UMA MORTE NA INESPERADA

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Três semanas depois, eu continuava na casa de Lia, aparentemente era mais difícil achar um lugar para morar do que eu imaginava. Ou os aluguéis eram muito caros, ou os colegas de quarto inadequados ou os locais muito longe do trabalho, era uma busca sem futuro, pelo visto.

— Eu não acredito que estou morando em uma cama portátil no seu quarto — meu mau-humor matinal enquanto dobrava minha nova cama não ajudava muito a Lia que só me fazia um favor, eu imaginava.

— Só me diz que você não está pensando mais naquela bobagem de voltar para casa que eu ignoro a sua ingratidão — Lia não parecia ofendida na verdade, ela parecia mais estar fazendo graça.

— Eu estou pensando sim, Lia, mas não pelo Jess e sim pela instabilidade que eu tenho aqui. Por que você não vem comigo? Você fala português maravilhosamente bem e acho que um visto de trabalho lá deve ser mais fácil de conseguir, apesar de não ter certeza de como.

— Bom, não me imagino deixando a minha casa, mas se por acaso você realmente for, eu prometo te visitar...

A falta de novas informações sobre o casa dos assassinatos do bilhete e o visível desânimo de meus empregadores com as minhas matérias não me desenhavam um futuro promissor.

— Você nunca quis casar com o Jess, nem pelo visto e nem por nada, por que então agora só que você criou esse medo? — Lia e eu estávamos esperando nossa comida em um carrinho de comida árabe depois de mais um deprimente dia de trabalho e esse era seu jeito de me "animar" aparentemente.

— Eu via meu futuro como mais certo, algo em mim se quebrou com o meu encanto pelo Jess.

— E o que você faria no Brasil?

— A mesma coisa que eu faço aqui, ué! Eu iria procurar um emprego como jornalista, experiência no exterior deve me ajudar, eu acho pelo menos...

— E se não conseguisse logo de cara?

— Aceitaria o primeiro que eu conseguisse eu acho, ou viveria das minhas economias dos últimos seis anos por alguns meses.

— Já fazem seis anos que está aqui?

— Sim, cheguei com dezenove, me formei, comecei a trabalhar.

— Construiu uma vida...

— Eu também tinha uma vida antes de vir para cá, uma que deixei para trás completamente...

— Você nunca me contou o que aconteceu de fato entre você e o Pedro, eu sei da gravidez, mas por que você veio?

O pensamento acelerou o meu coração, os meus olhos se fecharam e minha mente vagou para o dia terrível do nosso término.

—Você não pode estar falando sério! Depois de tudo que nós passamos você simplesmente quer ir embora? —Pedro quase chorava enquanto eu, muito decididamente, fazia as minhas malas.

Dos teus lírios Onde histórias criam vida. Descubra agora