O VELÓRIO

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Eu me despedi com tristeza dos meus pais e irmão no aeroporto, tanto tristeza na verdade que mal pude deixar eles me largarem depois do abraço final. Não havia ainda também conversado com Jess e nem queria, ele estava na casa dos pais e não parava de me mandar mensagens. Eu agora sabia que estava vivendo em um relacionamento abusivo há tantos anos sem me dar conta e eu não sabia como sair dele, tinha medo na verdade, medo dele, medo...

Eu decidi então me afogar no trabalho e com o enterro de Marylin Groten se aproximando, isso significava muita, muita coisa para fazer...

— Se você está com medo, você pode ir para a minha casa, eu te protejo, apenas pegue as suas coisas e sai do apartamento daquele canalha — Lia, que nunca gostara de Jess, agora estava fazendo de tudo para que eu finalmente tomasse uma atitude contra ele.

— Depois nós vemos isso, agora vamos saindo que o sítio da família da Sra. Groten é longe, conversamos no carro.

Lia e eu fomos designadas para cobrir o velório e tentar conversar com alguém da família, o que foi realmente muito difícil, já que eles queriam a imprensa o mais longe possível do caso.

— Lembre-se, o primo de segundo grau concordou em falar conosco somente se formos extremamente discretas e não falarmos nada do jornal. Eu sou a namorada dele e você amiga da faculdade.

Lia e eu revisamos o que tínhamos de informação até agora durante a viagem e também os nossos papéis. Era excitante, minha primeira vez como uma jornalista disfarçada, me sentia um pouco detetive, ou talvez uma protagonista de um dos livros da Agatha Christie.

— Você acha que vamos conseguir algo?

— Bem, Cath, já conseguimos muito mais do que qualquer revista ou jornal britânico, enquanto todos vão ficar na porta esperando sombras de alguém para tirar foto, nós vamos estar lá dentro.

— É, uma sorte esse primo ter sido namorado da Rebecca, não?

— Nem tanto, Rebecca já teve tantos namorados que nos foram inúteis, que bom que um acabou se provando útil — brincou Lia sobre a nossa colega repórter que conseguira essa grande oportunidade para nós.

O sítio da família da Sra. Groten era enorme e dezenas de jornalistas e fotógrafos se espremiam em sua entrada, protegida por faixas e seguranças. Primeiro tivemos que mostrar nossas identidades para que o mais forte segurança de todos conferisse se nossos nomes estavam na lista.

— Podem entrar — disse ele finalmente depois de checar uma longa lista em papel branco.

Luxuoso era a palavra que me vinha a mente quando adentramos o local. Vallets estacionaram o nosso carro, esculturas em grama, mármore e eu juro que acho que também ouro tomavam contas do grande jardim e as jóias das convidadas deviam valer mais do que o apartamento do Jess.

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