— Bom dia senhorita Ambriose! — Olivier me cumprimentou na cozinha enquanto se servia de café recém feito. O aroma daquele café me deu um pouco mais de energia para minha manhã, mas a vergonha de aparecer com a "cara amassada", logo me fez corar. — Tem uma escova de dentes e uma toalha novas para você no banheiro se precisar e eu estou fazendo café forte, espero que goste.
— Claro, eu gosto sim, gosto muito na verdade. Eu acho que eu vou tomar um banho e já volto.
Por sorte, sempre tenho um estojo de maquiagem e escova de cabelo na bolsa, em trinta minutos, eu estava me sentindo bonita novamente e voltei para a sala agora já com todos sentados tomando café.
— E então, Catarina, gostou da sua primeira noite na nossa redação improvisada? — Ricardo me serviu um pouco de café e puxou a cadeira ao lado de Olivier.
— Sim, bastante na verdade, a cama é bem confortável.
— Sinta-se à vontade, aqui é a nossa segunda casa, acredite, provavelmente vai ser a sua também. — Eu notei o anel no dedo de Marina, ela era noiva.
— O que seu noivo faz? Ele é jornalista também? — Fiquei um pouco envergonhada de ter sido muito incisiva, mas minha curiosidade era o que me movia afinal.
— Ele está do seu lado — ela e Ricardo riram bastante quando eu olhei chocada para os dois, não havia reparado na aliança no seu dedo, eles faziam um casal tão doce!
— Eu não sabia e eu não acredito que eu tirei vocês dois de perto um do outro essa noite!
— Ah, que isso! Relaxa que tirando o fato que ele ronca, dormir perto do Olivier não é tão torturante.
Olivier deu um tapinha em Ricardo, fiquei me sentindo muito feliz de trabalhar com uma equipe tão boa.
— Catarina, agora que somos todos amigos, acho que você poderia nos contar uma coisa que me deixou muito pensativa.
Marina parecia muito cheia de dedos ao me fazer essa pergunta, o que despertou o meu radas imediatamente.
— Sim?
— Por que o Breno deixou que você entrasse no sítio? Tem que existir um motivo, nenhum de nós conseguiu e apesar de ele só ter falado coisas básicas, você conseguiu em menos de um mês o que não conseguimos em três anos.
Me senti atacada, um pouco usada na verdade, toda aquela gentileza era apenas um meio de conseguiu uma resposta que nem mesmo eu tinha?
— Eu não sei, eu juro, eu não sei! Eu simplesmente aceitei o convite, acho que todos vocês teriam feito o mesmo, não? Se tiver um motivo, eu também quero saber tanto quanto vocês.
— Calma, não pense que estamos desconfiando de você, mas com certeza estamos curiosos!
— Sim, Ricardo, mas eu realmente não sei, eu entendo que no lugar de vocês eu também estaria curiosa, mas eu juro que não sei.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dos teus lírios
Misterio / SuspensoCatarina é uma jornalista investigativa brasileira trabalhando em um pequeno jornal de Londres. Uma série de assassinatos macabros ligados à uma seita, um deles bem próximo a sua família no Brasil acabam a levando de volta a tudo que ela deixara no...