DE MALAS PRONTAS

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No trabalho, a único assunto era o novo ataque e que finalmente, eles teriam uma pessoa dentro da família para dar detalhes sobre o assunto ao jornal. Ninguém, no entanto, pareceu lembrar que se tratava da minha tia e que eu estava realmente triste e abalada com o caso.

— Duas semanas? Não, não..., dois meses? Três meses? De quanto tempo você acha que precisa para trazer todas as informações de que precisamos? — Meu chefe, que havia se trancado em uma sala comigo e com Lia, parecia não querer perder tempo quando o assunto era um grande furo.

— Eu não sei, mas quanto mais tempo eu puder passar com a minha família, melhor. Era a irmã da minha mãe afinal...

O meu tom parece ter o despertado para a seriedade do assunto, sua expressão pelo menos parecia sem graça.

— Claro, mas é claro, Cath, fique quanto tempo quiser, ok? Mas traga uma grande estória.

Eu sai da sala e liguei para os meus pais, ambos ficaram emocionados em saber da minha volta.

"Mas quando você vem?"

"Amanhã, mamãe. Se Deus quiser estarei no primeiro voo de manhã para o Brasil"

"Então poderá ver o velório de sua tia..., ela iria gostar disso, sempre teve você como um exemplo para a família"

"Eu sei, mamãe, eu também gostava dela e vou estar ao seu lado, ok?"

"Te amo, pequenina"

"Te amo também, mamãe"

Foi tudo muito rápido. Eu passei o dia me despedindo de todos os meus amigos londrinos, guardei as minhas coisas em casa e então, fiz um passeio por todos os meus lugares favoritos junto com a Lia.

— Eu vou em duas semanas para te ajudar com a reportagem, se prepara para mim porque eu mal posso esperar para conhecer o Brasil! — Lia havia recebido a notícia de que também seria enviada ao meu país natal e agora comemorávamos no nosso restaurante favorito, bem pertinho do trabalho.

— Eu nem acredito que vou voltar por tanto tempo...

— Está preparada para ver certas pessoas?

— Não, eu não estou — cortei rispidamente o assunto, não queria falar sobre Pedro, nem sobre como ele poderia estar agora.

— Você vai vê-lo? — Talvez o meu "corte" não tenha adiantado nada.

— Não sei, ele talvez esteja no enterro da minha tia, ele era muito amigo do meu primo.

— Força, garota.

Ficamos em silêncio por um tempo depois disso, eu apreciei o ar londrino como se fosse pela última vez. Algo estava errado, não com o lugar, mas comigo, era como se meu coração dissesse adeus, mesmo a minha cabeça me lembrando que voltaria em alguns meses. Não sei se era toda a conversa sobre me mudar de vez, mas aquele parecia o fim, o fim de uma jornada, de um capítulo, de uma vida ali.

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