My Dear Teacher – Capítulo Dezoito
Louis ficou pensativo com a atitude de sua aluna, mas resolveu não pensar no assunto. O dia ao lado dela tinha sido incrível, era ela uma companhia agradável e o sexo era incrível. Por enquanto, era o que ele precisava. O professor continuava a ignorar a sua consciência e não queria pensar nas consequências daquele encontro.
Ele observou a moça se afastar com seu vestido balançando com o vento e suspirou. Apesar de ter ouvido da boca de Charlotte, Louis sentia que as coisas entre eles não estavam tão bem assim.
Ele não queria que Charlie fosse embora, mas não podia pedir para ela ficar na frente de Meredith. Que por sinal, era outro problema que ele precisava resolver.
— Posso saber o que você veio fazer aqui? — A voz de Louis estava cansada, ele já estava farto daquela mesma conversa com a ex esposa.
— Eu queria conversar. — Meredith sentou no sofá cruzando as pernas.
— Se eu deixar você falar você promete que vai embora depois? — Louis perguntou sentando na poltrona ao lado do sofá.
— Prometo. — A mulher se endireitou no sofá e olhou nos olhos de Louis. — Quem era a mocinha?
— Eu já disse. Minha aluna. Estou ajudando-a com um trabalho. — Louis cruzou os braços.
— Não era com o TCC?
— TCC é um trabalho, Meredith. Modo de dizer. — O professor tentou parecer relaxado, não devia satisfação a ela, mas o que havia acontecido ninguém poderia saber.
— Louis, você não me engana. Eu sei que você está saindo com ela. Tudo aqui cheira a sexo, o vestido dela estava amassado e com o zíper mal fechado. Eu apostaria meu fígado que vocês transaram aqui mesmo. — Meredith falou irônica e com um sorriso debochado. Porém, era perceptível a raiva no seu olhar.
— Chega! — Louis se levantou visivelmente irritado.
— Ela tá saindo com você em troca de nota? — Meredith se levantou ficando próximo ao professor de economia e um pouco alterada.
— Meredith, já chega! — Louis elevou o tom de voz — Não aconteceu nada disso! Se você já falou tudo que tinha pra falar, por favor vá embora.
— Louis, me escuta. — Ela se aproximou e pôs as mãos no peitoral dele. — Eu ainda amo você e não tem um dia que eu não sinta sua falta. A gente já deu certo uma vez, podemos fazer dar certo de novo.
— Meredith, o nosso casamento acabou. — Louis tirou as mãos dela de seu corpo e se afastou.
— Você ainda me ama. A gente já viveu tanta coisa, vamos tentar. Podemos fazer dar certo dessa vez. — A mulher se aproximou novamente.
— Meredith, eu não te amo mais. Para o seu bem é melhor você ir viver a sua vida, seguir em frente. Nosso casamento não tem concerto, eu não posso ficar com uma pessoa que eu não amo e no momento eu não quero me envolver com ninguém. Por favor, me deixe em paz! — Louis falou calmo e com muita cautela, não queria magoá-la.
— Eu não vou desistir. Nós ainda vamos ser muito felizes. — Meredith pegou sua bolsa no sofá e saiu pela porta após sorrir para Louis.
Exausto, o professor se jogou no sofá e em seguida sentiu o cheiro de Charlotte empreguinado no estofado. Não queria ouvir o que sua consciência tinha pra falar, não naquele momento.
A comida finalmente chegou e Louis comeu uma porção a contragosto e lembrou que não tinha falado com Harry desde o incidente na noite anterior. Resolveu, então, ligar para o amigo:
— Harry? — Louis perguntou ao ouvir alguém atender do outro lado da linha.
— Oi... Só um minuto docinho, seu garanhão já volta. — Era possível ouvir uma mulher gemendo em protesto, Louis fez cara de nojo.
— Liguei para saber como você estava, mas pelo visto já está ótimo.
— Nada disso. Aquela maluca quase quebrou meu nariz com aquele sapato. Tô com a cara toda vermelha e com um hematoma enorme nas costas.
— Pelo visto já está recebendo todo o cuidado necessário. — Louis colocou uma peça de sushi na boca.
— Disso eu não posso reclamar. Mas, de onde você conhece aquelas malucas?
— Uma delas é minha aluna. — Louis não queria contar, mas Harry era a única pessoa em quem ele podia confiar.
— Não é a que me deu a surra né?
— Não, a outra.
— Tá comendo?
— Não! Claro que não! Você sabe que não me envolvo com alunas! — Louis se engasgou com o sushi, mas logo se recompôs.
— Você não me engana, parça. Deixe de ser otário, qual problema de se divertir um pouco? Ligue o foda-se. Relaxe e goze. Agora me deixe transar em paz! — Harry encerrou a ligação e deixou Louis pensativo.
Não muito longe dali, Charlotte chegou em casa e foi direto para cozinha comer alguma coisa. Encontrou lasanha de frango e refrigerante na geladeira. A morena esquentou a lasanha e comeu pensativa. O que dia passara com Louis tinha sido incrível! Conhecera lugares muitos legais da cidade, conversaram bastante e passaram um bom tempo juntos. Mas, o que ela estava fazendo?
Lauren seria a única pessoa que a entenderia, mas como ela poderia explicar o que estava sentindo se continuasse escondendo quem a era a pessoa misteriosa que estava saindo? Seria impossível. A ruiva não entenderia nada e, consequentemente, não poderia ajudá-la.
O melhor a se fazer naquele momento era tomar um banho e passar um tempo com a irmã até que ela dormisse. E foi isso que Charlotte fez, com o cansaço acabou adormecendo no quarto da irmã.
O dia amanheceu frio, porém o tempo estava ensolarado. Charlotte estava sonolenta quando ouviu Molly a chamando baixinho. Piscou os olhos algumas vezes e acordou de má vontade.
— Oi Molly, aconteceu alguma coisa? — A morena estava coçando os olhos para se acostumar com a claridade.
— Bom dia, Charlie. Desculpe te acordar essa hora, mas tem um rapaz procurando por você. — Molly falava baixinho para não acordar Sophie que dormia tranquila abraçada a Charlotte na sua cama minúscula da qual a morena estava encolhida.
— Um rapaz? Que rapaz? E que horas são?
— Aquele que veio aqui outro dia, a noite. São 6:30. Seus pais estão em casa, por isso vim te acordar. Se seu Peter abrisse a porta, certamente faria um interrogatório para o moço.
— Onde eles estão? — Charlie tentou se levantar sem acordar Sophie, mas não obteve sucesso. — Volte a dormir, amor.
— Seu Peter tomando café e sua mãe no quarto. Acho que o plantão dela é mais tarde. — Com a agitação a garotinha acabou acordando.
— Eu vou lá ver quem é. — Charlotte fez menção de se levantar, mas Sophie segurou seu braço.
— Não mamãe!
— Eu já venho, meu amor. Vou abrir a porta. — Sophie já estava sentada na cama e bem acordada.
— Eu vou também. — Como a estudante de jornalismo não tinha tempo para contestar, colocou a irmã no colo e foi até a porta ignorando o fato que estava de pijama.
Ela foi cautelosa nas escadas e pediu que Sophie fizesse silêncio. Abriu a porta e viu Louis encostado na carro de óculos escuros aviador, uma blusa cinza simples com um casaco azul por cima e uma bermuda da mesma cor da camisa. Seus cabelos estavam molhados e ele exalava beleza com os braços cruzados e um sorriso no rosto.
— O que você está fazendo aqui essa hora? — Charlotte perguntou baixinho fechando a porta.
— Bom dia Charlotte. Como você está? Eu estou ótimo. — A morena revirou os olhos. — Por que você sempre está de pijamas quando eu venho aqui?
— Talvez porque você sempre vem na hora que eu estou indo dormir ou quando estou acordando. Você sabe que horas são? Hoje é domingo! — Charlie ajeitou Sophie em seu braço.
— Olá, mocinha! — O professor estava assustadoramente simpático. Sophie sorriu com a chupeta na boca.
— Então, o que posso fazer por você?
— Nós podemos conversar? — Louis perguntou.
— Que bicho te mordeu hoje? — Charlotte estava desconfiando do bom humor de Louis.
— Tive um dia ótimo ontem. — Ele sorriu e a morena tentou revirar os olhos, mas acabou sorrindo também.
— Podemos dar uma volta?
— De jeito nenhum! — Sophie brincava com a chupeta na boca. — Eu estou de pijama, descabelada e não escovei os dedos. E meus pais estão em casa, eles podem dar nossa falta.
— Que horas eu volto? — Louis perguntou colocando as mãos nos bolsos.
— Em duas horas. — Charlotte ia virar-se para entrar, mas Louis segurou em seu braço.
— Não ganho nenhum beijo?
— Não mesmo. Esqueceu da parte que eu falei que não escovei os dentes? — Os dois riram — Quem sabe em duas horas. — A morena esboçou um meio sorriso e entrou em casa com a irmã no braço deixando Louis com seus pensamentos: Como ela poderia ser linda até descabelada e com um pijama infantil?
VOCÊ ESTÁ LENDO
My Dear Teacher
RomanceAs decisões da juventude nem sempre são as melhores. Charlotte Campbell teve pleno conhecimento disso aos 18 anos. Ela sabia que não deveria se envolver, que não deveria se deixar levar, mas foi maior e mais forte. O sentimento a venceu e acabou se...