UM CASAMENTO

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Chegamos na casa dos pais de Pedro já atrasados, era uma bela casa, quintal grande, em cima de um morro (não aqueles que as pessoas são acostumadas a ver na TV, mas um cercado de casarões) com vista para o mar (todos nós amávamos muito admirar o mar). Os irmãos mais novos de Pedro vieram correndo me abraçar, aquelas criancinhas estavam crescendo tanto e eu sentia falta delas.

— Se você sumir de novo da minha casa, vou te buscar pelos cabelos — brincou Diana, minha maior admiradora fora da família.

— Mãe, pega leve, ela está sensível hoje — Pedro beijou o topo da cabeça da mãe e entrou para falar com o resto da família.

— Eu sei, minha filha, eu sinto tanta dor ao lembrar, bem..., ao lembrar.

— Diana, você é uma pessoa maravilhosa, eu sinto muito por ter me afastado tanto de você.

— Ah, filha, você teve os seus motivos, mas eu quero muito poder ter você de volta em nossas vidas. Você sabe que eu cresci com a sua mãe, estudamos na mesma escola, eu te vi nascer, crescer, eu te desejo sempre o bem.

— Eu sei Diana, eu que fui muito egoísta para lembrar disso.

Diana me levou de braços dados até dentro da casa, o pai de Pedro, um homem bem mais sério que Diana, porém igualmente bondoso, me recebeu de braços abertos. Eles fizeram um grande almoço, daqueles que costumávamos ter todo domingo antes da minha partida. A dor do dia melhorou um pouco, meu humor voltou ao "normal", na verdade, melhor do que o normal e a vida pareceu pacifica e simples de novo.

— Bernardo, Hugo, estão ansiosos pelo casamento? — Diana, uma das que mais ajudou os dois na organização, era também uma das que mais esperava pelo grande dia.

— Sim, meus pais estão vindo de Natal com meus tios e primos, estou doido para ter a família toda aqui de novo — Bernardo respondeu.

— E aonde vai ser a lua de mel? — Perguntou Bento, o pai de Pedro, sentado em seu lugar de sempre na mesa ao lado dos filhos mais novos.

— México, saímos no dia seguinte ao casamento.

— Eu nem acredito que o meu bebê vai se casar, quando ficamos assim tão velhas, Diana? — Mamãe e a velha amiga caíram na risada. Amava as conversas de amigos antigos, sempre cheia de saudade e lembranças.

— Não é? Parece que foi ontem que estávamos no colegial.

O almoço em família, típico de um comercial de margarina, algo tão raro na minha vida nos últimos tempos, demorou a acabar, o que foi ótimo, eu queria me segurar àquele momento para sempre que me sentisse sozinha.

Fiquei andando pela varanda com Pedro, o local aonde passamos grande parte da nossas infância e adolescência.

— Quais são os seus planos para o futuro, Catarina?

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