Capítulo Quatro

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My Dear Teacher – Capítulo Quatro



   A dor de cabeça que Charlotte estava sentindo não era normal, não conseguia nem abrir os olhos. Ela respirou fundo e tentou de novo, mas a claridade a fez fechar rapidamente. Se sentia enjoada, como se um caminhão tivesse passado por cima dela várias vezes. Tentou mais uma vez e desta vez conseguiu, de imediato achou que estivesse sonhando por que definitivamente aquele não era seu quarto, parecia um quarto de motel.
   A morena passou a mão pelo rosto e tentou se sentar, mas sentiu um peso no seu braço esquerdo e quando virou para olhar o que era seu mundo parou, seu coração nunca bateu tão rápido, seu estômago deu várias voltas dentro de sua caixa torácica e sua garganta travou deixando sua boca completamente seca.
O que Louis estava fazendo dormindo ao seu lado? E de cueca box?o
   Por alguns segundos seus olhos admiraram o belo corpo de Louis, cujo parecia ter sido esculpido por algum deus grego, pois seu abdômen era perfeitamente definido e ela não pôde deixar de notar o volume perfeitamente cheio em sua cueca, com certeza Lauren tinha razão sobre o que disse.
   Seu cérebro voltou a trabalhar e ela lembrou-se da gravidade da situação e ao olhar para seu corpo e mais uma surpresa, ela estava apenas de lingerie preta, a que usou noite passada. Ao tentar se lembrar da noite passada sua cabeça latejou e a morena desistiu. Começou a chamar o nome do seu querido professor:
─ Louis, Louis... ─ Ao mesmo tempo que chamava ela o balançava, porém parecia que ele estava desmaiado.
─ Droga, Louis! O que merda aconteceu aqui?
   O moreno acordou assustado e demorou uns segundos para entender a situação, o problema era que ambos não lembravam o que tinha acontecido noite passada.


Vinte oito horas antes

   E amanhecia mais uma vez na cidade da bela estudante de jornalismo e assim que acordou ela decidiu que iria fazer alguma coisa interessante na noite, afinal era sexta-feira e a morena não gostaria de passar mais um final de semana estudando. Charlotte nunca foi fã de festas ou baladas, por isso decidiu ir para um lugar mais calmo, um barzinho talvez.
   Uma semana já havia se passado desde sua “discussão” com Louis e durante esse tempo os dois não tinham trocado uma palavra e certamente era melhor assim. Após mais um dia exaustivo na faculdade a morena resolveu ligar para sua amiga e conversar à respeito do seu programa noturno.
─ Lau? ─ A garota perguntou assim que a ruiva atendeu.
─ Oi gostosa. ─ Charlie ainda estava se acostumando com o jeito “extravagante” da amiga.
─ Tenho um convite para te fazer e não aceito não como resposta!
─ Desde quando eu recuso alguma coisa? E foi bom você ligar, pois eu também tenho um convite pra te fazer.
─ Ótimo. Eu primeiro. O que você acha de irmos para um barzinho com música ao vivo? A gente pode ver um filme antes, sei lá... ─ A morena enrolava o cabelo enquanto procurava algo pra vestir a noite.
─ Credo, criatura! Seus programas são péssimos! Eu e Niall vamos para uma balada hoje e você vai também. Vamos ver se desencalha ‘né?!
─ Você não presta! ─ Sua risada ecoou no quarto ─ Mas sério, eu preferia um programa mais calmo.
─ De jeito nenhum! 20:00 horas eu passo ai e fim de papo. Esteja pronta, eu odeio esperar. ─ E com a deixa a ruiva finalizou a ligação e deixou Charlie sem escolha.
 
     A Campbell decidiu vestir um pretinho básico de alça que ia até a metade das coxas e sandálias da mesma cor.  Soltou o cabelo e fez uma maquiagem mais ousada: esfumaçou os olhos, destacando-os com delineador e abusou do batom vermelho nos lábios. O resultado ficara incrível surpreendendo a moça que não tinha muito costume nem prática com grandes produções.
    Nessa noite sua irmã ficou com Molly que por sua vez estava fazendo hora extra e incentivou a estudante de jornalismo a ir se divertir um pouco:
─ Vá se divertir, menina! O que tem de mais nisso?
  Ela era jovem e merecia curtir a vida, afinal era só uma noite na balada, não iria beber só dançar um pouco. Ao menos era o que tinha em mente.
[...]
   A noite estava quente e assim que pôs os pés na balada sentiu cada batida de Habits de Tove Lo que tocava estrondosamente ecoando nos ouvidos das centenas de pessoas que preenchiam aquele lugar minúsculo.  A sensação de êxtase e adrenalina percorreram no corpo de Charlotte deixando-a mais nervosa.  Não era seu costume andar em lugares assim, mas nas poucas vezes que havia ido tinha conhecido alguns caras, mas não havia durado mais que uma semana, afinal a forma como eles queriam seguir o relacionamento não condizia com as ideias expectativas de Charlie.
   Poucos minutos de balada foram suficientes pra Lauren e Niall sumirem deixando a morena sozinha, que por sua vez decidiu ir ao bar movida pelo clima da night.
— Uma dose de vodka pura, por favor — A morena pediu ao barman enquanto sentava-se em um dos bancos. Ao virar o liquido transparente sentiu sua garganta queimar e ficou um pouco tonta, fazia um certo tempo que Charlotte não bebia e uma dose já a deixou meio abalada.
— Está acompanhada, flor? — Uma voz grave falou próxima ao seu ouvido e a morena sentiu uma mão forte tocar em seu braço com firmeza.
   Ao virar, a morena encarou belos olhos cor de mel do dono da voz. Sorriso  belíssimo, com dentes perfeitos e brancos, a pele bronzeada e braços fortes compunham o pelo homem que se apresentou à morena:
— Jordan Miller, ao seu dispor. — O belo homem se  apresentou beijando o dorso da mão da estudante de jornalismo.
— Estou bem sozinha, obrigada. — Charlie virou o rosto e esperou que o rapaz fosse embora, entretanto ele teve a audácia de sentar-se no banco ao lado.
— Tem certeza de que não quer companhia, novinha? —Jordan falou próximo ao ouvido da moça afastando seu cabelo do mesmo.
   Charlie sentiu um arrepiou percorrer todo seu corpo e seus músculos contraírem-se de medo e nojo. Odiava quem a chamava assim, sentia-se um objeto ou um mero passatempo. O insistente rapaz começou a beijar o pescoço da moça mesmo ela esquivando-se e pedindo que ele parasse. Jordan apertou o braço da morena impedindo que ela se movesse.
— A gente vai se divertir essa noite, novinha.
— Pare! Eu não lhe dei essa liberdade! Me solte agora, seu nojento!  — Charlotte procurou ser o mais firme possível
   Jordan riu da coragem e autonomia da moça e decidiu acabar com a brincadeira. Tirou um pequeno canivete do bolso e pôs na cintura de Charlie.
— Vamos conversar lá fora. — Disse entre os dentes deixando-a sem opção.
   Charlie sentia lágrimas de desespero brotando em seus olhos, não via ninguém conhecido naquela multidão,  muito menos Lauren e Niall. Parecia que aquelas pessoas simplesmente não se importavam com o que ela estava passando no momento.  Que outra opção ela tinha?  Estava caminhando para sua ruína. Soluços baixos escapavam de sua boca e ela já não podia controlar as lágrimas, desejou profundamente que demorasse para chegar até a porta dos fundos,  mas quando se deu conta já estavam passando por ela.
— Me solta, por favor!  — As palavras saíram falhas e emboladas da boca da morena.
— Cadê a moça mandona e autoritária? Não vai me mandar parar? — Jordan perguntou segurando as bochechas da moça com força enquanto sua outra mão apertava sua coxa com força.
   O barulho que a morena mais temia ecoou naquele beco escuro, o barulho do zíper descendo o fecho, seu coração errou uma batida e seu desespero triplicou.
— SOLTE ELA AGORA, FILHO DA PUTA! —A voz que Charlie tanto conhecia e que ouvia quase todos os dias, a voz grave que gritou com ela por motivos bobos agora estava salvando-a de um covarde. Seu coração se encheu de esperança e Charlotte respirou aliviada ao sentir que o peso que a prendia contra a parede era puxado.
— Louis!
   O professor puxou o rapaz jogando-o no chão e sem deixar que ele falasse o golpeou em cheio no rosto. Louis não sabia explicar o que sentiu ao encontrar o olhar da moça, ela estava tão assustada e tão desesperada que ele teve vontade de matá-lo. No calor do momento, Charlotte correu para os braços de Louis e o abraçou com toda sua força chorando de alívio.
— Calma, está tudo bem! Você está bem! — O moreno a acalmou afagando seus cabelos. Charlotte se acalmou e se afastou um pouco para olhá-lo nos olhos.
— Mui-muito obrigada, Louis! — Fungou — Você me salvou!
— Está tudo bem! — Tomlinson depositou um beijo demorado em sua testa. — Vamos sair daqui.
— Me leva pra casa, por favor. — A morena pediu enxugando suas lágrimas.
— Claro, vamos! — Ao chegar no carro, Louis abriu a porta para Charlie e deu a volta rapidamente e entrou. — Onde fica?
   — Duas ruas atrás da faculdade. — Charlotte procurou sua chave que estava no sutiã, mas não a encontrou. — Droga!  Não estou encontrando minhas chaves! Como vou entrar em casa?  — Sua cabeça ainda girava um pouco além de latejar freneticamente.
— Fique em minha casa, tenho um quarto sobrando. — Charlotte ficou surpresa ao ouvir aquilo da boca de seu querido professor, mas estava cansada e dolorida, sua única vontade era dormir e esquecer essa noite terrível.
[...]
   Charlotte ainda sentia uma terrível dor de cabeça quando desceu do carro e estava mais tonta do que lembrava-se, só queria deitar e esquecer seus problemas, pelo menos por hora.
— Me ajuda a tirar essa merda! — Charlotte pediu referindo-se ao vestido cujo zíper tinha emperrado.
— Tudo bem.  — Talvez fosse o efeito da bebida, mas quando o vestido caiu aos pés da moça, Louis sentiu algo diferente, desejo talvez, afinal,  a lingerie que ela vestia era de tirar o fôlego.
   Com naturalidade, Charlotte simplesmente deitou e adormeceu, certamente resultado da dose de vodka que bebera de uma única vez e de estômago vazio. Por vários minutos Louis permitiu-se observar a bela moça e sabia quando o dia amanhecesse nada seria como antes.

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Oooooi lindaaas! Olha quem voltou? Pois é!  Então, eu prometi que voltaria logo, mas passei por algumas coisas e por um terrível bloqueio criativo! 
Em suma, darei um jeito de postar todo fds, okay? Obrigada por terem paciência comigo! Votem e comentem, por favor! Beijaaao 😘 Nathofliam:3

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