Capítulo Vinte E Um

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My Dear Teacher – Capítulo Vinte e Um

   Peter ficou alheio alguns segundos e pensativo sobre o que Sophie havia contado. Então, Charlotte tinha alguém e estava escondendo o jogo. Ele pensou em ligar pra filha de imediato, mas pensou com calma e decidiu que conversaria com ela pessoalmente. Peter sabia quando Charlotte mentia.
    Na casa de Louis, o “casal” conversava no sofá enquanto comiam comida japonesa. Apesar da diferença de idade os dois conseguiam dialogar sem que isso fosse um problema. Charlie tinha amadurecido bastante, então conversar com pessoas mais velhas sempre fora sua preferência.
   Os dois passaram a tarde conversando sobre vários assuntos e aproveitando aquele tempo que tinham juntos. Charlotte não conseguia parar de pensar que nunca teria mais do que aquilo. A morena sentia que mais que nunca precisava conversar com Lauren, mesmo ela estando por fora da história. A ruiva merecia mais atenção e algumas explicações.
   Antes do entardecer, Charlie resolveu que estava na hora de ir embora. Precisava conversar com a amiga sem falta. Tinha muita coisa pra analisar em relação ao “relacionamento” deles.
— Eu preciso ir embora. Combinei com Lauren que ia passar na casa dela antes do jantar. — A morena revelou levantando-se da cama.
— Ah, não. Fica mais. — Louis fez biquinho, mas não funcionou.
— Eu não posso! Tenho que chegar cedo em casa para estudar algumas coisas. O período tá acabando e as provas finais são semana que vem. — Louis observou os movimentos da moça procurando suas botas.
— Eu ainda tenho que fazer as provas! — O professor passou a mão no rosto e levantou-se da cama também. — Eu vou sentir sua falta.
   A morena sorriu olhando nos olhos de Louis e desejando saber o que ele pensava para conseguir resolver melhor aquela situação. Infelizmente, a única coisa que ela tinha era a incerteza.
— Eu também. A gente vai se ver na faculdade na segunda.
— Eu sei. Quando a gente vai sair de novo? — Louis perguntou abraçando a moça que já havia calçado as botas.
— Acho que quarta a noite estou mais folgada. O que você acha de irmos para a pizzaria nova do centro? — Charlotte sugeriu.
— Não acho uma boa ideia. Ainda está muito cheia e podemos encontrar alguém conhecido. — Louis não se sentiu bem pronunciando aquelas palavras.
   Charlotte merecia alguém que andasse com ela de mãos dadas na rua, alguém corajoso. E ele não era.
— Isso não está certo. — Louis se afastou da moça enquanto falava — Você deveria sair com alguém normal, ir a lugares normais, andar de mãos dadas por aí. Você deveria...
— Shh! — Charlotte interrompeu Louis. — Eu preciso ir, pare de falar besteira. — A morena sorriu e saiu em direção a porta, não queria ter aquela conversa novamente.
   A estudante de jornalismo nem avisou a amiga que estava indo a sua casa, precisava desabafar.
— Charlie? — A ruiva parecia surpresa e ao julgar pela aparência de Lauren, ela também não parecia muito bem.
— Eu preciso conversar com alguém.
— Eu também! — As duas foram até o quarto da estudante de direito e se sentaram na cama.
   A morena deixou que Lauren falasse primeiro e após toda ouvir toda história sobre Niall, ela precisou de alguns segundos para absorver.
— Confesso que a única coisa que me surpreendeu foi o fato dele ter saído correndo. Eu sempre soube que rolava alguma coisa entre vocês. — Charlotte cruzou as pernas e se sentou mais confortavelmente.
— Como assim, louca? A gente nunca teve nada! — Lauren abraçou as pernas e tentou parecer causal.
— Vocês têm uma conexão, não sei explicar. Qualquer pessoa que olhar pra vocês sabe que não é só amizade.
— Mas ele já deixou bem claro que é só isso que ele quer. — Lauren ficou um pouco cabisbaixa. — E além do mais eu e Niall não combinamos. Ele é calmo, sereno, organizado, com certeza quer alguém calma, delicada, fofa, meiga, alguém como você!
— Lauren, para com isso! Você é incrível, inteligente, linda, corajosa, luta pelos seus ideias, não deixa ninguém machucar seus amigos, é leal, companheira, carinhosa e muito divertida. É sonho de qualquer pessoa! — A morena segurava nas mãos da amiga enquanto falava. — Só porque e é calmo não significa que vai querer alguém calmo também. Calmaria demais pra que? Seria uma vida bem chata! — As duas riram.
— Niall só ficou surpreso e com medo de estragar a amizade. Tenha calma e ele vai perceber que você é a mulher ideal pra ele. E se não for está tudo bem, talvez seja melhor assim.
— É. Você tem razão. — Lauren sorriu pra amiga. — Agora é sua vez de falar.
   Charlotte respirou fundo e começou:
— Lembra daquele cara que eu te falei?
— Aquele babaca que não sabe o que quer e te faz sofrer? Sei. — Lauren cruzou os braços e levantou a sobrancelha.
— É. Nossa, Lau é tão difícil! Hoje nós conversamos e ele disse que não tem perspectiva de termos um relacionamento. Eu não sei o que fazer mais!
— O quê você quer? — A ruiva perguntou.
— Eu quero um relacionamento, quero andar com ele na rua sem preocupação, quero não ser julgada por namorar alguém mais velho e quero que ele tenha coragem de enfrentar tudo isso junto comigo porque eu tenho! — Sem perceber, lágrimas saiam dos olhos da moça.
— Você precisa conversar com ele. Se vocês não querem a mesma coisa, eu sinto muito, mas isso nunca vai dar certo. Vocês querem coisas diferentes e ele nem se quer se dar ao trabalho de lutar por você. Qual esforço que ele faz? Te levar pra lugares vazios e afastados da cidade, ou passar algumas horas na casa dele enquanto ele se aproveita de você? Isso não é um relacionamento. — Ela parou pra respirar e continuou: Esse cara nunca vai mudar, o máximo que ele pode fazer é continuar te enrolando. Caia fora enquanto você pode.
   Charlie precisou de alguns segundos para absorver tudo aquilo e alguns minutos para aceitar a verdade. Louis tinha sido bem claro: eles nunca iam passar daquilo. A questão era, Charlotte ia conseguir permanecer num relacionamento sem perspectiva?
   Depois de algum tempo, a morena foi pra casa na esperança de tomar um banho e pensar melhor, porém encontrou seu pai sentando no sofá com uma cara nada amigável.
— Oi pai. — Charlotte fez menção de subir a escada, mas a voz de seu pai a interrompeu.
— Quem é Louis?

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