dançar, rebolo a bunda que ganha vida própria.

— Cheia de marra, essa menina... Tudo porque não me provou.
— canto.

— Ela é formada, da aula, ensina, mas hoje eu sou seu professor...
— Mariana completa.

Ficamos ali cantando e dançando até a música terminar, até agora o Maicon não voltou, então decido que preciso tomar alguma coisa mais forte que uma skol beats, resolvo comprar outra bebida, dessa vez vou sozinha já que a Mari ficou lá tentando da fora em um homem que não saia do pé dela.
Cheguei na barraca e pedi uma dose de whisky, o atendente me trás eu pago e viro a dose toda de uma vez — hum, que gosto diferente— alerta minha mente. Ignoro o alerta e caminho em direção aonde a Mariana está, chegando lá vejo o Maicon quase batendo no cara do qual a Mariana tentava se livrar, o cara fica a todo momento pedindo desculpas e dizendo que não sabia que a Mariana era mina dele, da pra ver bem nítido o medo em seu rosto, eu fico sem entender a reação do cara. — porque ele tá com tanto medo do Maicon?! — pergunta minha mente.

— Ei, o que é que tá acontecendo?
— pergunto tocando na Mariana.

— Também não tô entendendo.
— responde com sinceridade.

Em seguida ela puxa o braço do Maicon e fala a ele que já basta, ele lança um olhar nada agradável para o cara que sai dali de cabeça baixa, depois manda a gente seguí-lo.

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