PURIFICADA

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Foi um enorme alívio quando, ainda desesperada por ar, Breno me forçou para fora da água, respirei fundo, puxando todo o ar que me faltava tão vitalmente, olhando para o homem que achava que iria me matar com um misto de agradecimento por não tê-lo feito e ódio pelo medo que causou.

Quando recuperei o meu fôlego, o questionei do porquê disso, já me arrependia de estar ali, queria sair correndo, mesmo sabendo que não poderia agora.

— Precisava temer a morte para dar valor a vida, me diga, não repensou todas as suas ações ao ver a sua essência sendo sugada de si?

— Revi e me apavorei, nunca mais quero passar por isso.

— Ah, minha pequena, ainda está tão longe do que quero para você.

Breno me ajudou a me levantar e um dos seus servos me trouxe uma toalha e um vestido longo azul claro.

— Se troque, ainda temos mais rituais pela frente.

— Aonde posso me trocar?

— Tem medo que veja a sua nudez?

— Não estou acostumada a me despir na frente de pessoas estranhas.

Breno sorriu delicadamente, chegou perto e beijou a minha mão.

— Então que se troque dentro da casa, não desejo abusar de teu corpo, Catarina.

Uma das mulheres que o acompanhava me levou até um quartinho vazio aonde troquei de roupa, ficando apenas com o vestido leve de algodão tingido.

A mulher me levou até uma outra sala, era completamente sem móveis, mas coberta de velas pelo chão, apenas com alguns espaços vazios entre elas. Breno já estava posicionado na outra ponta da sala, seu olhar parecia sinistro com apenas as luzes das velas o iluminando, fora meu encanto quebrado por quase ter morrido em suas mãos.

— Bela e simples, deite-se no chão.

Como eu disse, era tarde demais, eu agora devia fazer tudo que ele mandasse e torcer para não ter meu corpo violado de alguma maneira. Uma coisa era certa, estava mais difícil de esconder o meu nervosismo, ficava me lembrando o tempo todo de encenar como nunca encenei antes.

Me deitei em meio as velas, os braços abertos e os olhos encarando teto alto. Mil pensamentos passavam na minha cabeça, me perguntava se eu teria entrado de cabeça nesse mundo se não fosse pelo sistema de ajuda que eu tinha, pelo meu desabafo com pessoas que queriam o meu bem?

— Como você se sente?

— Com medo, a experiência no lago não me deixou exatamente confortável.

Breno se sentou ao meu lado, agora a sua aproximação me incomodava mais do que antes.

— Eu sei, eu peço desculpas, aposto que se sente afastada de mim agora.

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