Capítulo Vinte E Cinco

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My Dear Teacher – Capítulo Vinte e Cinco

— Charlotte! — Peter chamou novamente a moça.
— Já vou! — Charlotte olhou para Louis que estava em pé ao lado de sua cama.
   Não havia como Louis sair pela janela, era muito alto pra pular. A morena, então, apontou para cama e o professor entendeu que deveria entrar em baixo.
   Com Louis em baixo de sua cama e com um sorriso inocente no rosto, Charlie abriu a porta.
— Oi, pai. — Peter olhou para dentro do quarto como se procurasse alguém.
— Pensei ter ouvido você falar com alguém.
— Talvez tenha sido a televisão que estava alta. — Óbvio que Charlie se sentia mal pela mentira, mas deu seu melhor para disfarçar.
— Pode ser. — Peter ainda estava desconfiando, mas como viu que não havia ninguém lá, se deu por convencido.
— Filha, eu gostaria de conversar com você um pouco. — O pai de Charlotte foi entrando no quarto e sentando-se na cama.
   Louis ficou nervoso, porém tentou não fazer nenhum ruído.
— Pode falar. — Charlotte preferiu ficar em pé de frente para seu pai.
— Niall parece ser uma boa pessoa e parece gostar de você. Por isso, eu quero que vocês se resolvam. Você é uma garota muito especial, merece o mundo. Você sabe disso, não é?
— Sim, papai. — Charlie sorriu e descruzou os braços, colocando-os para trás de seu corpo.
— Então, vocês devem se resolver logo. Diga a ele o que eu te disse. — Peter levantou-se. — Não vou tolerar por muito tempo que vocês não tenham um relacionamento.
— Tudo bem. — O pai da moça depositou um beijo em sua testa e saiu fechando a porta.
   A morena respirou fundo e sentou-se na cama, esquecendo-se por um instante que Louis estava em baixo de sua cama. O professor saiu de seu esconderijo e sentou ao lado da aluna. Os dois não disseram nada por longos minutos.
— Eu odeio mentir para meu pai. E para qualquer outra pessoa. Odeio. — Charlotte iniciou a conversa deixando algumas lágrimas escaparem.
— Por isso que nós não devemos continuar com isso. — A voz de Louis era baixa. Ele estava péssimo.
— Nós não podemos continuar porque não sou prioridade pra você. Nunca fui. E pelo visto nunca serei. — Charlotte olhou nos olhos do professor com algumas lágrimas escorrendo por sua face.
— Estamos voltando para o mesmo ponto. De novo.
— Tem razão. — A morena se levantou. — Terminamos nossa conversa e você já tomou sua decisão. Até logo.
— Charlotte...
— Boa noite, Sr. Tomlinson. — Louis não falou mais nada, esperou a aluna procurar por seu pai e voltar para levá-lo até a porta.
  Charlotte voltou para seu quarto sentindo-se péssima. Porém, respirou fundo, tomou um banho e resolveu dormir. Aquela noite tinha sido longa demais.
   Louis foi o caminho todo sem pensar em nada. Tentou pensar em outras mil coisas e de certa forma conseguiu. Porém, quando chegou em casa foi inevitável. Ele tinha sido péssimo com ela. Charlie tinha mentido para todos, escapado de casa e suportado todas as condições de Louis e ele não fez nada para retribuir. Foi o melhor, pensou Louis.
   O professor resolveu se concentrar em outra tarefa e foi preparar algumas aulas. Algo que o fizesse parar de pensar em uma certa aluna.
    Distante dali, Niall não conseguia tirar a imagem de Lauren da cabeça. Estava completamente enfeitiçado. Ele sempre achara a amiga muito bonita, porém nunca tinha pensando nela como mulher. Até o primeiro beijo dos dois na casa da ruiva.
  Para o ruivo foi estranho e ele teve medo de misturar amizade com algo sem significado e perder o que eles tinham que era tão especial.
   Seu instinto foi correr e fugir da situação, mas ali, naquele carro tudo mudou. Horan sempre admirou a amiga, era confiante, emponderada, inteligente, linda, leal, engraçada e tinha dado uma surra em um desconhecido por ele.
   O loiro passou o resto da noite pensando nas qualidades da amiga e se seria muito ruim se eles se envolvessem em outro tipo de relacionamento. Sua única vontade era ir devagar.
   A ruiva em questão estava nas nuvens pelo que acabara de acontecer. Vê-lo dirigindo era tão bom e foi incrível ver nos olhos de Niall a admiração e desejo que ele sentia. Porém, por mais que ela se interessasse por ele era um terreno perigoso. Precisava de calma e paciência. E Lauren precisava ter certeza se era isso realmente que Niall queria, para não ser impulsiva como da última vez.
   Na segunda-feira, Lauren acordou mais cedo do que o normal, tomou banho, se arrumou e tomou um café da manhã bem reforçado. Seria um grande dia na faculdade. Apesar da ruiva está em dúvida sobre como agir para ajudar Charlie, ela sentia que precisava fazer alguma coisa.
   Não era justo. Charlotte era meiga, inocente, delicada e sensível. Além de ser a pessoa mais incrível que Lauren conhecia. Ela simplesmente não merecia passar por nenhuma situação ruim, muito menos um relacionamento abusivo. Se a ruiva foi capaz de dar uma surra em um cara por Niall, também seria capaz de ajudar a amiga.
   Ela foi o caminho inteiro pensando no que poderia fazer. A estudante de direito poderia ter uma conversa aberta com a amiga, mas corria o risco dela negar e dizer que não precisava de ajuda, quando claramente precisava. Ou poderia falar com o professor babaca, entretanto, corria o risco também de ouvir que estava errada e como não tinha provas, de nada adiantaria.
   Lauren também podia fazer um escândalo e contar para todos na faculdade, mas sua amiga será humilhada e prejudicada. Isso era a última coisa que a ruiva queria. Teria que dar um jeito de fazer isso de forma discreta, que a amiga não soubesse e, principalmente, a faculdade inteira.
   Assim que entrou na faculdade, Lauren resolveu fazer a rota mais longa para ter mais tempo de pensar. Como ainda era cedo, daria tempo. Na rota mais longa estava a reitoria e como uma luz acendendo na cabeça da ruiva, ela soube o que fazer. Não precisaria de provas, seria anônimo e no máximo Louis só seria chamado a atenção e isso era suficiente para assusta-lo.
   Louis deixaria sua amiga em paz após uma denuncia anônima de um relacionamento na reitoria. Era o melhor a fazer, o mais sensato. Sem reconsiderar a ideia, Lauren entrou na reitoria e fez o que tinha que fazer sem pensar nas consequências.

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Gostaria dizer que pesquisei em inúmeros lugares sobre essa denúncia e falei com várias pessoas. Mas isso muda de universidade por universidade, como ainda não faço parte de nenhuma não sei como funciona. A universidade da história é fictícia e o modo como a denúncia irá acontecer, também será. Não tem nenhuma relação com a realidade, se tem não tenho conhecimento.
Outra coisa, se algo parecido acontecer com você e for sem consentimento ou você não estiver confortável, denuncie! Fale com os pais, com diretores (da escola se for o caso), até com a polícia se necessário.
Lauren acha que é esse o caso, mas tudo que aconteceu entre Louis e Charlotte foi completamente consensual.

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