RENDIDA

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Olivier tinha tanto desejo por mim, que nossa relação não estava passando muito desapercebida por Ricado e Marina nas semanas seguintes, apesar de mantermos tudo muito casual.

Em um dia de trabalho em casa, enquanto estava concentrada escrevendo, ouvi mamãe ao telefone com uma amiga.

"Marilí, eu não acredito que você vai voltar! É uma pena que você não tenha conseguido ir ao enterro dela, você sabe o quanto ela te amava..."

O nome chamou a minha atenção, Marilí era o nome da melhor amiga da minha tia que estava no exterior, uma pessoa valiosa para se entrevistar.

"Você vem então? Vou ficar te esperando aqui em casa!"

Marilí viria ao meu encontro, maravilhoso, era disso que eu precisava, a investigação se tornara morna demais por muito tempo, já não aguentava mais.

— Mamãe, a Marilí vai vir aqui?

— Sim, amanhã à noite, acho que ela está sentida demais por não ter podido vir ao enterro.

— E ela andava muito com a titia antes dela morrer, não é?

— Sim, para cima e para baixo, eram inseparáveis.

— Interessante, será que ela falaria comigo?

— Sobre o que, minha filha?

— Sobre a minha tia, sobre os seus últimos dias de vida, que sabe ela não me dá uma informação nova.

— Se você quer, eu posso falar com ela, acho que ela não se negaria.

— Obrigada, mamãe, eu sei o quanto isso é difícil para você.

Ainda tinha medo de conversar com a minha mãe, sabia que a feria, mas eu vivia agora de pequenas feridas em minha família, sempre priorizando meu trabalho. Acho que isso era uma forma de me desprender das minhas dores, eu já não tinha fantasias do passado, já evitada em ver tudo relacionado a Pedro, a pensar em Lillá, estava me perdendo de mim, presa no mundo de Breno, dos assassinatos, me perdendo de mim mesma.

— Filha, hoje é dia vinte e cinco de novembro.

— Eu sei, mamãe...

— E você tem andado triste, presa no trabalho, você acha que eu esqueci o que está chegando?

— Mamãe, eu não sei...

— O aniversário da Lillá, você sempre fica muito mal quando ele chega.

Meu coração doeu tanto, eu evitava tanto pensar nisso, não queria me entregar a tristeza, não queria..., mas o pensamento do enterro de Lillá me tomou.

Catotônico, esse era meu estado, eu não sentia nada, eu não ouvia nada, eu não era nada, nem tristeza eu sentia. Mamãe me arranjou uma cadeira de rodas já que eu não conseguia andar direito, eu não queria andar direito ainda.

Dos teus lírios Onde histórias criam vida. Descubra agora